Capítulo 17

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Derya chegou à vila onde há algumas semanas esteve com Teo, não havia ninguém na rua, nem mesmo crianças. Parecia deserta.

Caminhou até a casa do rapaz e bateu palmas chamando-o, mas ninguém apareceu.

— Não tem ninguém em casa. Eles não moram mais aí. — falou um garoto de uma janela semi-aberta.

— Sabe onde posso encontrá-los?

— Eles foram viver com os ciganos nas cavernas de Zelve.

Uma mulher apareceu na janela e retirou a criança fechando-a em seguida.

O medo daquelas pessoas causava-lhe curiosidade. O que será que havia acontecido? Perguntou-se. Kean havia lhe falado sobre eles, eram uma tribo que haviam chegado a Capadócia um pouco antes dos atentados começarem.

Voltou ao carro e ligou para Teo.

— Pode falar, Sargento.

— Eles não moram mais na vila, fui informada que estão com uma tribo de ciganos em Zelve, estou indo para lá.

— Não, volte para Derinkuyu. Resolverei isso depois. Preciso de você aqui.

— Sim, senhor. — concordou desligando e voltando as cavernas. Chegou quando as vitimas eram retiradas, alguns desmaiados, outros conscientes. Um cerco havia sido criado para evitar que populares e a impressa avançasse e atrapalhasse o trabalho dele. Aproximou-se de Teo que observava os feridos serem retirados.

— Não vamos ajudar?

— Não podemos, os tuneis estão cheios de fumaça tóxica. Só os bombeiros podem entrar. — lamentou. — Um ataque simples, mas bem planejado, não precisaram de muito e tiveram tempo para fazer o que era preciso.

Observaram sacos pretos sendo retirado das cavernas. Era a confirmação de que haviam vitimas fatais.

Sehir e Yaser vieram falar com eles, estavam visivelmente abalados.

— Senhor, dois dos nossos homens que faziam a segurança da caverna infelizmente faleceram. — informou Sehir. — Ao todo cinco pessoas morreram. Entraram em pânico e acabaram se perdendo do guia. Entraram em tuneis sem saída e se asfixiaram com a fumaça.

— Meu Deus! — exclamou Derya horrorizada. A fumaça preta ainda corria para fora da caverna.

— Um deles era vizinho dos meus pais, nos conhecíamos desde criança e se alistou junto comigo. — disse Kean emocionado. — Perdi mais que um companheiro, perdi um amigo.

Derya pôs-se ao lado do amigo reconfortando-o.

— Senhor, conseguimos retirar o outro grupo que estava preso em uma das saídas. Ninguém se feriu aparentemente, mas pedi que levassem todos ao hospital, podem ter inalado fumaça também.

— Bom trabalho, Tenente.

— Obrigado, Senhor.

— Agora quero que vá ao hospital e faça uma lista das vitimas que estão internadas. Precisaremos informar aos consulados o mais rápido possível para que as famílias fiquem cientes de como os parentes se encontram.

O Tenente assentiu e saiu para cumprir a ordem.

— Yaser, reúna os homens e volte ao quartel.

— Agora mesmo, Senhor.

Teo suspirou olhando o movimento.

— Gostaria de saber o que essas pessoas ganham fazendo isso, estão matando seu próprio povo. — falou Derya ainda horrorizada com as perdas.

Amor na Capadócia - AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora