Capítulo 1

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De olhos fechados ainda, eu podia sentir que algo estava mudando. Que de repente, a cama era mais pequena do que realmente era, que o cobertor era mais quente e pesado do que deveria ser, que a claridade estava mais clara do que nas outras manhãs.

Deitada, eu já conseguia prever que hoje seria um dia difícil. Me levantar parecial algo impossivel de se fazer. Mas eu teria que o fazer, um serviço me esperava, não é mesmo?

Chuto as cobertar que pesavam sobre meu corpo, levanto meu corpo e consigo sentir a preguiça me consumindo, se minha mãe estivesse aqui ela diria que eu não estou com preguiça, e sim que a preguiça está comigo.

Era segunda feira e minha cabeça latejava pelo fato de eu ter tomado todas na madrugada anterior. Tomo um banho quente e vou para a frente do meu armário, e foi ai que eu percebi, eu não tinha nada de legal para usar. Acabo optando por uma saia social cinza e uma camiseta branca com um blazer da mesma cor que a saia.

Peço um Uber enquanto eu tomo café e assim que o celular avisa que o carro chegou eu saio e vou para a empresa, assim que desço na porta da empresa, pago o Uber e entro no local, me dirijo para o elevador mas sou impedida bruscamente, me desequilibro do salto e caio de bunda no chão, minhas pernas estão meio aberta, deixando o homem que me derrubou ver minha calcinha. 

     Seus olhos ficam fixa na mesma e sua boca começa a formar um sorriso cafajeste.

     Sinto minhas bochechas começarem a esquentar e meu coração disparar, merda. Me coloco de pé e viro a mão e deixo ela ir com força na direção daquele homem. Assim que minha mão esquentou sua cara, abaixo a cabeça com as bochechas totalmente vermelhas e pego o elevador, assim que entro vejo o senhor Humberto.

     _Olá Humberto, o senhor acredita que no térreo um homem me derrubou e ficou babando na minha calcinha? - Digo e ele sorri.

     _Você é uma moça jovem Alice, qualquer um olharia. - Diz e eu começo a pensar se bater nele não foi demais. - Alice, não vá pra sua mesa ainda, estou só esperando uma pessoa chegar. - Diz e eu consigo sentir sua voz amarga ao falar da tal pessoa. - Já era para estar aqui.

     _Olá pai, desculpa a demora. - Diz e eu me viro para ver quem é, e quando eu vejo sinto minhas pernas bambearem, é o homem que eu bati no térreo. Droga. - Você?

     _Você se conhecem? - Humberto diz.

     _Essa doida me bateu, ela se jogou no chão e abriu as pernas e queria que eu olhasse para a lua. - Diz e eu fico totalmente inconformada com o que aquele idiota falou. 

     _Esse ano vai ser um ano muito interessante para os dois. - Diz Humberto com um sorriso doce nos lábios. - Alice, estou tirando um ano sabático. Quero descansar, viajar e levar minha mulher comigo. Então vou deixar Erick no comando de tudo.

     Sinto minhas pernas amolecerem, Meu Deus, estou demitida.

      _Então eu já vou filho. - Ele se aproxima e beija a bochecha do mesmo e sorri. - Boa sorte.

     Assim que o Humberto sai eu logo caço meu rumo e vou para minha mesa, mas minha consciência continua pesada, eu peguei realmente pesado com aquele cara, e eu deveria pedir desculpas, não é porque ele é meu chefe, é que eu realmente fui irracional.

      Bato na porta e logo escuto um "Entre". Olho para dentro da sala e vejo um homem terrivelmente bonito trabalhando, eu não tinha visto o quanto esse homem transpira sensualidade. Meu Deus. Cabelo loiro e olhos extremamente escuros, sua boca é bem definida e sua pele é de um tom bronzeado, chamativo. 

     _Licença, eu queria falar com o senhor. - Digo e ele levanta a cabeça e me olha com aqueles olhos de juiz. Ele analisa tudo,  do meu cabelo ao meu pé, seu olhar mais critico.

     _Eu também, Smith, não tolero atrasos, enquanto você trabalhar não quero ouvir de nenhum outro assunto a não ser trabalho, você está aqui pra isso afinal. Você não vai entrar sem bater e só vai sair quando eu autorizar, para almoçar você tem que me avisar dez minutos antes. - Ele me lançou um olhar feroz, senti cada pelo do meu corpo se eriçar. - Suas roupas parecem de uma vovó, passe a usar roupas mais modernas.

     _Cl-Claro. - Digo catatônica com tudo que ele jogou em cima de mim, qual o problema desse cara. 

     _E outra, a próxima vez que eu ouvir sequer boatos de você batendo em alguém, sua próxima parada é a rua. 

     Quando ele fala tudo, não me arrependo nem um momento pelo tapa, fico é com vontade de dar outro. Fico esperando para ver se ele fala alguma coisa e vou me direcionando para a porta.

     _Eu te autorizei? 

     _Autorizou o que?

     _A sair? Eu acabei de falar que você só sai com autorização. - Esse cara tem o que? Dez anos de idade?

     _Eu posso senhor?

     _Claro.

     Aonde eu enforco esse humano? Se eu coloco as mãos nele. Olho bem para seus olhos e sinto um arrepio percorrer meu corpo inteiro, uma eletricidade chegou a arrepiar meu cabelos da nuca. Virei as costa e sentei em minha mesa que ficava na porta da sala do Senhor Eu sou Seu Chefe.

     Não sei porque, mas não tenho um bom pressentimento sobre esse sujeito.

Desejo e Nada MaisWhere stories live. Discover now