Capítulo 4

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Por Luiza

Observo a porta do apartamento se fechar e solto a respiração que estava presa em mim desde que sai correndo vendo a cena do Diego com a guria.

Como diz o meu pai, despiroquei legal vendo aquilo. Fiquei imaginando, e me torturando, com a cena do Diego com outra pessoa. Mesmo sabendo que isso é bem provável de acontecer e deve acontecer, com certa frequência. Ele é homem, bonito e solteiro, livre e desimpedido para qualquer lance que ele queira ter.

Sai de lá correndo, sem nem dar tempo de escutar alguma explicação. Não que ele precisasse de uma, a vida é dele e ele faz o que quiser com ela. Mas não posso dizer que lá no fundo doeu. Quase como uma facada no meu estômago.

Levanto do sofá e começo a caminhar na sala. Minha vontade é grudar a minha cabeça na parede. Pode ser que assim eu consiga uma lesão cerebral e esqueça do Diego. Seria uma ótima solução, mas acredito que ficaria apenas com uma dor de cabeça do cão. E mais uma coisa para me incomodar não daria certo.

Talvez a solução seja encontrar alguém que me faça esquecer de uma vez o Diego, já que sair da convivência dele vai ser bem complicado. Obrigada, pai, te amo.

Paro de pensar nos meus problemas por alguns minutos e foco no que ele acabou de me contar. Da história da menina que ele trouxe para casa. Um arrepio me sobe só de tentar imaginar o que é passar por tudo isso.

E quando eu estou conseguindo me acalmar, a minha porta se abre novamente com o Diego aparecendo.

– Está mais calma? – O sorriso dele de brincadeira me faz querer dar um soco no seu rosto.

– Não estava nervosa nem nada. – Cruzo os braços e revido.

– Ah, claro. Sair correndo do meu apartamento e se trancar em casa não é nada mesmo.

Não respondo e espero ele começar a falar o que realmente quer aqui.

– Preciso de um favor. Ou dois. A Cecília não tem nenhuma roupa para usar e...

– Eu deixo umas lá, já tinha separado e esqueci de entregar para a Elis e a Su levarem para o orfanato.

– Obrigado. E o outro favor é... – Diego hesita.

– Fala, Di.

– Eu não tenho nenhuma ideia de como conversar com ela. Sou mais da parte de ação e resgate, não de cuidar o pós.

Suspiro.

Eu poderia simplesmente dizer que não ajudaria. Deixar o Diego se resolver com os problemas dele. Porém, sendo filha de quem sou e tendo herdado muitas características do meu pai, não consigo ser mesquinha e não estender a mão para quem precisa.

– Ajudo por ela. Não por ti.

Diego sorri daquele jeito que eu perco as palavras quando vejo.

– Eu vou fingir que acredito. Quer ir lá conhecer ela?

Mando o Diego ir na frente e espero me recompor, com a história de que vou pegar as roupas para a Cecília.

Entro no apartamento do Diego e encontro ele ajoelhado no chão conversando com a Cecília que está sentada no sofá.

– Cecília, essa, que saiu correndo quando chegamos é a Luiza. Ela é uma amiga que vai nos ajudar, certo?

Luiza DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora