Volto para festa e David me leva até o governador.

- Achei nossa mocinha perdida – David diz.

- Estávamos todos procurando por você – Ele diz.

- Fui apenas respirar um ar puro – Digo.

- Ainda temos muitas pessoas para você conhecer – Finjo um sorriso e o acompanho, não vejo motivos para todas as pessoas quererem me conhecer.

Finjo interesse no que todas essas pessoas me dizem, só paro quando ouço Mia e David discutindo. Não acredito que ela jogou vinho nele.

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Uma semana depois daquela festa e então terei que novamente encarar mais pessoas. O governador insistiu que eu fosse a escola, não que eu ache ruim estudar, mas aqui é totalmente diferente, não quero me sentir burra no meio dessas pessoas. Gil, a assistente dele deixou o que segundo ela é o uniforme obrigatória da escola. Nada demais, uma blusa social manga longa com o símbolo da escola e como opção ela me deixou uma calça e uma saia preta e um sapato e uma sapatilha da mesma cor. Eu não gosto muito de saia, mas hoje resolvi optar por ela e o sapato. Soltei meu cabelo mesmo sabendo que o governador não gosta muito dele ser tão grande. Ele nunca me falou isso, mas só o fato de Gil insistir quase todos os dias para que eu corte, foi o suficiente para entender.

Cabelos longos como o meu que chega ao final das costas é característica dos ''selvagens'' a maioria das mulheres os mantem grande. Na nossa comunidade a única que não tinha era Molly, uma amiga da comunidade, que segundo ela o trabalho de cuidar não era para ela.

Há muito tempo que não há vejo, já que ela é caçadora. Os caçadores passam meses andando pelas florestas marcando os animais que podem ou não serem caçados, e sempre que passam por alguma comunidade levam suprimentos e os ajudam. Eu queria ser uma caçadora como eles, mas segundo eles eu ainda sou muito nova.

A ultima vez que vi Molly foi a oito meses e nós acabamos brigando, porque me arrisquei pelas florestas quando estava tendo patrulha, o motivo pela qual estou aqui, já tinha feito algumas vezes, mas acabava demorando demais e quando voltava as patrulhas já tinham acabado. Ela me alertou sobre o perigo, mas claramente eu não ouvi ela e apenas acabei me irritando com Molly, quando ela estava totalmente certa. Eu proibia até mesmo Gabe de falar sobre ela.

Pego a mochila que também ganhei e desço para tomar café, encontro meu avô e David.

- Bom dia – David diz sorridente assim que me ver.

Eu não sei se eu Mia conseguiu me deixar de olho aberto com David ou isso é algo natural meu, mas sempre desconfio da sua gentileza comigo.

- Bom dia – Respondo.

- Ansiosa pelo seu primeiro dia? – Meu avô pergunta.

- Sim, muito – Digo.

- Vai achar tudo muito diferente, mas logo se acostuma – David diz.

- Eu espero – Digo concentrada apenas em tomar meu café. Um silencio paira entre nós por certo tempo, até que David o quebra.

- Justine, por que esse nome? – Ele pergunta.

- Minha mãe que escolheu – Sinto os olhos do governador se voltar para mim – Foi o que as pessoas que cuidaram de mim falaram, que ela escolheu o nome Justine, o motivo eu também não sei.

- É o tipo de nome que sua mãe colocaria – O governador diz, mas sua voz parece ter uma certa raiva.

- Ela tinha muito bom gosto, não acha? – Pergunto, eu realmente gostaria de saber até aonde vai essa raiva que ele sente sobre ela.

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