Your Last First Kiss (YAOI ♡)

《Sundown 》~I~ "Pôr do sol"《Ayu》

***

Era  de tarde, em torno das 16:30. Eu estava deitado no chão  em cima do tapete lendo meu mangá do Cavaleiros do Zodíaco. Comecei a enjoar de ler e decidi deixar meus mangás  de lado. Já era o sexto que eu estava lendo em um dia.
Coloquei minhas pantufas e desci para ver o que Kotaro estava fazendo, afinal, lá  em baixo estava um silêncio absoluto.
Ao descer alguns degraus, me deparei com aquela figura estirada  sobre o sofá.  Parecia ter pegado no sono. Me aproximei mais um pouco. Kotaro estava com fones de ouvido. Ele respirava alto.
Ele realmente dormiu?
Perguntei a mim mesmo.

Olhando mais de perto até que ele é bonitinho...

Sua expressão era dura, parecia estar sentindo dor e tristeza  em meio aquele sono.
Me pergunto o que se passa na mente dele agora.
Será que ele está pensando em seu passado?
Em Yukine?

Notei que seu rosto estava suado e alguns fios de cabelos estavam grudados em sua testa.
Me agachei  rapidamente para analisar aquilo.
Tirei seus fones de ouvido, dando pausa na música que estava tocando.
Era um tal de  "30 Seconds To Mars"
Mas que banda é essa?

Ignorei minha pergunta e coloquei o celular  em um canto ali perto da pequena mesinha que ficava no centro da sala.

Toquei delicadamente  seu rosto, ele estava quente.

Será possívelque ele esteja doente?

Retirei alguns fios que estavam grudados em sua testa.
Observei também sua orelha, estava avermelhada por conta do alargador.

Estudei um pouco mais seu rosto e percebi coisas que eu não  havia notado antes. Kotaro tinha uma pequena cicatriz na testa que ficava escondida por seus cabelos negros. Em sua bochecha haviam minúsculas sardas, praticamente irreparáveis.
Seus cílios eram enormes e sua boca... Bom,  sua boca era bem desenhada.

Tudo bem, retiro o que eu disse antes, Kotaro é realmente bonito.

Agora sei por que qualquer um cairia aos pés  dele...
No fundo, acredito que ele não tenha más intenções comigo. Não comigo.

Em meio aos meus pensamentos, Kotaro resmungou alguma coisa e então abriu os olhos, lentamente.
- Cacete... - Praguejou.

- Você  está bem? - Questionei, preocupado.
- Sim... - colocou a mão  na testa e se sentou.
- Você  não  parece bem. - Me sentei ao seu lado.
Seus ombros estavam caídos, parecia cansado.
- Tô bem, sério. - Afirmou, com um sorriso.
- Tudo bem, vou acreditar.
Franzi a testa.
- Obrigado. - Passou a mão em seus cabelos.
- Ficamos o dia todo em casa? - Indagou, incrédulo.
- E onde mais deveríamos ficar? - Arqueei as sobrancelhas.
Ele pegou seu celular que estava em cima da pequena mesa e acendeu a tela para ver as horas.

- Ótimo, vem. - Se levantou, me puxando pelo antebraço.
- E-ei, pra onde pensa que vai me levar? - Recuei.
- Ayu, não acredito que você quer mesmo ficar trancado em casa em pleno sábado. - Tornou a me puxar, mas eu recuei novamente.
- E-eu gosto de ficar trancado em casa!

- Não,  não  gosta! Isso é só  uma opção  pelo fato de você  não  ter amigos pra te tirarem de casa! Mas... Você  tem a mim. E eu quero te tirar dessa prisão que você  mesmo criou. Ayu, o mundo é cheio de porcaria... Mas ainda tem coisas bonitas que valem a pena serem apreciadas. Se você ficar aqui dentro, só vai estar perdendo tudo o que tem lá  fora.

Ouvir aquilo me doeu. Mas não foi algo ruim. De alguma forma, acho que ele está  certo...

- Quando te pedi uma chance, não  foi pra te ter só no prazer físico... Eu quero cuidar de você Ayu. Quero te tirar daqui e te levar pra vários lugares. Mas preciso que me dê essa chance.
Ele estendeu uma de suas grandes mãos para mim.
Me acanhei, recuando.
- Vamos lá Ayu, só uma chance! - Insistiu.