Cap 18 | Chegando a Cair Paravel

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Eles iam no barco em direção ao castelo. Lúcia sentia a brisa do mar e isso lhe trazia belas lembranças.

- Que saudades que eu tinha. - disse para Edmundo.

- Eu também estava morrendo de saudades de tudo isso. - respondeu ele.

- Até eu senti saudades. - admitiu Eustáquio.

- E eu que nunca estive aqui, morria de vontade de conhecer Nárnia. - disse Jill.

- Todos nós estávamos com saudades. Muitas saudades. - disse Pedro, e olhou para Susana. Ela apenas olhou para o castelo e assumiu um ar melacólico outra vez.

"Daqui a pouco conhecerei a rainha de Caspian. A garota que roubou ele de mim.", pensava ela. Até agora, Caspian não havia contado a eles que Lilliandil havia morrido, ou melhor, voltado a ser estrela. Para entendermos melhor, irei explicar: quando uma estrela "morre" no mundo de Nárnia, o que morre é sua forma humana, aquela que não brilha tanto quanto a forma de estrela, mas a sua forma como estrela não morre, dura para sempre, se descansar de tempos em tempos. Mas essa estrela não pode mais viver entre os da terra.

O barco já estava quase chegando ao porto de Cair Paravel. Caspian não desgrudava os olhos de Susana, que sentia sua pele ficar quente com o olhar dele. "Por que ela está me ignorando? Eu estava quase louco atrás dela, e ela mal olhou na minha cara!", pensava Caspian.
Chegando ao porto, desembarcaram e foram para o castelo. Dois centauros abriram os portões, e eles entraram.

- Salve, Majestade! - disse um deles - Visitantes?

- Seus reis e rainhas da Era de Ouro! - respondeu Caspian.

- Grande Rei! - curvaram-se - Majestades!

- Salve, Aslam! - respondeu Pedro.

Eles entraram e na mesma hora se sentiram em casa. Afinal, estavam em casa.

- Eu preciso de um banho. - disse Susana - E roupas.

- O que tenho agora são as roupas da minha falecida esposa. - disse Caspian, assustando a todos - Algo deve servir em vocês.

Todos estavam de olhos arregalados, perplexos.

- Fa-faleci-cida? - perguntou Lúcia, sem saber o que pensar.

- Lilliandil morreu?! - perguntou Edmundo, perplexo.

- Sim. A mais de duas semanas, uma serpente mágica a matou. - disse ele, sentindo tristeza ao lembrar.

- Sentimos muito. - falou Pedro, consternado.

- Eu sinto mais, Grande Rei. - disse Caspian, engolindo a vontade de chorar com aquelas lembranças trágicas.

- Que pena. - sussurrou Eustáquio, com olhos marejados.

- Mas ela está brilhando no céu com sua forma de estrela. Isso significa que eu não a perdi por completo, sempre que sentir falta dela, só preciso olhar para cima. Ela é a estrela mais azul ao leste. - falou Caspian, ignorando o olhar triste de Susana - Fomos muito felizes juntos. Mas agora vamos lá para cima, no andar dos aposentos. Nós, cavalheiros, vamos para meu quarto, lá emprestarei roupas para vocês. As damas vão para o aposento da rainha, onde mandei colocar todos os pertences de Lilliandil, usem o que quiserem.

Todos foram tomar banho e se arrumar para o almoço. As roupas de Caspian cairam como uma luva para os meninos.

- Eustáquio apesar de mais novo, está do nosso tamanho. Cresceu muito rápido. - disse Edmundo, rindo - Também, depois que o convenci a se exercitar e praticar luta.

- Me bater muito também nas lutas. - resmungou Eustáquio, fazendo seus primos rirem.

Eles se vestiram, estavam como verdadeiros reis. Agora limpos, cheirosos e penteados.

- Aqui estão seus pertences, Grande Rei. - disse Caspian, entregando a Pedro o escudo com a figura do Leão Vermelho de Nárnia, e a espada dele, que ele ganhou antes de se tornar o Magnífico.

Entregou também a coroa de Pedro, e pronto, à frente deles surgiu o Grande Rei Pedro de Nárnia, o Magnífico, imponente e temido.

- Aqui a sua coroa, seu escudo e sua espada, rei Edmundo. - e entregou as coisas a Edmundo.

Ele colocou o escudo preso às costas e a espada presa na cintura, e a coroa na cabeça. E surgiu o rei Edmundo de Nárnia, o Justo, valente e sedutor.

- Aqui Eustáquio, isso é pra você. - e entregou a ele uma espada e um punhal, além de um aro de ouro que ele pôs na cabeça.

Eustáquio ficou um verdadeiro príncipe. Estava muito bonito e tinha uma expressão de coragem no rosto. Caspian também pegou as coisas dele, e o que já era bonito, ficou mais ainda.

- Vamos. - disse ele - Esperamos as damas lá embaixo.

- Daqui que as meninas se arrumem... - disse Edmundo - Até que Lúcia é rápida, mas Susana, haja paciência.

- É verdade. - riu Pedro.

- Jill é rápida, vai ser a primeira a terminar. - disse Eustáquio.

Eles foram para a sala dos tronos, onde estavam Caça-Trufas, Trupkin e Drinian à espera deles.

- Majestades! Alteza! - fizeram uma reverência quando eles entraram.

- Nosso Caro Amiguinho! - disse Pedro, indo cumprimentar Trupkin.

- É N.C.A, Pedro. - corrigiu Edmundo, rindo.

- Vossas Majestades ainda lembram disso. - disse o anão, sorrindo.

Enquanto todos se cumprimentavam ainda, apareceram Lúcia e Jill.

- N.C.A! - gritou Lúcia, correndo até o anão e o abraçando.

- Como Vossa Majestade cresceu! - disse ele.

- Estou mais velha. - sorriu ela - Caça-Trufas! - disse, indo cumprimentar o texugo.

- Vossa Majestade está muito bonita. - disse Caça-Trufas.

- Obrigada. Esta é Jill, nova amiga de Nárnia.

- Prazer em conhecê-los. - disse Jill.

- O prazer é nosso. - disse Trupkin, beijando-lhe a mão.

- Onde está, Susana? - perguntou Eustáquio.

- Eu disse que aquela lá demorava. - falou Edmundo.

- Quando saimos ela tinha acabado de tomar banho. - disse Jill, rolaando os olhos.

- Ainda! - admirou-se Pedro - Melhor alguém ir chamá-la.

- Eu vou... - disse Lúcia, que foi interrompida por Caspian.

- Deixe que eu chamo. Eu preciso falar com a irmã de vocês.

- Claro. - concordou Pedro, balançando a cabeça com um sorrisinho.

E Caspian saiu, um tanto quanto nervoso.

E Caspian saiu, um tanto quanto nervoso

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Livro 1 As Crônicas De Nárnia - Aslam Os UniuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora