Capítulo 16: Jardim de Santa Mônica

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n/A: Pois bem, meninas, nesse maravilhoso dia dos pais venho com mais dois capítulos para postar!

Boa leitura!!


Pov Vic

Outubro havia chegado com duas datas que eu mais adorava durante o ano: dia das crianças e Halloween. Geralmente na primeira semana desse mês eu já estaria planejando as festas, procurando uma fantasia sexy e pentelhando como se fosse uma adolescente novamente. Mas nada disso aconteceu. Eu estava com uma aflição cada vez mais crescente, já que desde o dia do churrasco na casa de Pierre nada demais havia acontecido. E já era quinta-feira.

Naqueles últimos dias Elizabeth estava chegando mais tarde em casa, ao que parecia estava dando aulas extras depois do seu expediente. Quando chegava ao apartamento estava com um sorriso cansado e tendo de aturar minhas comidas instantâneas ou algo bastante simples. Passávamos uma hora ou duas juntas assistindo televisão ou conversando. Eu não tinha coragem de fazer algo a mais, apesar de tudo eu não tinha tanta percepção do momento certo para fazer as coisas e isso me deixava acuada. Precisava fazer algo urgentemente e isso estava me matando! E o pior? Henrique ainda cheirava a ameaça para mim. Uma das primeiras coisas que fiz na segunda-feira assim que cheguei ao apartamento foi perguntar do garoto para a minha ruiva. Ela deu de ombros e apenas disse que ele não tinha ido. Porém terça-feira ela havia chegado um pouco hesitante e revelado, com todo o seu jeito gentil e diplomático, que ele tinha ido procura-la para pedir desculpas e até convidado para sair como sinal de "paz". Minha sorte foi que Elizabeth inventou que estaria ocupada naquele final de semana.

Eu precisava fazer algo, só não sabia o que! Cortejar já não era mais fácil quanto parecia a princípio, não quando o destino de meu coração estava em jogo. Soltei um longo suspiro e fiquei olhando para a tela de meu computador dividindo minha atenção na produção de uma arte gráfica e os problemas que estava enfrentando. Encontrava-me tão distraída que não notei quando Aline, minha chefe, apareceu ao meu lado e me chamou. Assim eu tomei um baita de um susto quando ela bateu no espaço da mesa ao lado de meu teclado, me fazendo pular na cadeira e levar prontamente a mão para o peito.

-Ai que porra... Aline! – os restos das palavras de xingamentos morreram assim que eu vi quem era.

-Em que mundo você estava? – inquiriu minha patroa entre curiosa e irritada – Te chamei umas três vezes!

-Desculpa, foi mal – pedi com sinceridade, pigarrei para tentar me concertar e a encarei com um sorriso descarado – Em que eu posso ajudar a minha linda, morena e gostosa chefezinha?

Ela revirou os olhos tentando não sorrir. Aline era bissexual, mas casada e mãe de uma garotinha de cinco anos. Dirigia todo aquele lugar com mãos de ferro, não aceitando um erro sequer ou atrasos. Mas era uma das pessoas mais justas e direitas que eu conhecia, além de ficar linda com aquele terninho feminino.

-Estou querendo que você pegue um trabalho extra, para um amigo que está tentando abrir uma empresa no Rio. Preciso que faça isso agora, transfira o seu trabalho para o Davi – Aline começou a falar naquele tom mandão que já era natural dela – Preciso que seja rápida e criativa.

-Posso tentar negociar? – ousei pedir arqueando uma sobrancelha.

-Tente.

-Se eu conseguir adiantar e terminar antes, eu posso ter à tarde de sábado livre?

Uma boa forma de começar algo com minha menina era tendo um tempo livre para ela. Começar a trabalhar às oito horas da manhã e chegar ao apartamento às sete e meia da noite não ajudava em nada a ter um momento diferente com Liz. Aline olhou-me franzindo o cenho, com uma expressão curiosa, cruzou os braços antes de me perguntar:

Ma ChèrieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora