Cap 14 | Jill aventura-se em Nárnia

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Agora vamos deixar um pouco de lado o grupo de Caspian, e vamos falar da nossa mais nova amiga de Nárnia, apesar dela não saber que está em Nárnia, ou pelo menos ainda não caiu a ficha que veio parar na terra mágica que seu amigo Eustáquio tanto lhe falava.

Quando Jill Polle acordou, encontrava-se deitada no meio de um campo de rosas azuis. Ela abriu os olhos e tampou-os imediatamente por causa da claridade, sua cabeça estava doendo muito e ela estava enjoada, pois era a primeira vez que era transportada para outro mundo. Sentou-se e aos poucos foi se acostumando com a claridade, descobriu os olhos e olhou em volta. Julgou estar sonhando, levantou-se e acabou ferindo um dedo com um espinho. Deu um grito com a dor e sentiu-se totalmente desperta.

- Oh céus! Onde estou? Que é isso? O que está acontecendo? O quê... Minha nossa! O que é isso? Oh céus! Oh céus! - ela exclamou, girando o corpo para olhar em volta atordoada e entrando em pânico.

Jill começou a andar em volta até sair do campo de rosas azuis e entrar na floresta. Tinha os olhos arregalados de medo. Pois quando desmaiou era noite, e agora já era dia.

- Será que fui raptada e abandonada aqui? Onde estão papai e mamãe? Quem me deixou aqui? Que lugar esse? Oh céus! - a lourinha já estava tendo uma crise de nervos.

Caminhou mais um pouco e ouviu barulho de gente conversando e rindo, umas vozes baixinhas, outras grossas e ásperas, outras esganiçadas, já outras suaves e profundas, e outras muito engraçadas. Foi ver o que era e quando chegou na pequena clareira ficou boquiaberta, sem reação diante do grupo de anões, faunos, dríades e animais muito diferentes dos animais comuns que ela estava acostumada. Jill entrou em choque. Até que um texugo a viu e se aproximou dela.

- Olá, filha de Eva. Quem é você? - perguntou amigavelmente o texugo.

Jill arregalou os olhos, deu um berro e desmaiou na mesma hora.

Quando acordou estava deitada sobre uma mesa de madeira com todos aqueles seres ao redor dela, e uma anã com uma carinha muito engraçada estava passando uma toalha macia e molhada com algo muito cheiroso em seu rosto.

- Onde estou? - murmurou a pobre menina.

- Em Nárnia, querida. - respondeu um anão vermelho, que tinha um ar de ser uma boa pessoa.

- O quê?! - imediatamente lembrou das histórias de Eustáquio, sentou-se e olhou em volta, e viu todas aquelas diferentes criaturas. E também lembrou que os nárnianos eram muito bondosos, como lhe dissera Eustáquio.

- Está em Nárnia, meu bem. - respondeu a anã que estava cuidando dela.

- Quem é você? - perguntou o texugo que havia visto Jill chegar - Você desmaiou do nada quando eu fui falar com você.

Jill respirou fundo, após ter passado o pânico do princípio, pensou para si mesma: "Calma, Jill. Animais falam e isso é normal em Nárnia! E Nárnia existe!".

- Me desculpe, - disse ela, ainda com a voz trêmula - sou Jill Polle. Sou de um país chamado Inglaterra, que fica em um continente chamado Europa. Moro em uma cidade chamada Londres. Isso tudo fica em um planeta chamado Terra.

- Com trinta mil diabos, - exclamou um anão, fazendo Jill assustar-se com seu modo de falar - nunca ouvi falar de nenhum desses lugares! Onde tudo isso fica? Sou péssimo em Geografia!

- Esse planeta fica numa galáxia chamada Via Lactéa. Em outro universo diferente desse. Outro mundo. - respondeu Jill, ela já sabia como tudo devia ter acontecido, fora parar em outro mundo, tinha que se apresentar direito.

- Oh! - disseram todos.

- Sou do mundo dos filhos de Adão e Eva. Sou uma filha de Eva. - completou a menina, alegre por saber como falar na presença dos nárnianos. Ela aprendeu muito com as histórias de Eustáquio.

- Sendo assim, seja bem-vinda. - disse um centauro, que vinha chegando - Os filhos de Adão e Eva só vem para Nárnia quando há algum mal a caminho. E eu vi nas estrelas que algo muito ruim está prestes a cair sobre Nárnia.

Jill levou um susto ao ver o enorme centauro.

- Sua Majestade, o rei Caspian está a caminho com a rainha Lúcia e o rei Edmundo, junto com eles o princípe Eustáquio e o nosso Grande Rei Pedro. Você deve se juntar a eles. - continuou o centauro.

- Espere... Eustáquio? Princípe? - Jill deu uma gargalhada, já estava se sentindo mais a vontade com todos ali, pois não pareciam ser maus.

- Sim, Sua Alteza acompanhou o rei Caspian em suas navegações até o fim do mundo e foi coroado princípe de Nárnia por seu primo, nosso justo rei Edmundo. - falou o texugo.

A menção do nome de Edmundo fez Jill estremecer. Mas logo se recompôs.

- Caraca! - exclamou a menina - Era tudo verdade o que aquele chato dizia!

- Levarei você até o rei duas horas após o almoço. - disse o cantauro, e em seguida saiu.

Jill passou a manhã conversando com seus novos amigos, ajudou em algumas tarefas do dia a dia do pequeno grupo, dançou com faunos e dríades e tomou banho com as ninfas do deus do rio. Era um sonho para ela estar no meio daqueles seres que povoaram a sua infância e imaginação. O almoço foi muito agradável, quando se passaram as duas horas, o centauro chegou.

- Vamos, filha de Eva. Monte nas minhas costas, vamos ao encontro do rei.

Jill, não tinha a menor ideia do que estava acontecendo, mas obedeceu. Montou no centauro, com todo o respeito, pois sabia que era uma honra muito grande montar um centauro. Eles partiram e andaram por muito tempo, anoiteceu e pararam para comer. Jill havia levado um lanche que uma anã lhe preparou e o centauro comeu folhas e frutas. A floresta já estava escura, a noite estava bem avançada. Jill poderia ter ficado com medo, se não estivesse tão excitada com a nova aventura em que estava.

Quando a lua já estava alta, e o frio era de bater o queixo, Jill avistou a luz do que parecia ser uma fogueira, e pode discernir pessoas ao redor. Eles se aproximaram e todos se levantaram e puseram-se em posição de ataque.

- Quem está aí? - ouviu-se a voz de Caspian.

- Centauro Passo-Firme saúda Vossa Majestade e Suas Mejestades da Era de Ouro, além de Sua Alteza e nossos guerreiros. - gritou o centauro - Trago comigo uma filha de Eva que veio de além-mundo.

O coração de Caspian quase parou, só podia ser Susana, só faltava encontrar ela.

- Su! - gritou Pedro.

Passo-Firme veio para perto do grupo e a luz da fogueira iluminou-lhe.

- Maninha, venha! Estamos em Nárnia, eu te disse que nunca devia ter esquecido Nárnia, ela faz parte de nós. - disse Lúcia, alegre e dando um passo à frente.

- Desce daí, Su! - disse Edmundo, tentando ser brando, pois achava que a irmã estava envergonhada.

- Prima? - chamou Eustáquio, percebendo que o corpinho mal iluminado pela fogueira era muito pequeno para ser sua prima. Susana era alta. E também os cabelos estavam muito compridos, os de Susana apenas chegava-lhe ao meio das costas.

- Susana? - disse Caspian, com voz emocionada.

- Não é Susana. - falou Eustáquio.






 - falou Eustáquio

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Livro 1 As Crônicas De Nárnia - Aslam Os UniuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora