Anjo Da Noite (Livro1) EM REVISÃO

24 - entre 25 e 42.

Eu estava de rastos e nem consegui acabar de beber o meu copo de cerveja, deixei-me dormir e nem sei como fui parar na cama. Acordei com o peso de uma perna em cima das minhas, virei o corpo e encontro Jonathan do meu lado, afasto a sua perna com muito custo...

— Que pesado!

— Algum problema com a minha perna? - Ele também acordou.

— Muito grande, pesada e quente!

— Tudo isso? - Ele ri mas eu estava a falar a sério, eu acordo quase sempre mal disposta.

— O que fazes na minha cama John?

— Estava com medo de dormir sozinho! - Ele volta a prende-me com a perna.

— JONATHAN!

— Ok eu tiro a perna, que mau humor!

— É melhor habituares-te quase nunca acordo de bom humor.

A campainha toca, Jonathan levantou - se com muita preguiça e foi abrir a porta ao eletricista que vai instalar os candeeiros e alguns aparelhos na clínica, fiz a minha higiene e preparei o pequeno-almoço que tomámos com rapidez pois havia muito para fazer, hoje chegava o resto dos móveis para a casa e também algum material para equipar a clínica como marquesas, a receção as cadeiras, sofás e mobiliário de escritório. Tínhamos convidado as meninas e Kevin para ajudar, eu, Anna, Star e Lara estávamos a limpar e arrumar tudo na casa enquanto Jonathan, Kevin e um amigo de John que não conheço, estão a montar a clínica. Como nós somos mais despachadas descemos para ajudar os rapazes, foi aí que conhecemos (eu e as meninas) Blake um simpático e lindo motard, daqueles tatuados com cara de badboy que deixou as meninas de queixo caído, ele morava duas casas ao lado.

Acabámos mesmo a tempo de tomar um duche e sairmos para comer alguma coisa, fomos as até uma hamburgueria, depois de um dia de trabalho as meninas queriam sair mas eu estava de rastos por isso preferi ir para casa e Jonathan acompanhou - me claro mesmo que eu tenha insistido para que ele fosse com o irmão, adormeci no carro e acordei quando ele estava a abrir a porta do meu lado, ele insistiu em levar-me ao colo para casa e eu aproveitei para deitar a minha cabeça na curva do seu pescoço, ele tem um cheiro suave, deita-me na minha cama e saiu do quarto, com muito custo eu levantei e tirei os sapatos e roupa, vesti apenas uma t-shirt e entrei na minha cama, estava a adormecer quando sinto o corpo de Jonathan debaixo dos meus lençóis e os seus braços puxaram-me para bem perto...

— Com medo do escuro outra vez?

— Não mas acho que prefiro esta cama que a minha!

Eu não ouvi mais nada porque caí no sono, acordei sozinha e fui espreitar por onde andava John, na entrada da cozinha vejo como ele se move enquanto prepara o pequeno almoço, vejam só que caixinha de surpresas é este homem? Fico entretida a admira - lo mas sou apanhada quando ele se vira para pegar os ovos no frigorífico...

— Bom dia! - Ele tem sempre um sorriso na cara.

— Bom dia! - Roubo a sua maçã que está no balcão com 2 ou 3 dentadas e acabo com o resto sentada na bancada como fazia em casa da minha mãe - Não sabia que o Doutor sabia cozinhar!

— Eu vivo sozinho há muito tempo por isso aprendi e confesso que até me dá prazer cozinhar!

— É bom saber isso! - Ele vem até mim e rouba de novo a maçã dando a última dentada antes de deitar fora.

— Chegou algumas contas para pagar durante a semana, Karen?

— Desculpa, que cabeça a minha, chegou a conta da luz e da água mas já está pago.

— Que conversa é essa? - Ups pela sua cara eu fiz asneira.

— Já que não aceitas que pague a estadia então tenho de contribuir de alguma forma!

— Não dessa forma! A conta da eletricidade da casa e da clínica é muito alta.

— Jonathan se eu tivesse de alugar um apartamento era bem mais caro.

— Karen eu estou a falar sério, não quero que pagues as contas!

— Então posso fazer o quê para ajudar?

— Eu só sei cozinhar por isso podes ajudar com a gestão da casa, roupas, loiça e... - Chega perto de mim e agarra a minha cintura - Podes dormir comigo no meu quarto, eu já disse que tenho medo do escuro?

Como é possível resistir a tanto charme? Puxei o seu corpo para perto do meu e entrelacei as minhas pernas na sua cintura, beijei seus doces lábios que fez nascer um sorriso ainda maior nele, se é que isso é possível!

— Karen?

— Humm? - Digo aninhada no seu pescoço.

— Não te incomoda andar com alguém muito mais velho? Afinal tu tens 25 e eu 42?

— Não, na verdade o que me importa mesmo é saber se estarias disposto a enfrentar a tua família por mim? Eu sei que a tua mãe não vai gostar disto.

— A minha mãe? - ele ri - Karen não sou nenhum miúdo, eu amo a minha mãe mas a minha namorada sou eu que escolho.

— Namorada? - Ele confirma com a cabeça - Sabes que tenho a idade do teu irmão mais novo?

— Sei e na verdade eu não quero que algum dia fiques constrangida por apresentar um namorado tão velho a alguém.

— O único problema vai ser ver as tuas pacientes atirarem-se a ti! Isso sim vai ser um problema Dr. Jonathan!

— Já com ciúmes?

Caímos na risada até o cheiro a queimado das torradas entrar pelo nosso nariz, terminámos de fazer o pequeno-almoço, comemos e fomos andar um pouco a pé para ver as montras das lojas e conhecer melhor o bairro, encontrámos Blade com um grupo de amigos e foi aí que soube da história de como se conheceram, John estava numa clínica à espera para uma entrevista de emprego quando Blade entrou a pedir ajuda para o pai, era uma clínica privada e a rececionista torceu logo o nariz por ver o seu especo e ao ver o seu desespero Jonathan prontificou a ajuda-lo e assim se tornaram amigos. Depois do jantar fomos para o sofá ver um filme comigo enroscada no seu peito, nisso nós somos parecidos, somos caseiros e preferimos o aconchego do lar a saídas até altas horas...

— Na próxima semana ficarei em casa segunda-feira para fazer entrevistas para médicos e rececionistas.

— Ótimo assim é menos um dia da semana que estou sozinha!

— É bom saber! - Ele beija a minha testa.

Apago a tv, ele olha para mim sem entender, subo para o seu colo e beijo os seus lábios, retiro a sua t-shirt, ele pega em mim ao colo e leva-me para o seu quarto...

— Tens a certeza Karen?

— Claro que tenho. - Não sabia mas algum dia teria de dar este passo.

John sempre respeitou o meu espaço, sem pressões, nunca tentou nada porque sabia que havia outra pessoa na minha cabeça mas é passado, não é?