6° Capítulo

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Quando saímos do beco, Ucker parou em frente a uma casa, tinha um portão enorme, desci da moto e fiquei parada, na hora pensei em correr, mas 
seria burrice, eu nunca iria conseguir sair daquela favela, eu não sabia 
nem aonde eu estava.
Ucker tirou um controle de dentro do bolso e abriu o portão, quando o portão se levantou, pude ver dois carros e mais uma moto daquela, fiquei deslumbrada, a moto era rosa e prata, meus olhos brilharam, eu olhei para o Ucker e ele sorriu pra mim erguendo a mão.

Ucker: Vamos entrar gata?

Dulce: Essa casa é sua? – eu segurei sua mão entrando junto com ele.

Ucker: É sim, pode ficar tranqüila que o luxo aqui é o que você ta acostumada.

Assim que entramos dentro da casa, eu fiquei meio chocada, era enorme e 
linda, um luxo total, a sala grande e espaçosa, tinha alguns homens 
sentados vendo tv e cheirando pó, eles apenas cumprimentaram Ucker 
com a cabeça. Ele me levou até outra sala, onde tinha algumas mesas de 
jogos, e uns sofás de couro branco, parecido com o de casa. A iluminação 
era ótima, uma luz clara. Ele foi me mostrando cada canto de sua casa, 
tinha 4 salas enormes, uma cozinha maior ainda, depois subimos e ele me 
mostrou os quartos, todos eram suítes, ele me levou até seu quarto e 
fechou a porta.
Ucker tirou a camisa, seu corpo era perfeito e definido, ele estava meio suado, o suor escorria pelo seu peitoral, eu fiquei observando quieta, ele sorriu e passou a mão no cabelo. Pude ver que tinha uma arma em sua cintura, cruzei os braços demonstrando que estava com medo, ele percebeu e tirou a arma da cintura e guardou em uma gaveta.
Ucker sentou na cama e ficou me olhando. Fiquei deslumbrada com o 
luxo que os traficantes tinham, a casa de Ucker  era enorme, fiquei olhando 
cada canto do quarto, a cama box enorme, tinha algumas fotos dele com 
algumas pessoas espalhadas pelo quarto, peguei um porta retrato, a foto 
era o Ucker com uma mulher muito bonita, mais velha que ele um pouco.

Dulce: É sua mulher? – eu o olhei.

Ucker: Minha mãe.

Dulce: Linda sua mãe Christopher eu sorri para ele. –Mas você é casado?

Ucker: Não Dulce, não tenho mulher, nem namorada.

Dulce: Ah sim – eu coloquei o porta retrato de volta no lugar.

Ucker: Senta aqui – ele bateu na cama, eu fui até ele e me sentei do seu lado.

Dulce: Sua família ... você só tem mãe?

Ucker: Não, meu pai é do Rio, ele é dono de um morro, não nos falamos muito, só quando necessário mesmo. Minha mãe por incrível que pareça é 
empresária, mal para por aqui, e eu tenho um irmão gêmeo.

Dulce: Sério? – eu disse assustada.

Ucker: Sim, por que o espanto? – ele riu.

Dulce: É que, tão bonito assim eu pensei que só existia um – eu ri sem graça.

Ucker: Eu não deveria ter feito isso sabia?

Dulce: Feito o que? – eu o olhei confusa.

Ucker: Ter te mostrado minha casa, minha favela, ter falado da minha família, pra falar a verdade eu não deveria nem ter te olhado a uns meses atrás.

Dulce: Tudo isso eu entendo, só não entendi a parte de ter me olhado, por que não deveria? – eu cheguei meu corpo mais perto do dele e pude sentir o calor que o corpo dele transmitia.

Ucker: Porque você mexeu comigo. – 
ele tocou meu rosto e eu estremeci, sua mão estava quente, minha pele 
formigou com seu toque, ele aproximou seu rosto ainda mais do meu.

Dulce: E se eu disser que você também mexeu comigo?!– eu coloquei a mão na cintura dele, nossas bocas estavam quase se encostando, nossas 
respirações agitadas se misturavam.

Ucker: Você sabe os ricos que você 
corre Dulce, a patricinha do morumbi com um traficante? Você correria 
esses ricos? Entraria no meu mundo? – ele fixou os olhos nos meus.

Dulce: Se valer a pena, eu correria todos os riscos precisos. – eu não pensei em mais nada, deixei meu corpo agir por mim, mesmo sabendo que era errado eu queria.

Amor no TráficoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora