PRÓLOGO

2.7K 271 115
                                    

Ela cruzou as pernas enquanto se aprumava na cadeira acolchoada da lanchonete, empurrando a cabeça levemente para trás, enquanto a pessoa sentada atrás de si cochichava as instruções em seu ouvido:

— As regras são bem simples: 1 – É tudo confidencial. Ninguém poderá pensar, sonhar, imaginar ou cogitar a hipótese de você não ser quem diz ser. 2 – Ele vai precisar sofrer como nunca sofreu antes, se for necessário, que ele sangre até a morte e 3 – Não acredite em nada que ele te disser. Essa parte é a mais importante.

Emily assentiu uma vez e pegou a pasta sobre a mesa antes de sair do local, vendo que em suas mãos tinha toda a vida de Jason Castle e todas as maneiras de como destruí-lo.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


Emily respirou fundo pela quarta vez quando Jason entrou na sua sala

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Emily respirou fundo pela quarta vez quando Jason entrou na sua sala. Ela ergueu o rosto, e pela porta conseguiu ver Janet com uma feição aflita, como se esperasse que a qualquer momento eles saíssem aos tapas e voltou os olhos para o homem.

Ele trazia nos braços uma pilha de pastas abarrotadas de papel. Pelo menos cada uma delas tinha umas trezentas paginas além de anexos e afins. Havia no mínimo sete pastas no colo de Jason e ele fez questão de jogá-las de uma forma teatral sobre a mesa dela. O pó que saiu das pastas quase lhe fez espirrar.

— O que? – Perguntou, apontando a caneta para o monte de papel.

— Quero que digite isso pra mim. – Emily se segurou para não revirar os olhos.

— Deixe no canto que eu faço isso depois, estou ocupada. – Pediu, voltando a atenção para os papeis em suas mãos, abaixando a cabeça. Jason sorriu, cheio de ironia e prepotência antes de pigarrear, fazendo Emily erguer os olhos em sua direção. Ela forçou o melhor sorriso que pode, sentindo sua mão começar a tremer de raiva. – Pois não?

— Eu quero agora.

— Estou ocupada. – Respondeu.

— Eu não perguntei o que está fazendo, eu disse que quero isso agora. – Emily apontou para a porta.

— Você tem cinco estagiários só pra você, peça para que eles façam isso, não eu. Agora se me der licença... – Ela engoliu a seco antes de voltar seus olhos para as folhas. Seu pé, debaixo da mesa se remexia de acordo com sua ansiedade para poder fazer ele engolir cada uma de suas palavras.

— Emily, eu acho que você não entendeu o que eu disse. Eu quero que você faça isso. Se eu quisesse que fossem alguns dos estagiários, eu iria pedir pra eles, não pra você. – Empurrou a pilha de papel em sua direção com as pontas dos dedos. – Você tem até amanhã.

— E se eu não quiser? – Perguntou, apoiando o cotovelo na mesa, mordendo a ponta da caneta. Qualquer um, num raio de dez km podia sentir a tensão do que acontecia naquela sala, algo tão forte, que era capaz de detonar uma bomba nuclear com apenas mais um sorrisinho.

Jason riu. Deu uma gargalhadinha tão fajuta e sem graça que Emily teve vontade de enfiar aquela caneta no olho dele. Castle se afastou, limpou o pó da pilha de pastas do terno importado e subiu as sobrancelhas pra ela antes de sair da sala.

Emily fechou a cara assim que Jason saiu do seu campo de visão e respirou fundo pela quinta vez, antes de contar até dez e respirar pela sexta. Seus membros tremiam de raiva e quando ergueu os olhos, sentiu tudo aquilo se multiplicar, ao ver Jason se despedindo de Janet e saindo do escritório. A secretária esperou que ele se afastasse antes de olhar para Emily com um pedido de desculpas no olhar.

— Eu vou matá-lo. – Disse apenas movimentando os lábios para que ela pudesse entender. Apertava a caneta com tanta força na mão, que se Jason Castle ousasse aparecer na sua frente naquele momento, ela com certeza iria lhe degolar com uma esferográfica.

Não acredite em nada (Desgutação | Completo na Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora