Tentando fugir

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Novamente me vejo no lugar escuro, deitada na mesma maca de metal, com as mãos e os pés presos, só que dessa vez eu estou me vendo, não sentindo na pele o que está acontecendo comigo. Ouço passos se aproximando e fico alerta, uma pessoa entra e ao olhar para o seu rosto eu vejo tudo turvo.

Não entendo!

Estou vendo tudo tão nítido, mas quando me volto para o rosto do meu assassino não consigo ver direito, aproximo - me mais do seu rosto e não consigo distinguir nada.

- Sabe Cassie, isso que estou fazendo não é nada pessoal, ou pode ser que seja. Não sei. - ele fala e sua voz parece ter sido mudada pelo meu cérebro. Que droga!

O vejo pegar uma faca e dá o que parece ser um sorriso bem escroto e então enfia a faca na minha barriga, viro meu rosto rapidamente e tapo os meus ouvidos em uma tentativa inútil de não ouvir os meus próprios gritos de súplicas.

- Sempre tive uma inveja de você, tenho que admitir. - fala desdenhosamente. - Aliás quem não teria? Você sempre foi a queridinha de todos. - dessa vez fala com um tom de raiva. Eu não sabia que poderia existir alguém que me odiava tanto, afinal nunca fiz mal para ninguém.

- Talvez matar você seja um tanto exagerado, mas eu não ligo. - volta a falar depois de alguns segundos. - Me livrar de você é o que importa, te deixarei aqui por mais algumas horas. - o vejo passar a mão pelo meu rosto. - Daqui a pouco eu volto e então darei um fim nos meus problemas, ou seja, você.

Então sai e tudo fica escuro, a dor insuportável da minha cabeça volta e ouço vozes distantes.

- Nós temos que sair daqui agora cara. - identifico a voz do Pedro.

- Vamos esperar ela acordar. - ouço o David.

- Meu Deus, ela é um fantasma, ninguém consegue vê-la. Vamos embora e quando ela acordar ela vai. -  e então acordo com a garganta seca.

- Ainda bem que acordou, temos que ir. - David fala e me levanto vagarosamente.

Saimos do porão silenciosamente e devagar e vamos até a cozinha e vemos uma garota de costas para gente, então recuamos depressa, os meninos estão apreensivos.

- Um dia eu ouvi falar que nós espiritos conseguimos mover coisas, então tentarei derrubar algo na sala, quando a garota vier ver o que foi, vocês correm para a cozinha e saem pela porta dos fundos. - falo.

- E se você não conseguir derrubar ou a menina não for ver o que caiu na sala? - Pedro pergunta assim que David diz para ele qual a minha ideia.

- Diz a ele que vai dar tudo certo. - falo para o David e vou para a sala. Assistindo, um dia, um filme sobre essas coisas de espíritos vi que o espirito conseguia mover objetos com o pensamento, não sei se isso acontece na vida real, mas espero que seja verdade.

Concentro os meus pensamentos em um vaso de flores que tem em uma estante, onde fica a televisão, fecho os meus olhos e forço minha mente e nada acontece. Coloco dois dedos em cada lado da testa e nada contece novamente.

- Que porcaria, esses filmes não sabem absolutamente nada sobre espiritos. - falo com raiva e passo a mão rápido pelo vaso e ele cai.

O que? Ele caiu? Meu Deus minha mão bateu no vaso, eu senti.

O vaso cai, partindo - se em pequenos pedaços no chão, fazendo um enorme barulho e logo vejo a menina vindo para a sala.

Ótimo! Deu certo, mas antes de ir eu tento bater a mão em outra coisa, mas ela passa direto, infelizmente. Felicidade de espíritos duram muito pouco.

Saiu da sala e vou para a cozinha, passo pela porta dos fundos e encontro os meninos ofegantes, assim que me vê David fala para Pedro e saimos dali rapidamente.

Assim que chegamos na casa do David, entramos e vamos para o seu quarto e nos sentamos na cama.

- O que aconteceu na segunda vez que você caiu? - David pergunta enquanto tira a blusa, me deixando sem fôlego, só um pouquinho.

Aliás não vou mentir, eu fico muito sem fôlego! Sinto minhas bochechas queimarem só por estar olhando fixamente para sua linda barriga definida.

Cassie!Acorde! - meu subconsciente me alerta e então me lembro que o David me fez uma pergunta.

- Eu tive outra "visão", onde dessa vez o assassino falava comigo, não tem importância o que ele falou. Mas eu não consegui ver o rosto dele novamente. - falo.

- Eu achei uma coisa, não sei se era do seu assassino, mas estava próximo ao seu corpo. - Pedro fala olhando para mim através do espelho. Ele tira uma pulseira dourada do bolso e nos amostra, é uma simples pulseira com apenas uma cruz pendurada.

- Nunca conheci ninguém que tenha essa pulseira. - falo.

- Nenhuma? Tem certeza? - pergunra Pedro e balanço a cabeça negando. David aproxima-se mais de mim e sinto o seu delicioso cheiro e fico nervosa.

Concentre - se Clarissa, ele só que a pulseira.

- Estou cansado, amanhã vemos isso, vou tomar um banho e dormir. - David fala afastando - se (infelizmente).

Logo minutos depois David está em sua cama e Pedro em um colchão no chão, os dois dormindo. Sento - me na cadeira do computador e passo a noite pensando nas visões que tive para ver se descubro alguma coisa.

Morri ? - Livro 1Where stories live. Discover now