Gabriela acordou com os gritos da sua mãe pro café da manhã.
Pegou chá com torradas e voltou pra cama.
A garota não quis se sentar para ouvir o pai que esperava a família estar reunida pra contar sobre sua promoção no trabalho.
Tinha dormido cedo depois de recusar o convite da prima para ir naquele show onde por acaso encontraria sua turma de faculdade que ela não vê desde que se formou há 3 anos.
A garota sente falta daquele pessoal, mas nunca mais retornou as ligações e nem compareceu aos encontros anuais.
Tomou um banho demorado e ficou com preguiça de ir à academia.
Deixou assim de conhecer o estagiário que estaria lá naquela manhã, sujeito íntegro e bem afeiçoado que estava recém solteiro e precisando conhecer alguém.
Poderia ter sido ela, mas Gabi preferiu ver aquele filme reprisado na TV e passou a manhã embaixo das cobertas postando fotos antigas no facebook.
Nostalgia, lençol e lágrimas, trio quase inseparável naquelas férias de inverno.
Inventou uma consulta inexistente como desculpa e também não foi no almoço que sua madrinha a convidara fazia dois meses.
A madrinha só queria lhe apresentar seu novo namorado que por coincidência era amigo de um rico empresário que estava precisando de uma nova secretária com o seu perfil.
No entanto, ela ficou sozinha em casa, requentou o jantar do dia anterior e deixou metade no prato.
Gabi odiava purê de batatas.
Dentre as várias coisas que a garota gostava de fazer sozinha, ir ao cinema talvez fosse sua favorita.
Porém naquela tarde preferiu baixar um filme na internet e assistir no seu sofá.
Justamente por isso nunca conheceu Adriana, que fora ao cinema aquela tarde se sentindo solitária e se sentou na poltrona ao lado da que Gabi se sentaria.
Um saco de pipoca derramado, algumas risadas e uma amizade pra vida inteira.
Foi mesmo uma pena.
As duas tinham tanto em comum.
Gabi não foi.
Não foi ao cinema, não foi à missa, tampouco na festa de aniversário da sua tia-avó.
Aquela fora uma terça-feira comum.
Um dia monótono e solitário como tantos outros.
Gabi deitou-se cedo se sentindo a pessoa mais infeliz do mundo, lamentando a sua pouca sorte e se perguntando o porquê das coisas nunca acontecerem na sua vida.
Pobre Gabi, imatura não compreendeu quando sua avó lhe disse uma certa vez: De que vale o tolo sonhar em ganhar na loteria se ele nunca compra um bilhete pro sorteio?
Rafael Margalhães
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Precisava Escrever ✏️💭
RandomNão Prometo Sorrisos Nem Lágrimas, Mas é Provável Que Aconteçam.. O Livro Não é da Minha Autoria, Mas de Um Autor Excelente, e Que Eu Gostaria que Todos Os Conhecessem, Rafael Magalhães !