Capítulo 15

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Incríveis, até o fim do mês as coisas vão estar complicadas para mim. Mas pretendo responder todos os comentários e recados que recebi, só peço um pouco de paciência. Quanto as postagens pensei em determinar um dia fixo, me contem qual dia vocês acham que seria melhor. Beijos e boa leitura ;)



— Isso é mentira, certo? Vocês querem brincar comigo, não é mesmo?

Jace estava em pânico. Eu nunca o vi daquele jeito tão desesperado e perturbado. Seus olhos brilhavam como uma lâmpada. Ele se conteve para não cair em lágrimas, mesmo assim os soluços insistiam em sair dos seus lábios que agora estavam cinza de pavor. Seus cabelos negros eram bagunçados por seus dedos que os tocavam como um músico toca o seu instrumento desesperadamente. Os dedos dele passeavam nos fios negros e desgrenhados de sua cabeça. Seu rosto estava pálido como se ele estivesse pronto para ter um ataque cardíaco. Ele deu um pulo para o lado liberando o caminho para mim e encostou-se nervosamente na parede, onde sentou, inclinou os joelhos e o abraçou escondendo assim o seu rosto e abafando as lágrimas.

— Jace, querido eu sei que é difícil pra você, mas eu...

A voz do Sr. Connor desapareceu. Seus olhos verdes ficaram vermelhos e seu rosto empalideceu. A Sra. Connor segurou com força as mãos dele e o abraçou forte encostando sua cabeça no ombro do marido. O Sr.Connor chorou desesperadamente ensopando o suéter azul da esposa. Agora a sala era tomada por um barulho de soluços abafados e gemidos de dor.

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Fui até o Jace que continuava abraçando o próprio corpo, me inclinei até ele e apoiei minhas mãos em suas costas tentando acalmá-lo.

— Jace... — minha voz saiu como um sussurro.

Jace não me olhou. Ele continuou apoiando seu rosto no joelho enquanto o seu choro se tornava cada vez mais alto. A Sra. Connor se aproximou de nós e se inclinou para o filho. Ela tentou abraça-lo e dizer algo, mas as palavras não saim, elas estavam entaladas na sua garganta.

Respirei fundo tentando recuperar o fôlego, e me levantei. O Sr. Connor continuava agachado com as costas apoiadas na parede e as mãos no rosto tampando as suas lágrimas. Olhei mais uma vez para Jace que se desmanchava em lágrimas e ignorava o abraço da sua mãe, e recusava levantar o rosto e encarar a verdade.

Senti-me terrivelmente mal pela aquela família. Fiquei pensando o que a minha mãe acharia se soubesse que os Connors não são tão perfeitos como ela acha. É claro que eu tinha os meus próprios problemas. Meu pai estava preso e minha mãe não era a pessoa mais afetuosa do mundo. Mas vendo a situação deles, acabei me sentindo sortuda.

— Acho melhor... — a minha respiração fraquejou, senti minhas pernas tremerem e o meu rosto queimar. Que situação constrangedora. Eu sentia pena de Jace Connor. Pela primeira vez eu quis abraçá-lo. Pela primeira vez eu quis sentir o cheiro de frutas cítricas que ele tinha. Eu quis poder apertá-lo em meus braços e dizer que tudo ia ficar bem. Eu quis, eu quis, eu quis... Eu dizia a mim mesma que era normal se sentir assim em relação a ele. Por mais que eu tenha os meus atritos com o Jace, eu seria uma bruxa se não me sentisse mal por ele.

— Filho — a Sra.Connor se ajoelhou e acariciou os cabelos negros de Jace. Ela olhou para ele na esperança de que ele a olhasse também.

— Por quê? Por quê? — Jace se perguntava ainda abafando o seu rosto.

— Filho — a Sra. Connor fechou os olhos com força e respirou profundamente como se precisasse encher urgentemente de ar os pulmões. Ela parecia que ia desmaiar, — Precisamos conversar.

— Eu não quero conversar! — Jace gritou tirando finalmente o rosto do joelho. Sua calça jeans estava molhada de suas lágrimas. O seu rosto tão desejado estava vermelho e inchado. Sua voz era falha e seus lábios tremiam como se ele estivesse nu em uma geada — Eu não quero falar com ninguém, eu quero ficar sozinho!

A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISOnde as histórias ganham vida. Descobre agora