Ele sorriu e piscou para mim.

— Como estou? — indagou girando devagar para que eu pudesse analisar sua aparência.

— Você está maravilhoso! — respondi em um tom sarcástico.

— Obrigado, obrigado — ele falou convencido.

Caminhamos até a praia e a cerimônia começou. Não demorou muito para Lauren — a noiva de Trevor — chegasse. Ela estava radiante em um vestido tomara que caia, branco com algumas rendas cobrindo a cintura e a calda do vestido. Trevor sorriu para ela e eu logo identifiquei aquele sorriso. É o tipo de sorriso que um homem dá quando vê a mulher que ama. Eu reconheci esse sorriso, porque era esse o sorriso que eu dava toda vez que eu via a Alison.

Alison. Ela estava lá também. Do outro lado do altar improvisado, junto com as demais damas de honra. Ela me olhou e sorriu para mim com um olhar doce. Alison estava esplêndida em um vestido salmão de seda que desenhava e exaltava as suas curvas que me deixavam louco. O cabelo dela estava levemente ondulado, preso em um coque bagunçado, as pontas estavam mais claras. Alison clareou um pouco o cabelo quando saiu da clínica. Ela queria ser uma nova mulher, e para as garotas mudanças no visual causam esse tipo de sentimento.

A brisa do mar tomou conta do lugar e refrescou o sol quente. Os convidados se ajeitavam nas cadeiras almofadadas, e um longo tapete vermelho posto no meio estava cercado de rosas brancas que causavam um belo contraste com a cor vermelha do tapete. A irmã de Lauren assim como a Alison também era dama de honra. Ao meu lado, Landon suava sem parar e o seu rosto claro estava vermelho por causa do sol. O pai de Lauren que era pastor celebrava o casamento, o seu semblante velho e cansado, estava radiante por casar a filha. Agatha estava na primeira fileira ao lado de Amanda, sorridente exibindo os seus dois novos dentinhos que haviam crescido nos últimos meses.

— Quer dançar? — perguntei a Alison assim que a festa começou e ela aparentemente já tinha tirado todas as fotos suficientes.

— Claro. — Ela se aproximou de mim e me deixou que eu a envolvesse em meus braços. — Lauren perguntou se eu podia cantar.

— Sério? Isso é ótimo!

Segurei a cintura dela e inclinei o meu rosto para perto do pescoço dela. O seu cheiro me deixava louco!

— Eu meio que não consegui dizer não, então aceitei. Estou nervosa.

— Por quê? Você é maravilhosa.

— Eu não canto desde que saí da reabilitação. Cancelei meu contrato com a gravadora, e perdi vários outros porque as empresas não querem estar ligadas a uma pessoa que elas não consideram um bom exemplo.

— Você deveria emitir uma nota para a imprensa explicando o que aconteceu. Os seus fãs estão preocupados, Alison. Eles merecem saber o que aconteceu e como você está agora.

— Jace, eu precisava disso. Eu precisava me desligar das pessoas, desse mundo fútil. Eu sei que eu deveria me pronunciar, mas não sei se é o momento. Não sei mais se quero ser famosa.

— Por que diz isso? — inquiri.

— Eu quero ter uma vida assim. — Ela olha ao nosso redor, estávamos cercados de pessoas simples e despreocupadas. — Eu quero ter uma família, filhos e não ser incomodada por ninguém. Eu quero paz, entende?

— Entendo, meu amor — falei beijando sua testa suavemente. — Você sabe que pode contar comigo, ok? Minha pimentinha.

— Por que você me chama assim? — ela perguntou com um tom de voz gentil.

— Você costumava a brigar comigo sempre, lembra? — Ela sorriu. — A maior parte da nossa adolescência você foi mau humorada. Te chamo de pimentinha porque a pimenta é exótica e picante. Quando você a coloca na boca, tudo queima, arde por dentro, mas depois o sabor fica mais suave e delicioso. E eu me sinto assim com você. Toda vez que estou com você parece que estou comendo uma pimenta, algo queima dentro de mim.

A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISWhere stories live. Discover now