Primeiro dia de aula

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Olá galera. Sejam bem-vindas (os) à minha primeira história Camren.

Espero que gostem, boa leitura.

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Point's of view Lauren

tédio
substantivo masculino
1. 1.
sensação de enfado produzida por algo lento, prolixo ou temporalmente prolongado demais.

2. 2.
sensação de aborrecimento ou cansaço, causada por algo árido, obtuso ou estúpido.

3. 3.
sensação de desgosto, ou vazio, sem causas objetivas claras.

Todos os dias das minhas férias eu passei dentro de casa, para não ser tão radical a única coisa que eu fazia era sair para ver como estavam os meus negócios e depois eu voltava para casa. Isso tudo porque todos os meus amigos estavam fora. Eu não via a hora de voltar a minha vida normal, eu até gosto de sair para beber, fumar e essas coisas mas fazer isso sozinha não tinha graça nenhuma. Último dia de férias, graças à Deus, e tudo o que eu conseguia sentir era tédio. Deitei na cama e dormi, o mais cedo que eu consegui. Acordei com o despertador tocando de um jeito estridente, virei para o lado e me cobri até a cabeça ignorando totalmente, mas a minha tática de não acordar deu errado. A minha mãe entrou no quarto e abriu as cortinas, a claridade invadiu todo o ambiente, me causando um certo incômodo. Eu odiava acordar cedo, mesmo se eu fosse sair de uma rotina cheia de tédio.

Que merda, eu quero as minhas férias tediosas de volta.

- Bom dia, flor do dia. – Ela puxou a coberta.

- Não, mãe. Please! – Falei com a fala ainda um pouco arrastada.

- Acorda, você não pode se atrasar para a sua aula. – Ela passou a mão no meu cabelo .

- How borning. ­– Revirei os olhos e levantei de uma vez .

Minha mãe saiu do meu quarto, sentei na cama e me estiquei na tentativa de expulsar todo aquele sono que ainda estava grudado em mim, de certa forma adiantou. Virei o pescoço de um lado para o outro o estalando. Eu adorava fazer isso. Caminhei até o meu closet e separei a minha roupa, isso era um saco. Entrei no banheiro e liguei a água em uma temperatura morna, tirei a minha roupa e tratei de tomar um banho rápido. Desliguei o chuveiro, me sequei e enrolei a toalha no corpo. Escovei os dentes e depois terminei de me arrumar. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e fiquei pensando se faltava alguma coisa.

- Mas é claro!  - Pensei .

Fui até o banheiro e fiz uma maquiagem bem simples só para disfarçar a minha cara de sono e por fim, passei o meu perfume. Olhei a hora no celular e como sempre, eu estava atrasada. Eu tinha dez minutos para comer e chegar na faculdade. Desci correndo e minha barriga roncou quando eu vi a mesa de café da manhã que a minha mãe havia montado.

- Come, filha. Nem que seja um pouco, não é bom sair de barriga vazia. – Ela sorriu .

Mesmo que eu fizesse força eu não conseguiria ignorar aquela mesa, deixei a minha mochila pendurada nas costas da cadeira e me sentei. Coloquei uma panqueca em um prato e a enchi de calda de chocolate. Devorei tudo que a minha barriga me permitiu, limpei a boca e peguei a minha mochila e a chave do meu carro. Beijei a testa da minha mãe e fui para o carro.  Estava um dia chuvoso e por isso eu não pude ir mais rápido, a minha sorte era que eu não morava longe. Estacionei o carro, peguei a minha mochila, saí do carro e o tranquei, olhei em volta e vi que haviam poucas pessoas, deduzi que já estava todo mundo em suas respectivas salas. Andei até um dos corredores para checar o local da minha sala. Senti o meu celular vibrar no meu bolso, eu o peguei. Mensagem de Thomas.

- Cadê você?! – Ele me perguntou .
Antes que eu pudesse responder uma garota totalmente desgovernada esbarrou em mim, meu celular caiu para um lado e a pequena pilha de livros dela em cima do meu pé.

- Shit. – Gritei – Olha por onde anda.

- Me, me, me desculpa. – Gaguejou de nervoso .

- Tudo bem. Deixa eu te ajudar! – Franzi o cenho.

Peguei os livros dela e ela pegou o meu celular, que por sorte, não havia nenhum arranhão. A menina era uma mistura de bonita com estranha. Apesar de usar óculos, dava para ver que os seus olhos castanhos eram bonitos. Os cabelos dela eram grandes e caíam feito cascatas pelos ombros e costas. Fiquei alguns segundos encarando aquela menina que eu não sabia dizer se era mesmo estranha ou se era bonita.

- Me chamo Camila. – Ela disparou com uma foz super meiga, como se fosse algo do meu interesse.

Ei menina, você é até que fofinha, mas não acabe com a minha reputação, ok?

- E eu me chamo, Lauren. – Antes que ela puxasse mais assunto eu a cortei – Bom, preciso ir.

Vi o número da minha sala e subi dois lances de escadas até chegar. Olhei pelo vidro e graças à Deus a professora ainda não estava em sala. Como eu não estava mesmo muito na vontade de entrar na sala eu fui até a parte externa da faculdade e acendi um cigarro de maconha. Nada como dar uma boa relaxada antes de encarar uma maldita aula de cálculo.

Terminei o meu cigarro e respirei fundo, sentindo os meus músculos mais relaxados, eu arrumei a mochila nas costas e fui para a minha sala. Mal entrei na sala e Thomas logo me gritou - desnecessariamente - e claro que todo mundo olhou. Inclusive... espera aí. A desastrada. A menina me olhou e me lançou um sorrisinho como se fossemos amigas e eu revirei os olhos. Sentei do lado de Thomas, no fundo da sala que era menos frio e distante das puxas sacos dos professores que tinham na minha turma.

- Bom dia, viado. – Debochei .

- Bom dia, soberana. Nossa, porque você está descabelada? – Ele apontou para o meu cabelo.

- Uma garota esquisita esbarrou em mim lá fora. – Esbravejei, mas Camila não escutou - Foi ela. – Apontei para Camila sem a menos descrição.

- Coitada, ela parece que saiu da boca do boi. – Nós rimos.

Para a nossa sorte ela estava sentada longe da gente, lá na frente, ninguém merece ter a reputação destruída por causa de uma esquisita logo no primeiro dia de aula. Finalmente a professora chegou e fez as apresentações, e depois, começou a aula. Correu tudo conforme o esperado, gente chata, matéria chata, professores chatos. Eu gostava muito do meu curso mas eu não via a hora de acabar. Para mim o que tinha graça mesmo eram as festas, as bocas que eu beijava, o dinheiro que eu fazia vendendo as minhas drogas e tudo o mais.

Algo dentro de mim me dizia escandalosamente que esse semestre seria diferente. Não sei o porque, mas seria.

InesperadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora