Pistas?

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- Então nós podemos descartar a hipótese de ter sido ela? - David pergunta.

- Sim, depois do que vi e ouvi, a Larissa não teria coragem de me matar. - falo girando na cadeira do computador.

- E o Harry poderia ser suspeito?

- Não sei, eu não conheço mais o Harry, ele não é o mesmo que eu namorava. - falo e ele me olha de um jeito estranho.

A porta do quarto abre e vemos o Pedro com seu enorme sorriso e seus cabelos encaracolados bagunçados.

- Então, vamos ver as fotos que você tirou. - ele fala com o David e os dois vão para frente do computador para fazer as pesquisas.

- Achamos algo Cassie. - David fala e vou até eles.

- Esses símbolos faz referência a uma "seita", não conseguimos decifrar o que significa, parece indecifrável, como se fosse um tipo de código. - Pedro fala.

- Para mim isso não é uma pista nem nada que possa ser útil. - falo.

- Mas já é o começo Cassie. - David fala.

- Começo do que David? Apenas vamos encontrar algumas pistas, ficar com a cabeça cheia de perguntas e não vamos ter a porcaria de uma resposta e não vamos descobrir nada. NADA!

- Você tem que ter esperança. - David fala com a voz irritantemente calma.

- Esperança? - dou um sorriso sarcástico. - Mais esperança? Impossível.

Vejo o Pedro sair sorrateiramente do quarto e me sento na cama e boto minhas mãos no rosto.

- Cassie, você não pode se desesperar assim, nós temos que ter calma, confiar que no fim toda essa tristeza vai se tranformar em algo bom. - David fala e sinto algo suavizar os meus nervos, me acalmando.

Ele está em pé na minha frente, o olho e sinto as lágrimas caírem pelo meu rosto. Em um ato súbito ele levanta a mão e enxuga as minhas lágrimas, passando a mão pelo meu rosto. Ficamos nos olhando por um tempo até eu sentir minha pele formigar enquanto ele me acaricia.

Sentir? O que? David está acariciando o meu rosto? Mas como?

Arregalo os meus olhos e vejo que ele ainda não percebeu, já qud ainda está me olhando atentamente nos olhos e na boca. Sinto meu corpo se arrepiar e minhas bochechas queimarem com a intensidade do olhar.

- David. - falo em um sussurro - Você está tocando o meu rosto.

Ele sai do " transe " em que estava e tira a mão do meu rosto, abre um sorriso e eu sinto como se tivesse milhões de borboletas voando no meu estômago.

Meio clichê falar isso né? Mas é realmente a sensanção que estou tendo.

- Como? - ele pergunta.

- Não sei, tenta de novo. - falo e estendo a minha mão, ele levanta a dele e ao tentar tocar a minha, passa direto.

- O que? - falo já com raiva e passo minha mão pela dele várias vezes.

- Calma.

- Para de me pedir calma David, que droga. - falo gritando e o vejo arregalar os olhos e levanto - me da cama. - Cansei de ter calma, cansei de tudo!

👻👻👻

- Parece que quem está triste agora é você. - ouço uma voz conhecida atrás de mim e vejo o homem que vi triste sentado no chão a três dias atrás.

- Oi. - falo tentando dar uma sorriso.

Após sair com raiva da casa do David, sai pelas ruas para me acalmar, depois me sentei em um lugar qualquer e fiquei observando a correria das pessoas para fazer algo importante. Fiquei sozinha,pensando, até ele aparecer.

- O que aconteceu? - ele pergunta e senta ao meu lado, continuo observando as pessoas.

- Apenas estou cansada de tentar entender esse mundo.

- Entendi, é realmente difícil, você ficar aqui sem saber o que fazer, qual vai ser o seu destino, se é que temos um. - olho para ele e o seu rosto me parece bem familiar.

- Faz quanto tempo que você... morreu? - pergunta.

- Vai fazer dois meses. - falo e penso nos meus pais e uma angústia invade o meu peito, sinto uma enorme saudade deles.

- Eu também estou morto durante esse tempo. - ele desvia o olhar de mim. - Sinto tanta falta da minha família, é horrível ficar aqui vagando igual um inútil sem poder fazer nada. - ficamos alguns minutos em silêncio.

- Meu nome é Cassie. - falo para poder tirar o clima triste que está pairando sobre nós.

- Eu sou o Marcos. - fala e aperta a minha mão, meu cérebro começa a vasculhar o nome dele em algum lugar da minha memória, mas não consegue achar.

Dou um sorriso para ele, mais um amigo que fiz e que talvez possa nos ajudar a achar algo, sinto que posso confiar nele e que de algum modo ele conseguirá me ajudar muito.

Morri ? - Livro 1Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz