Eu já sabia...

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Na manhã seguinte do dia anterior, eu estava de tão bom humor, que até acordei cedo. Os raios de sol batiam contra minha janela e iluminavam o meu quarto, o deixando em uma tonalidade levemente azulada, por conta das cortinas.

Lá em baixo, na cozinha, minha mãe preparava o café, que ao sentir seu aroma, sentei-me a mesa de imediato.

- Sem leite por favor - brinco.

- Sim, Srt - devolve minha mãe -, Acordou cedo hoje. Caiu da cama?

- Não, não - disse sorridente.

- Hum...

Depois de tomar aquele café da manhã reforçado, dona Marcelina - minha mãe -, me deu uma carona até a escola. Ao chegar a porta de vidro, estava mais do que consumida pela ansiosidade. Várias perguntas me rondavam, e eu não tinha certeza, de ter a resposta para todas elas.

"Será que Castiel vai fingir que nada aconteceu?"

"Será que eu vou conseguir me comportar direito?"

Perguntas como essa, rondavam minha cabeça ao ponto de me deixar tonta. Resolvi deixá-las de lado, ao menos por agora. Andei por todo o pátio e encontrei alguns alunos novos. Bia, que era amiga da Ambre, desde aí, já vi que não nos daríamos bem. Fui mais adiante, entrando na sala do grêmio, afim de encontrar Nathaniel, mas o que vi foi só uma menina morena de olhos azuis.

- Hã... Oi...

- Oi, você que é a famosa Alya?

- Sou... espera, famosa?

- Sim. Nathaniel falou muito de você.

- Falou? Quando?

- Ah, logo quando você entrou na escola.

- Hum... E, como é seu nome?

- Melody. Eu ajudo o Nathaniel com os assuntos de representante de turma.

- Ah... e você sabe onde ele está agora?

- Parece que foi falar com a diretora.

- Hum. Prazer em conhecê-la, mas tenho que ir para sala. Tchau - digo acenando. Com apenas um sorriso ela se despede. Uma moça gentil e educada, será que ela e Nath são só amigos?!

Fui em direção a sala de aula e antes vi Ambre fofocando com suas amigas, parece que Kim, fazia parte do grupo agora. Deve ser por querer se vingar de mim com o seu término com o Castiel. Passo ao lado delas, e quando as cinco - incluindo Bia -, me olhão, de imediato começam a rir. Não entendo nada e vou direto para a sala de aula. Lá vejo Rosa e Íris conversando, e Castiel ao fundo sentado sozinho. Ele estava como sempre ficava quando estava chateado: debruçado sobre a mesa, e de cabeça baixa. Ia em sua direção quando as meninas me viram e começaram um mini escândalo.

- Alya, Alya. Você viu o estagiário de jardinagem que está aqui? - perguntou Íris.

- Não...

- E o carinha do basquete? - perguntou Rosa.

- Não...

- Aff, Lya. Eles são dois gatos! - Rosalya disse, dando uns gritinhos com Íris logo depois.

Eu estava incomodada com a imagem de Castiel, ali, sozinho. Sem mais nem menos me levantei da mesa das meninas e fui falar com ele. Queria saber o que estava acontecendo!

- Castiel?! - vejo seus olhos sob seus braços... estavam chorosos e tristes - Aconteceu alguma coisa?

- Não...!

- Hã... Tá bom... Posso, sentar? - ele apenas da de ombros, o que me faz ficar mais confusa sobre seu estado - Hey. Tem certeza de que você não está me escondendo nada?!

- Pare... pare de me encher!

Que estranho. É como se ele não quisesse me falar essas coisas, mas fala mesmo assim. O que está acontecendo? Não me atrevo a falar mais nada. Sua cabeça está para baixo e não posso ver a expressão em seus olhos. Resolvo tomar uma atitude, se Castiel não vai me contar, não quero irritá-lo. Levo minha mão esquerda a sua cabeça, e começo a afagar seus sedosos cabelos vermelhos. Por um instante, sinto que o garoto do rock estava gostando, senti que ele precisava ser reconfortado. Mas mesmo assim, o ruivo levanta a cabeça e para a minha mão com a sua. Seus olhos são sinceros ao dedurarem o quanto ele queria aquele carinho, o quanto ele estava gostando daquilo. Contudo, o calor de sua mão em meu pulso me fez parar, seu olhar tristonho quase foi capaz de fazer meus olhos marejarem. Ele solta aos poucos meu pulso de sua mão, mas no último segundo, seguro com firmeza sua mão entrelaço nossos dedos e o lanço meu olhar interrogativo.

- O que houve garoto do rock? - seus olhos expressão surpresa, e logo depois, se fecham de vagar. Seus dedos se soltam dos meus e ele abre os olhos novamente.

- Me deixe em paz... A-Alya!

- O-o que? Castiel...!

Ao pegar sua mochila, o ruivo afasta-se de nossa mesa, deixando-me para trás. Ele nem faz questão de me dar uma explicação, mas quando penso isso, ele me olha de lado e começa.

- Não pense, que por que ficamos juntos por uma tarde, por uns meros beijos que trocamos, ou por alguns abraços... que eu gosto de você. Só por que disse que você é minha... você era meu brinquedinho idiota e nada além disso. Não pense que eu estou apaixonado. Você séria tola de mais se acreditasse nisso!

Aquelas palavras invadiram meu ser como... mil facas ao mesmo tempo. Não pude conter as lágrimas que teimavam em cair. Ao longe, Ambre ria como se estivesse assistindo um programa de comédia. Nathaniel e as meninas me olhavam com certa pena. Aqueles olhares, me deram mais motivos para sair dali correndo. Não suportaria ficar encarando todos da sala depois desse mini show. Levantei-me e por uns segundos encarei Castiel, seus olhos por algum motivo eram tristes e marejados. Uma pergunta me veio a cabeça.

"Por que?"

Eu não encontrava respostas concretas para essa pergunta, apenas segui meu impulso e saí correndo daquele lugar. Na porta da sala, encontrei o professor, mas continuei com minha fuga. Eu estava tentando fugir de mim mesma. 

Depois de tanto correr, sentei a escadaria no fim do corredor principal. Me acomodei lá em silêncio por uns minutos, mas um som de guitarra me chamou atenção, estava vindo direto de trás de uma portinha em baixo da escada. Limpei as lágrimas lembrando novamente da expressão do garoto do rock, só deixei de lado e me levantei do degrau de onde estava sentada. A porta estava aberta então entrei, logo depois, descendo uma escada que ficava lá levando a um espaço maior. Com minha falta de atenção e sendo desastrada como sou, acabei tropeçando em um instrumento musical. Antes que meu corpo encontrasse o chão, fui segurada pela cintura, sendo suspendida por braços fortes. Ao olhar para cima, foi quase como ver um anjo... Seus olhos eram mel e ao mesmo tempo verde, cabelos brancos e um rosto magro.

- Você está bem?

- Sim...

- Não deveria estar aqui.

- Desculpe, eu... eu só estava fugindo... - disse baixo.

- fugindo?

- Hã... esqueça...

- Okay.

- Como... Como se chama?

- Lysandre.

- Diferente... - sussurrei - Eu me chamo Alya - apresentei-me estendendo a mão.

- Muito prazer, Alya - Esperando um aperto de mãos, fui surpreendida por um beijo na minha mão.

- P-prazer...

Aquilo foi estranho para mim, mas pelas suas roupas vitorianas, devia ser super normal para ele. Naquele momento, Lysandre havia feito eu me esquecer de Castiel, por isso fui grata a ele.

:-°~*¡

Demorei um pouco para postar, mas aqui está o cap. espero que gostem, e comentem. Obg ^.~

O Garoto Do Rock - Amor DoceWhere stories live. Discover now