Capítulo 4

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     No espelho do elevador, o batom vermelho parecia exagerado, a roupa parecia sem graça, e o cabelo bagunçado. Mesmo que no dia anterior eu achasse que estava perfeita, agora nada me agrada. O elevador sobe dois andares ele para e pega algumas pessoas depois mais alguns andares até que para nós meu.

Desço e olho novamente para o elevador pensando se voltar para o serviço fosse a escolha certa, talvez não. Não depois de ontem.

Me dirijo até a sala da presidência e bato timidamente na porta, ouvindo um "Entre" quase sussurrado.

_Bom dia Senhor Philip. - Digo deixando minha voz vacilar apenas uma vez.

_Temos uma reunião e já estamos atrasados dez minutos. - Dia irritado. - Você sabe que eu odeio atrasos Smith.

_Desculpe. Estou pronta, vou só pegar algumas planilhas. - Digo firme agora. Está tudo normal.

Seguimospara a sala de reunião, tudo parecia quase normal. Mas olhar debochado que Erick Philip me mandava as vezes, me faziam querer pular no pescoço dele e beijá-lo de novo. Que? Pera, eu quero pular no pescoço dele e estrangular ele.

Meu telefone começa a tocar no meu bolso e recebo um olhar de advertencia por cima do ombro do meu chefe. Antes de desligar vejo que é um numero desconhecido. Estranho.

Despois de uma reunião extremamente chata com o pessoal criativo, voltamos pra sala da presidência e fomos trabalhar. A todo momento eu conseguia sentir o olhar de Erick Plhilip em mim.

_Com sua licença senhor Philip. O senhor precisa de algo? - Pergunto séria, sentindo seu olhar cair de mim para a papelada.

_Não Smith. - Diz e ali morre a conversa até o meio dia quando fui liberada.

[***}

_Alô? - Atendo o mesmo número que me ligou mais cedo.

_Alicia? - Diz a voz doce da noite anterior. É uma voz calma, intensa, relaxada. Repleta de paciência,

_Diego? - Ouso a risadinha dele do outro lado da linha. - Como conseguiu o meu número?

_um passarinho ruivo me passou. - Solto uma risadinha. - Vai almoçar agora?

_Vou sim, como sabia?

_Meu passarinho ruivo é muito útil. - Reviro os olhos mesmo sabendo que ele não poderia ver. - Bom, eu tentei ligar mais cedo para saber se você aceita almoçar comigo, mas não consegui falar com você.

_E como eu vou saber se você não é um assassino /sequestrador de moças inocentes? - Pergunto sorrindo boba.

_Não vai. - Diz descontraído. - Vai ter que confiar em um possível assassino/sequestrador de garotas.

Sorrio em duvida e acabo concordando com o almoço. Não tenho nada a perder mesmo.

Em dez minutos ele me pegou em frente a empresa. Fomos a um restaurante e descobri que ele é uma pessoa incrível. Gosta dos mesmos livros que eu, das mesmas músicas e por incrível que pareça a cor preferida dele também é azul.

_Adorei a tarde. - Sorrio para ele dentro do carro.

_É, não foi tão insuportável quanto eu pensei que seria. - Diz me fazendo sorrir junto.

_Eu adoro covinhas. - Digo e analiso seus olhos verdes, que me observavam atentamente.

_Eu adoro morenas. - Diz e eu ergo uma sobrancelha. - Especialmente a que se encontra no meu carro.

_Como pode adorar algo que não conhece? - Pergunto tranquila.

_"Porque amar é aventurar-se no desconhecido... é arriscar-se sem medo." - Diz e eu sorrio. - Direta de O pensador.

Solto uma gargalhada e ele sorri. Desço do carro e ele também. Assim que me aproximo da porta ele segura minha mão e beija meu rosto.

_ Espero que tenhamos mais tardes como estás. - Sorri e vai embora, me deixando ali com um sorriso plantado de orelha a orelha.

[***]

Escuto batidas frenéticas na porta. Parecia que iriam demolir a casa, olho para o despertador e vejo que são 7:45 da manhã, quem é a praga que me acordaria as sete horas em um domingo. DOMINGO.

Levanto pacientimente, sentido minhas bochechas esquentarem de raiva enquanto eu abria a porta. Assim que abro dou de cara com um par de olhos negros me encarando, e por incrivél que pareça, com as bochechas coradas.

_Oi. - Diz ele com os olhos brilhando de vergonha.

_Tinha que ser, tinha que ser você. - Digo irritada e ele me olha com os olhos agora confusos. - Tinha que ser você a praga que me acorda as SETE da MANHÃ EM UM DOMINGO, ERICK PHILIP É DOMINGO. - Digo irritada. Odeio que me acordem cedo num domingo. ODEIO.

_Desculpe, é que você esqueceu sua jaqueta no escritório, tentei falar com você ontem mais a recepcionista... como ela chama... a...

_Mia.

_A Mia disse que você estava em um encontro. então não quis incomodar. - Diz ele.

_Porque não pediu pra ela me entregar? - Pergunto confusa. - Ou não esperou até segunda?

_Hoje é um dia frio e eu não quis incomodar a Mia. Nem você Smith. - Diz e quando ele vai se virando para ir embora a consciência pesa, ele veio aqui só pra me entregar a blusa.

_Alicia. - Digo e ele me olha. - Não estamos no escritório, pode me chamar de Alicia, ou Aly se preferir.

_ Okay então, Alicia. - Diz endurecendo a face novamente. Ele se vira e vai embora. Que cara estranho.

[***]

_Me conta tudo. - Diz Mia invadindo meu apartamento por completo. - Ele te beijou? Eu sei, primeiro encontro, muito cedo pra um beijo. Mas você tem que deixar de ser tão puritana. Meu Deus Alicia. Porque você não beijou aquele Deus Grego. - Disse tudo muito rápido tornando difícil ate entender.

_Mia, vai com calma. - Ele me olha com as mãos na cintura batendo o é no chão. - Foi tudo tranquilo, não beijei ele. E Essa manhã Erick Philip teve aqui.- Digo e ela arregala mais ainda mais os olhos.

_QUEM? - Grita.

_Veio me trazer minha jaqueta que eu esqueci. - Digo e ela ergue uma sobrancelha e eu sinto minhas bochechas corarem na hora.

_SA-FA-DA. - Grita Mia. 

Desejo e Nada MaisOnde histórias criam vida. Descubra agora