Capítulo 33 : Fazendo as pazes

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n/A: IMPORTANTE PRA CARAL**, LEIAM ISSO AQUI, SÉRIO

EU POSTEI O CAPÍTULO ERRADO, PULEI UM, EU SOU MUITO IDIOTA HAHAHAH

SÉRIO, TO RINDO DE NERVOSO. ENTÃO, POR FAVOR, RELEIAM O PASSADO, ESSE AQUI VOCÊS JÁ LERAM!

KEY VAI ME MATAR!


Pov Liz

O meu sono já havia espalhado antes mesmo que o despertador anunciasse que era hora de acordar. Ao passar dos dias, isso vinha acontecendo com frequência, afinal eu mal conseguia manter meus olhos fechados por mais do que alguns pares de horas. Eu ousava culpar Victoria por tudo isso, afinal, ela estava mantendo-se tão distante e diferente que por muitas vezes eu não sabia como agir. A decepção se mesclava com a saudade gerando um sentimento tão desconhecido por mim que simplesmente não sabia lidar.

Um suspiro cansado escapou de meus lábios ao mesmo tempo em que meus olhos lacrimejavam. Eu odiava toda essa situação, sabia que poderia resolvê-la do modo errado, desistindo da história do desafio e voltando a ficar em harmonia com a minha namorada. Mas eu nunca iria me perdoar ou me reconhecer se fizesse isso. Eu poderia estar apaixonada, entretanto não deixaria de ser "eu" para me tornar o que ela desejava que eu fosse. Engoli o choro com a ajuda do orgulho que tinha, usando a coragem que não possuía para poder levantar da cama e começar a organizar as coisas para ter mais um dia de trabalho.

Era engraçado como uma situação implicava em todas as outras. Por mais que a dança fosse minha válvula de escape, a briga que se prorrogava por motivos tão fúteis invadia até mesmo o meu espaço sagrado de trabalho e deixava-me desconcentrada. Pensava em Victoria o tempo todo, meu coração tolo se preocupando com o estresse que ela estava tendo de suportar no trabalho e o temor de que ela descontasse mais uma vez na bebida.

Foi pensando nos problemas logo nos primeiros minutos do dia que eu sai do quarto disposta apenas a me arrastar para o banheiro e tomar um longo banho. Mas assim que eu ergui o meu olhar, meu coração disparou ao mesmo tempo em que meu corpo paralisava devido ao que vislumbrava a minha frente. Minha garganta parecia travar a passagem de ar enquanto mais uma vez meus olhos marejavam, mas dessa vez de um sentimento tão forte que eu não sabia identificar ainda qual era.

Ali a minha frente havia a parede branca do corredor. Que agora estava tomada por inúmeros post-it coloridos e que formavam um enorme coração. Pousando a mão sobre os lábios, aproximei a passos curtos daquela obra apenas para perceber que em cada um daqueles lembretes autoadesivos estavam escritos. Toquei um alaranjado no centro apenas para ler na caligrafia de Victoria:

"Eu sinto falta do seu sorriso".

Meus dedos passearam para o que estava do lado, dessa vez um autoadesivo de cor vermelha. "Eu amo você tanto que me sinto sufocar e morrer aos poucos"; "Mas eu não me importo, morrerei feliz". A cada post-it grudado na parede, uma frase que parecia destruir qualquer barreira de meu orgulho. Em cada mensagem, ela dizia que sentia falta de algo de mim, ou simplesmente pedia desculpas, ou dizia que me amava em várias línguas diferentes. "Quero voltar a acordar e antes mesmo de abrir meus olhos sentir seu cheiro"; "Eu sou uma idiota, por favor, me perdoa"; "Eu estive errada o tempo todo"; "Meu coração não bate direito longe do seu"; "Eu já disse que sou uma idiota?"; "Por favor, me abrace"; "Eu desmorono longe de você"...

Eu não conseguia parar de ler. Em cada um, ela admitia ou se redimia. Ali, estava todas as incertezas do coração de Victoria. Estava tão absorta em ler aquelas centenas de mensagens que mal escutei o barulho de porta fechado. Foi mais o som de chaves batendo contra o balcão que finalmente chamou a minha atenção. Victoria sempre jogava as chaves desse jeito, era o modo como sabia que ela estava em casa quando não gritava o famoso "Ma chérie, cheguei". A passos largos e apressados, atravessei o corredor sentindo o meu coração batendo de maneira alucinada.

Ma ChèrieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora