Tentei remover suas patas, mas o bicho não saía.
- Parece que ele gostou de você. - Sorriu, caminhando até mim.
- Geralmente não costuma se apegar a ninguém, ele fica arisco perto dos outros. - E acariciou a cabeça do gato.- Sério? - Eu o fitei surpreso.
- Aham. - Sorriu. - Vamos esperar até dormir, ele não vai sair daí até estar cansado.
Assenti com a cabeça e me sentei na escada. Kotaro veio logo atrás, se sentando ao meu lado.
Ainda não me conformo com o tamanho desse cara...
- O quê estava fazendo quando encontrou ele?
- Limpando a casa. Fui levar o lixo e o encontrei aqui sozinho. - Fitei o gato brincando com um fio solto de minha blusa, perto de meu pescoço.
O que me deu cócegas.
Comecei a sorrir com isso. Coloquei meu dedo em seu focinho e ele o mordeu levemente.
Minha risada ecoou pelas escadas à baixo, quando notei que Kotaro me olhava fixamente.
Fiquei sério.
- O quê foi?
- N-nada... É que... Essa é a primeira vez que te vejo sorrir. - Me fitou surpreso.- A-ah... Bom... Não sou muito de rir. - Debrucei minha cabeça.
- Não tem muitos amigos, não é?
- Não... - Apertei o gato contra meu peito.
- Isso deve ser ruim.- Nem tanto. Já me acostumei.
Eu o fitei.
- A vida é melhor, quando não se tem ninguém que podemos perder.Ele ficou um bom tempo me encarando surpreso, como se pudesse ver a minha alma. Aquilo me deu medo. Mas logo fixou o olhar em suas mãos.
- Você mora sozinho? - Indagou, quebrando o silêncio.
- Claro que não... Eu moro com a minha mãe, mas como ela volta tarde do trabalho, fico o dia todo sozinho. - Expliquei, enquanto brincava com as patas do gato.
- E seu pai? - Questionou.Encostei a cabeça na parede, amargurado.
Ele me olhou, e logo notou minha tristeza.
- D-desculpa... Eu não devia ter perguntado. - Falou com um tom desesperado.- Tudo bem... - Encarei fixamente o chão, como se minha vida dependesse daquilo.
- Meu pai morreu em um acidente há alguns anos atrás. - Falei em meia voz.- Sinto muito.
- Eu também. - Murmurei.Por quê estou falando da minha vida pra esse idiota?
- Não sei o que dizer pra ela em relação à meu óculos... Só recebo mesada no mês que vem... Ela vai notar que falta alguma coisa no meu rosto.
- Tem tanto medo assim de que ela saiba? - Indagou.
- Não é medo! Eu só não quero que saiba que tem um filho covarde como eu... - Murmurei, franzido a testa.
- Você não é covarde. É apenas pequeno, eles mexem com você por conta dessa desvantagem.
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Your Last First Kiss (YAOI ♡)
Random{Em desenvolvimento} " - Descobri que era amor quando as palavras se tornaram insuficientes para descrever o que eu sentia por você. " (Yaoi. Se não gosta, não julgue. ) Espero que gostem \o/ Ps: Aceito críticas construtivas ^^