-É, já pensei nisso. –Ele diz respirando profundamente, ele parece... chateado.

-Vou lá conversar com ela. –Digo tentando ajuda-lo de alguma forma.

-Não, deixe que eu vou, precisamos mesmo ter essa conversa- ele levanta do sofá e sem dizer mais nada, vai para o quarto dela. Ele estava seco e diferente.

Fico um tempo pensando nas palavras que Isobel disse, fico com muito dó dela... ela cresceu muito só. Mas o seu pai está certo, não é correto ficar iludindo a menina assim. Quem decide se Isobel vai ter alguém para tentar substituir esse papel tão importante, que é o de uma mãe, é apenas Andrew. Mas espero que um dia eles encontrem alguém, por mais que me doa pensar nisso.

Leio mais algumas páginas tentando esquecer as palavras ditas nos últimos minutos, depois me levanto e vou para meu quarto. Passo em frente a porta de Isobel e escuto risadinhas, fico feliz com a rápida reconciliação.

Entro no meu quarto e fico olhando a paisagem da janela até escutar dois toques na porta. Abro-a e Andrew aparece segurando uma caixa branca.

-E então, fizeram as pazes? – Pergunto enquanto abro mais a porta para que ele entrasse.

-Sim, sei que não tirarei ideias tão fácil da sua cabeça, mas já entrou em processo de aceitação. –Ele me mostra um sorrisinho de lado, e eu como sempre me derreto por dentro.

-Que bom que entende, isso leva tempo.

-Sim, temos tempo. Mas espero não precisar dele. –Não entendi o que eles quis dizer, então apenas concordo com a cabeça.

-E essa caixa? – deixo minha curiosidade falar por mim.

-Ah sim, Isaac pediu para te entregar. – Ele me estende a caixa.

-Sabe o que é? – Pego a caixa de sua mão e encaro o laço rosa claro gigantesco no topo do embrulho.

-Não, ele só me pediu para entregar antes do jantar que vamos.

-Vamos jantar fora hoje? - Pergunto enquanto nos sentamos na beirada da cama.

-Sim, tenho um jantar de negócios e queria que fosse comigo.

-Ah, Isobel vai gostar de sair. Ficamos o dia todo em casa.

- Não, Toni chega hoje e ficará com ela. Queria que fôssemos só nós dois.

-Toni vai vir também?

-Sim, ele é meu chefe de segurança, tem que estar onde estou, ele se atrasou pois sua mãe estava doente. Mas ela já está bem.

-Ah, entendo.

-Então você vai?

-Andrew, você mais do que ninguém sabe que não levo jeito para essas coisas. –Não sei me comportar nesses eventos, talvez porque nunca os frequentei, não sabia nem usar os talheres direito antes de mudar para casa dos Crewe.

-Por favor, quero muito que você vá. –Ele me pede, vejo um pouco de imploração na sua voz.

Olho para ele e me surpreendo ao ver sinceridade em seus olhos. Como recusar algo pra ele com esses olhos maravilhosos me encarando?

-Tá eu vou. – Me rendo. - Que horas?

-Oito horas. Vamos sair sete e meia para chegarmos na hora.

- Tudo bem. –Ficamos um tempo em silencio, ele parece estar pensando em alguma coisa, eu queria muito poder ler mentes nesse momento.

-Acho melhor se arrumar então. Já é quase sete. –Ele corta o silencio.

Meia Noite e Um - Completo ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora