Capitulo 2

1.7K 137 2
                                    

     A convivência com Erick Philip estava cada dia mais impossível, ele era arrogante e extremamente idiota, falava sempre com arrogância e impunha defeito em tudo que eu fazia, falava e até mesmo escutava.

Tudo girava em torno dele, todo dia ele saia na capa de alguma revista com frases como: "Erick Philip assume negócios do pai", "Erick Philip solteiro mais cobiçado do Estado assume negócios de pai", "Bonito, inteligente e responsável, Erick Philip o solteiro da vez assume empresas Price".

_Senhor Philip a revista LineOn perguntou se o senhor tem tempo pra uma entrevista na sexta a tarde? - ele me encara e faz um gesto com a mão para mim continuar com a sua agenta. - Temos uma reunião com os Espanhóis que fizeram questão de vir da Espanha para negociar com o senhor pessoalmente, também temos uma reunião as 5:00 com o pessoal do departamento criativo.

_Diga a LineOn que desmarque e remarque para segunda a tarde, os Espanhóis são nossa prioridade hoje, desmarque a reunião com o pessoal do criativo para amanha cedo, mais ou menos as 7:30 da manhã. - Ele analisa alguma coisa em sua agenda e dois me olha novamente. - Desça ate a direção criativa e peça pra subir a Camila, quero passar algumas coisas pra ela passar pro Eduardo. Depois desça e me busque um café na Starbucks.

Peço permissão e chamo a Camila e desço direto até a recepção indo ate o Starbucks, assim que entro reparo que um funcionário novo está no balcão leio se longe o nome dele, Mick. Vou ate o balcão e peço um café preto com duas colheres de açúcar e um pouco de caramelo, subo até a sala do chefe e bato na porta ouvindo um baixo "entre". Assim que entrei caminho ate ele.

_Preto, duas colheres de açúcar e uma de caramelo. - Digo e assim que vou entregar tropeço no tapete e derramo o café inteiro nele deixando meu corpo cair por cima dele.

Sinto minhas bochechas coragem e em uma tentativa falha de me levantar caio para o lado batendo a cabeça com forca no chão derramando o resto do café em cima de mim. Ele me olha com os olhos arregalados, levanto as pressas sentindo o café queimar minha pele por debaixo da blusa.

_Aaaaiii, aiii, ai, aí. - Disse puxando o tecido fino da camiseta branca. Assim que vi o estrago palito do meu chefe corri ate ele. - Perdão, perdão. Não sei o que aconteceu. - Disse enquanto estragava o palito rapidamente com a antebraço sujando ainda mais minha camiseta branca.

_ Senhorita Smith... - Disse mais eu não parei. - Você ta sujando mais... - Ainda não parei. - Smith. - comecei a esfregar mais rápido. - ALICIA.

Disse alterando a voz, ergui minha cabeça e por alguns segundos me perdi naqueles olhos negros, ele me encarava com uma intensidade que fazia meu corpo inteiro responder se ascendendo e se arrepiado, minha boca estava entreaberta e cada vez mais próxima da dele, foi quando ouvimos um bater na porta e no susto eu pulo e acabo caindo de bunda no chão, em cima do café derramado.

_Senhor Philip mandou me chamar, pergunta a voz fina e enjoativa do outro lado da porta.

Em um único puxão Senhor Philip e coloca de baixo da mesa e fala em um tom forte.

_Entra. - Diz e a porta é aberta, escuto o bater de saltos agulha no piso de mármore. - Senhorita Miller. Quero que confirme comigo a agenda do Eduardo, não sei se vou poder comparecer na reunião amanhã, então talvez eu queira que ele assuma a reunião com o auxilio da minha assistente. - Diz tudo muito seguro e mandão.

_O que aconteceu aqui? Está uma bagunça de café. - Pergunta confusa.

_Minha secretaria muito incompetente derramou tudo, mas ela já foi buscar um pano para limpar. - Diz ele é eu fico mais quieta que nunca.

_Quer ajuda para limpar seu terno, posso ajudar a tirar o palito... - diz em um tom baixo e sensual ate demais.

_Não, já sou bem grandinha para saber me cuidar sozinho. - Diz ele em um tom irônico.

_Desculpe senhor. - Diz ela, pede permissão e se retira.

Saio de baixo na mesa e o olho incrédula.

_Qual o seu problema? - Ele pergunta e eu arregalo meus olhos, agora sim eu estava demitida.

_Nenh... - ele me interrompe levantando brutalmente da cadeira quase derrubando a mesma.

_Você precisa aprender a se controlar, estou todo sujo, você está imunda, minha sala está totalmente suja. Você e uma irresponsável, eu não sei como o Humberto te manteve aqui por todo esse tempo, é ineficiente, desastrada, irresponsável e inútil. - Grita ele furioso. - Se eu te demitir você nunca vai conseguir outro emprego, porque você e inútil, INÚTIL.

Sinto meus olhos lacrimejaram, eles embaçam e eu não consigo enxergar nem mesmo o homem que gritava comigo sem para.

_Foi só ca-ca-café. - Digo tropeçando nas palavras.

_Não garota, não foi só café. Foi um terno que possivélmente nem trabalhando o resto da sua vida você vai conseguir pagar. Foi um carpete que custa basicamente sua casa. Foi...

_Pode para. - Grito por cima da voz dele. - Você ta pensando que só porque você é meu chefe que eu vou aceitar você falar assim comigo? Se está pode ir tirando o cavalinho da chuva. Você tá se achando o tal só porque tem mais dinheiro que eu? So para esclarecer, dinheiro nunca trouxe felicidade, mas é claro, coração vazio mente vazia. - Digo e saio da sala batendo a porta.

Acho que eu exagerei um pouco.

Assim que saio da sala, que estou quase chegando no elevador me lembro que eu esqueci a bolsa e sem ela eu não tenho nem dinheiro e nem a chave de casa. Ou seja vou ter que passar por cima do meu orgulho e voltar lá para pegar minha bolsa.

Olho para minha roupa e minha camiseta branca está suja, minha saia também, estou literalmente "doce" como diriam Munhoz e Mariano.

Volto em passos de formiguinha, e com meu orgulho e minha dignidade completamente destruídos eu entro na sala novamente, ele não se encontra mais em pé, ele se sentou e está com os olhos vagos erguidos para o teto, seu pescoço está deitado sobre o encosto superior da cadeira e seus braços estão largados por cima da mesa.

Assim que ele escuta a porta se abrindo ele abaixa a cabeça e me encara intensa e continuamente.

_Esqueci a bolsa. - Disse em uma voz fina e amedrontada, agora a coragem toda me esvaio e eu voltei a ser o gatinho medroso.

Ele apenas confirma com a cabeça e não fala mais nada, sigo até a porta. Preciso arrumar outro emprego o quanto antes.

Desejo e Nada Maisजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें