Capítulo 8

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__Ian vamos! -Noah chama ele que olha diretamente para mim.

Meus olhos devem estar caindo no chão de tão arregalados que estão.
Sebastian se afasta de mim mantendo uma distância considerávelmente segura.

__Srta Bittencourt quero que vá para sua mesa - Noah diz me encarando seriamente.

Apenas concordo com a cabeça e olho para Sebastian e depois para Ian.

__Com licença -digo passando por entre eles.

Okay! Eu não sei definitivamente oque aconteceu ali.
Que tipo de pessoas se comportam dessa maneira em uma empresa, ainda mas irmãos?
A forma como se olharam representando ódio um pelo outro.

Caminho rapidamente pra fora daquele corredor e sento na minha cadeira começando a organizar os papéis novamente, pra me distrair do que aconteceu naquela reunião.
São muitos documentos, pego uma pasta cinza e vou separando a papelada.
Leio uma por uma, para arrumar tudo certo.
Tenho uma certa doença por coisas arrumadas e limpas. Tudo para mim tem que está no devido lugar, principalmente documentos.

Nesse aspecto puxei meu pai, ele era muito "ardido" para limpeza.
Quando tinha 6 anos ele era caminhoneiro, o caminhão era hiper limpo. Quando o chefe dele ia entrar no caminhão ele mandava tirar o sapato para não sujar.

Minha mãe sempre disse que sou parecida com ele, principalmente meus olhos.
Quando me falavam o quanto era igual a ele eu chorava, porque não queria ser parecida com ele.

__Lívia? -Levanto minha cabeça vendo Ian perto da porta.

__Deseja alguma coisa senhor? -pergunto, e vejo que minha voz saiu mas baixa que o normal.

__Não quero receber ninguém e nem uma ligação, a não ser meu irmão. -ele diz com a sobrancelhas franzidas e sorri. __ Não me chame de Senhor Lívia, me sinto velho. Me chame de Ian apenas. - ele sorri e eu sorrio apenas concordando com minha cabeça.

__tudo bem - me viro novamente para frente e continuar meu trabalho.

__E me desculpe -Ian diz e eu o encaro. __Pelo meu irmão e por mim. As vezes somos... -ele olha para cima tentando pensar na palavra certa. __Acho que intimidadores demais. - ele sorri torto. E o pior é que são mesmo.

__Não se preocupe, irei me acostumar -eu espero.

__Claro. -ele sorri e entra na sala.

Eu passo a manhã toda arrumando todos os documentos e agendando reuniões.
Olho para meu relógio e vejo que já é hora do almoço. Pego minha bolsa e vou em direção a sala de Helena. Irei chamar ela para almoçar comigo
Quando estou chegando perto de sua porta ela sai com a bolsa e sorri quando me vê.

__Estava indo te chamar - faz careta e eu nego com a cabeça sorrindo. __E aí como foi? - ela pergunta enquanto encaminhamos ao elevador.

__Você não faz nem idéia do que aconteceu -digo olhando para minhas mãos que continuam suando. __Estou querendo é já pedir demissão. -brinco.

__Nossa. Não gostou do Heitor? -pergunta rindo.

Entramos no elevador e tem um homem com roupa despojada com cara de poucos amigos.
Olho para Helena com o olhar de como "falo depois".

O homem ao nosso lado parece perdido no mundo da lua. Helena olha para mim querendo rir e reviro  meus olhos.
Como pode ser tão boba as vezes?

As portas do elevador se abre e saímos as duas rapidamente. Quando saímos do prédio Helena solta uma gargalhada me fazendo olhar pra ela rapidamente.

Janela De VidroWhere stories live. Discover now