Capítulo 6

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Derya, de pé ao lado da mesa de Teo, o observava assinar alguns documentos referentes as despesas do quartel

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Derya, de pé ao lado da mesa de Teo, o observava assinar alguns documentos referentes as despesas do quartel. Ao terminar entregou tudo a ela que os pegou, organizou-os e foi para a sua própria mesa.

— Sargento! — Derya virou-se para ele. — Hoje vai chegar um carregamento de armas vindo de Istambul e quero que você e o Cabo Yaser fiquem responsável por recebê-las e armazená-las. Vou lhe passar os documentos da entrega. Cheque tudo com cuidado. Em tempos de guerra não podemos confiar em ninguém, as vezes nem em nosso próprio povo.

— Sim, senhor! — respondeu cautelosa.

Dias haviam se passado e Derya, apesar de sentir-se incomodada com a presença de Teo no quartel e ainda por cima sendo seu superior, estava tranquila. Ele a estava tratando profissionalmente e sentia-se grata por isso. Não se insinuou e muito menos dizia algo sobre Kean e seu suposto namoro. Ao contrário, o amigo falava o tempo todo em como Teo era divertido e boa gente e sempre fazia a mesma pergunta; se ela já estava preparada para perdoá-lo.

Para a mesma pergunta valia a mesma resposta: Não!

— Assim que eu chegar irei verificar com você todo o armamento que recebemos. — continuou, Teo.

— Sim, senhor! — disse ela, que girou o corpo, mas voltou-se para Teo e enquanto pensava se perguntava ou não, a voz dele soou a surpreendendo.

— Algum problema, Sargento?

Teo não a olhava, mas percebeu que Derya estava em um impasse pessoal.

— Não... Sim... Na verdade, eu gostaria de saber aonde vai? Eu não deveria ir também?

Teo parou de escrever para olhar para ela pela primeira vez aquela tarde. Ela não deveria questioná-lo, poderia respondê-la de forma grosseira e colocá-la no lugar que deveria estar, porém, não gostava de ser autoritário. Não se não houvesse uma real necessidade.

— Vou até o povoado com o Tenente Sehir, quero falar diretamente como chefe de policia das redondezas. Eu prefiro que você fique e faça o que pedi.

Derya assentiu e voltou a sua mesa.

O silêncio caiu sobre eles e era possível ouvir o som de um lápis riscando uma folha. Teo estava diferente aqueles dias, percebeu ela. Será que estava tudo bem com a filha dele? Não parecia preocupado, mas estava bastante focado no trabalho. Será que esse era o Capitão Karadeniz? Será que o Teo despojado só aparecia quando a farda era retirada?, perguntava-se.

Teo via Derya pela visão periférica. Estava seguindo com o seu plano e até agora estava tudo bem. Ela parecia mais calma em relação a ele, porém curiosa com sua distancia. Esperava que essa curiosidade a trouxesse de volta para ele. Também estava se sentindo mais tranquilo, percebeu que retornar de repente reivindicando direitos sobre ela, não iria contribuir em nada. Precisava ter paciência, em dois anos muita coisa havia mudado entre eles.

Amor na Capadócia - AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora