Inverno (Dezembro) Narrado por Nash

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É isso o que uma garota faz quando quer brincar com você, já tinha escutado a respeito, mas nunca vivido na pele. Eu ria com essa possibilidade, eu jamais seria enganado por uma menina.

Eu não, eu não, eu sempre repeti e gritei aos quatro cantos.

Então naquele evento, que estava sendo como sempre, fotos, garotas gritando, gente que não se importa de verdade com você, que em sua maioria estão tão vazios, precisando se preencher, em um lugar em que isso jamais vai acontecer, eu a vi, e foi mais um coisa para ser quebrada.

Eu estava diante de alguém que podia me preencher.

Não, não foi isso o que eu pensei quando a vi, o que eu pensei primeiro, foi o quanto ela era linda, e depois foi: O que essa menina, esta fazendo sozinha, em um canto de uma festa como essa?

Esperei alguns minutos para me aproximar, e tive que brigar comigo nesses minutos, eu precisava entender que ela me acharia um maluco, se eu agisse estranho com ela.

- Essa festa esta chata não é? – falei. Ela me olhou de canto, não acreditando que eu estava mesmo falando com ela.

Continuamos a conversar, e o fato dela estar pensando em estudar, me mostrou algo, além de linda, era muito determinada, e isso me deixou ainda mais encantado.

Então a irmã dela apareceu, e eu quase a puxei e sai correndo dali, mas eu sabia que não podia fazer isso, eu teria um evento no outro dia em Miami.

Eu pedi o celular dela, mas ela disse que não tinha, quer dizer, a irmã dela respondeu por ela, e eu não sabia o que responder, era a primeira vez, que eu conhecia alguém que não tinha um celular, e quis saber mais ainda sobre ela.

Minha cabeça falou que eu era um idiota por querer tanto conhecer uma menina daquele jeito, e eu fiquei nessa situação por uma semana, até que fiquei livre de compromissos, e advinha para onde eu fui? Los Angeles? Não, eu fui para New York.

Em Setembro foi a primeira vez que eu vi ela chorar, o cachorro dela tinha morrido, e caramba, eu quis pegar ela no colo, e ficar assim com ela o resto da minha vida, ver ela chorando fez com que eu me sentisse um merda, um dos maiores mesmo. Impotência, é a palavra que resume tudo.
Mas a viagem para a fazenda dos meus pais fez com que eu soubesse de fato que eu amava Ameri, amava muito, quando ela sorriu, meu coração gritou: Eu te amo!

Minha mente gritou: Cala a boca seu idiota, você vai afastar a garota!

Mas é, eu não sai de New York, porque cada vez que eu ia até a casa dela, eu descobria uma parte dela diferente, e eu queria saber mais, nada era suficiente, mas diferente de mim, ela que se dizia muito curiosa, não estava curiosa a respeito de mim, sempre muito calada, e as vezes distante, o que fazia com que eu invadisse o mundo dela, de um jeito que nunca tinha feito com ninguém, mas eu não me importava, eu estava nem aí.

E em Dezembro, eu tive que ir trabalhar, e esperei que ela entenderia tudo, se é que posso dizer isso, mas senti que tínhamos evoluído, ela estava falando mais, e estava ficando curiosa, ela conheceu meus amigos, eu achava que isso era o suficiente, para mostrar o quanto eu amava.

Mas ela decidiu por nós dois.

Acabou. Que merda era aquela? Acabou? Eu quis gritar, fazê-la entender, e mais do que isso, eu não conseguia aceitar que aquilo estava mesmo acontecendo, mas estava.

Voltei as gravações e foquei toda a minha mente naquilo, mas o que eu queria mesmo era gritar com ela, eu estava puto da vida. PUTO DA VIDA!

Vendo a minha foça, o meu agente decidiu que eu tinha que conhecer uma menina, ele fez uma festa para mim no meu aniversário. Eu não queria festa, eu queria era que ela me ligasse e pedisse para eu ir vê-la, e eu iria, eu iria engolir toda a minha raiva, todo o meu orgulho, e a merda da minha sanidade. Eu iria, eu juro que eu iria. Mas ela não ligou, e eu não larguei o meu celular até dar meia-noite, mas nada dela, nenhum sinal.

Conheci a Carly Moyes alguns meses depois, em uma festa do elenco do filme. E a galera queria que eu saísse com alguém, por comodidade, eu aceitei.

Uma menina legal, de família legal, tudo muito legal, mas nada mais que isso, eu só conseguia lembrar da Ameri.

Acordei alguns dias, com o nome dela na boca, e logo em seguida eu me xingava, me xingava até não poder mais, como se fosse adiantar alguma coisa, porque eu só podia ser um idiota.

Me lembrei do menino que um dia disse que aquilo nunca iria acontecer, e chorei, eu chorei de raiva, eu era um babaca e ponto.

E decidi fazer o que Ameri estava fazendo de melhor: Esquecer.

Eu me forcei a esquecer, e eu estava indo bem nisso, mas terminei com a Carly, não iria conseguir fazer isso com ela, não era ela que iria me fazer esquecer a Ameri, se fosse, isso já teria acontecido.

E aí, ela me ligou, eu levei um susto porque não estava acreditando que era ela mesmo, mas de um ano depois ela estava me ligando, o que ela queria? Um encontro.

Eu aceitei, e me xinguei, isso e vice e versa.

A conversa não foi fácil, eu estava com raiva e ver ela ali na minha frente, só me lembrou mais ainda do dia que ela terminou comigo. Eu não, eu lembrei, eu não.

Fiquei na defensiva, porque se eu falasse alguma coisa, eu iria acabar com ela, e eu nunca fui esse tipo de menino. Ela merecia? Provavelmente, mas aprendi que o silencio dói mais do que qualquer palavra. Ah o amargo desprezo, foi isso o que ela me deu em todo aquele último ano, e era isso o que eu daria a ela.

Até que de repente, ali na minha jaqueta, estava o bilhete dela.

Eu te amo Nash, obrigado por ser o meu sorriso, quando eu só quero chorar.

Ameri Hadel.

Ela tinha deixado ali em algum momento da nossa primeira viagem a fazendo dos meus pais, justamente na época que eu queria falar que amava ela, foi aí que eu percebi que eu não iria conseguir ficar sem ela, foi como ela disse, aquilo era nocivo para ela, e eu consegui ver, que era nocivo para mim também.

Mas eu estava no Oregon, filmando algumas cenas do ultimo filme da saga que eu estava fazendo parte, e só iria sair dali no dia 24 as 15:00h da tarde.

Não tive tempo de ligar, e cheguei as 22:00h da noite na casa dela.

- Ameri corre! Você não vai acreditar quem esta aqui! – falou Ameli.

Ela apareceu com os cabelos presos, e com um vestido vermelho, e a vontade de beijá-la veio a tona, mas eu não podia fazer isso, não por enquanto, talvez agora, ela não quisesse mais falar comigo.

Então ela correu até mim e me abraçou, e era isso, simplesmente era para ser.

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