Capítulo 75
Os nossos olhares dirigem-se para a pequena figura de longos cabelos loiros, lágrimas fracas descem levemente pela sua cara.
- És meu pai? Meu pai a sério? - Emmaline questiona novamente. Ela ouviu a conversa e percebeu exatamente o que deveria ter percebido. Será que ela vai reagir mal?
- Sim, Emma.
Harry sorri antes de Emmaline correr na sua direção, eles abraçam-se forte como eu nunca tinha visto e apetece-me abraçá-los também, mas não quero estragar o momento entre pai e filha.
Não sei se foi o destino ou outra coisa qualquer que possa escrever a nossa história, mas a minha filha descobriu o pai e não poderia ser melhor pessoa. O amor que eles sentem um pelo outro desde que se conhecem, só indicava o óbvio.
- Eu escolho o nome. - Ela exclama para mim, levantando a sua cabeça do ombro do Harry, referindo-se ao bebé na minha barriga.
- Claro, amor. - Dou uma pequena risada, quando o homem que eu achava que me iria abandonar, estica o braço para eu me juntar à manifestação de afeto, o que me alegra profundamente.
- Como correu o teste? - Harry pergunta-lhe e ela faz uma cara envergonhada.
- Correu bem. - Responde mais confiante e depois dá um sorriso inocente. - O meu chocolate quente?
- Era só quando soubesses a nota! - Harry exclama e ela ri. No entanto, ele larga-nos e vai até à cozinha. Emmaline puxa-me para o seguir.
- Queres também? - Harry sorri para mim com um sorriso de lado, que me desmonta.
- Hum claro. - Eu respondo aluada e ele ri, sabendo perfeitamente o efeito perturbador que ainda tem em mim.
...
Após tomar banho e pôr Emmaline a dormir, eu vou finalmente para a cama, onde Harry está deitado, concentrado no telemóvel.
- Estava a ver que não. - Ele sorri abrindo os braços para me aconchegar no seu peito, largando o telemóvel ao lado da sua almofada. - Estava a responder a mails.
- Estou cansada. - Desabafo quando sinto o conforto do seu corpo.
- Queres dormir? - Ele questiona murmurando perto do meu ouvido, fazendo-me suspirar.
- Nem por isso. - Beijo após beijo percorrem a linha da minha bochecha até ao meu pescoço.
- Tenho saudades tuas.
Harry chega por fim aos meus lábios, dando ínicio a um beijo lento mas desesperante. As suas mãos sobem a minha camisa de dormir e caminham pela minha barriga, levando-me a arrepiar pela baixa temperatura da sua pele.
- Como te sentes em relação aos enjoos? - Ele pergunta quando lhe puxo a t-shirt pelo seu tronco acima.
- Melhor que de manhã. Acho que o meu estado psicológico também não ajudava. - Confesso.
Sinto beijos pela minha clavícula, subindo o meu pescoço e acabando de forma delicosa e doce nos meus lábios. Agarro as suas costas, puxando-o para mim enquanto os seus cabelos massajam a minha testa.
- O teu estado psicológico? - Harry questiona ao mesmo tempo que me tira finalmente a camisa de dormir. Os seus olhos brilham ao ver o meu corpo nu. Suspiro com a sua pergunta e tento decidir se conto a verdade em relação às minhas inseguranças. - Rose!
- Tinha medo que me deixasses quando soubesses do bebé. - Respondo, por fim. Harry levanta-se ligeiramente, a sua expressão parece magoada.
- Eu amo-te! - Ele diz sincero, agarro a sua cara entre as minhas mãos para o beijar, sinto-o bem perto de mim quando o seu coração bate contra o meu peito.
As nossas roupas interiores não permanecem nos nossos corpos por muito tempo, devido à urgência do momento, que ambos temos saudades.
Ainda de corpos suados e com as respirações alteradas, Harry deita-se ao meu lado puxando-me para deitar sobre o seu torso.
- Conta-me mais sobre a Emmaline. - Ele pede carinhoso.
- O que queres saber? - Pergunto receosa.
- Tudo, Rose.
- Tudo começou quando foi diagnosticado cancro à minha mãe... - Eu quebro após a primeira fala, quando sinto já lágrimas esbordarem os meus olhos. - O sonho dela sempre foi ter netos e eu sabia que ela ia morrer, os médicos não lhe deram muito tempo de vida. - Fungo devido ao choro. - A única coisa que eu queria era concretizar o último sonho dela.
Harry agarra-me ainda mais, beijando a minha testa. Os seus atos amorosos aquecem o meu coração que está bem apertado devido à delicadeza do assunto.
- E tu? - Questiono curiosa.
- Eu precisava de dinheiro para começar a minha vida... Viver em orfanatos não foi fácil e eu tinha a minha irmã... - Harry explica.
- Mas tu nunca foste muito afetuoso com a tua irmã... - Murmuro e Harry fica tenso.
- Eu não o sabia ser...
- Amo-te! - Eu respondo para acalmar o clima da conversa perturbadora que tivemos e descanso-me no seu corpo.
Um silêncio bom e calmo instala-se no quarto quando a conversa cessa. Não há mais nada a dizer no entanto nenhum dos dois parece muito importado com isso.
A noite já vai longa quando se começa a ouvir pingos de chuva cair lá fora. A respiração de Harry está ligeiramente descontrolada, o que me atrai a atenção. Ele mexe-se um pouco para apanhar algo da mesinha de cabeceira e, através da pouca luz proveniente do candeeiro, eu vejo-o pousar isso mesmo sobre a minha barriga. É uma caixa aveludada e quando a alcanço para a abrir, a sua vez soa rouca mas extremamente doce.
- Casa comigo, Rose!
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Estava a ver que este capitulo nunca mais saía... mas finalmente está escrito e publicado, só para vocês ❤️
Espero que tenham gostado e até ao próximo, meus amores 😘
Continuem a dar-me as vossas opiniões para poder melhorar a história
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Emmaline // H.S.
FanfictionAs pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. - Lilian Tonet