Capítulo 2.

97 7 0
                                    

Pego meu carro e saio do estacionamento, do hospital.
Ligo o radio e está tocando uma música que não tenho menor ideia de quem seja.
Reviro os olhos, por que se fosse em outro tempo, saberia.

Parei no semáforo, e meu celular começou a tocar peguei rapidamente da bolsa e vi o nome da Helena na tela.

__Diga Helena- digo e ela ri baixo.

__Lívi eu "to" aqui na sua casa. -ela diz e ouço a voz do Sr. Rafael ao fundo.

__já to chegando aí -digo desligando o celular e jogando ele pro banco quando vejo que o sinal abriu.

Helena é minha melhor amiga, ela recentemente foi morar fora do País mais precisamente em Londres.

Ela foi embora por causa da crise em que está o Brasil, pois não estava conseguindo emprego na área dela, nesse caso produtora de marketing. Por esse motivo foi morar em Londres, lá arrumou um bom trabalho em uma empresa, na qual nem lembro o nome. 

Somos amigas há 16 anos, ela era vizinha da minha avó Elíza sempre brincávamos juntas e fazíamos as maiores loucuras. Coisas de crianças. Mas as nossas brincadeiras e loucuras continua até hoje, um pouco menos do que antes.

Sempre ficávamos na garagem da casa dela, muitas vezes cantando, na verdade tentando cantar. As vezes pensávamos que tinhamos poderes sobrenaturais ou de ninja.

Mas quando alcançamos a adolescência, começamos a conversar mais, a falar de garotos.

Sempre fases. Passamos por fases na nossa vida, sempre juntas, uma ajudando a outra.

Viro  esquina e vejo meu prédio, e a BMW 320 na frente do mesmo, eu simplesmente amo o carro da minha melhor amiga.

Estaciono meu carro e pego minha bolsa no banco do passageiro. Saio e vejo Helena conversando com Sr. Rafael o porteiro do prédio.

__Lívia! - Helena grita e vem na minha direção e me abraça apertado.

__Estava com tanta saudades -digo sorrindo.

__Nem me fale menina, eu também não via a hora de chegar aqui.

__Oi Sr. Rafael -digo sorrindo pro velhinho ao lado de Helena.

__Boa tarde Lívia -me responde sorrindo. 

__Lívi eu e o Sr.Rafael estávamos falando do seu pai. -diz Helena com uma expressão seria. __nós precisamos conversar. -diz franzindo o cenho.

__Claro -digo de forma desanimada, não estou nem um pouco afim de falar sobre esse assunto mais não tem oque fazer. __então vamos -digo.

Nos despedimos do Sr Rafael, e subimos pro meu apartamento. Pego a chave e abro a porta dando espaço pra Helena entrar.

Jogo minha bolsa no sofá e me sento de frente com Helena e fico olhando o jeito dela, observando cada detalhe da sala.

__Nossa você ainda tem aquela foto? -pergunta rindo apontando pra nossa foto juntas fazendo careta. __Nós tinhamos 16 anos, nossa passou tanto tempo . -diz rindo.

__Eu lembro, nessa época nem nos preocupávamos tanto com os problemas era tudo mais fácil. -digo suspirando. __tudo era um motivo pra risos, mas agora... que temos nossos problemas... -deixo no ar.

__É eu sei -diz ela e finalmente me olha __você tem que tomar uma decisão sobre seu pai Lívia. Já se passou muito tempo desde de que  ele... Eu sei que é difícil.

__Eu não sei oque eu faço Helena -digo passando a mão no meu rosto.

__Lívia você tem que perdoar o seu pai, meu Deus já faz 1 ano e ele ainda não acordou, não é querer te desanimar ou algo assim, mais as vezes temos que ser racionais. Você tem que perdoar seu pai inteiramente para deixar ele ir. 

__Mas oque será de mim? Eu amo meu pai apesar de tudo oque ele fez. É minha única forma de manter ele perto de mim.

__Mas você está sendo egoísta demais, pensando em si mesma, você tem que ver oque é melhor pra ele. Pode ser difícil agora, mas você sabe que Deus nos conforta.

Ouço ela falar de cabeça baixa ouvindo tudo e sei que no fundo ela está certa. Mas eu tenho tanto medo.

__Eu sei, ah meu Deus eu sei, mais... eu não sei se consigo -digo colocando as mãos no cabelo. __acho que você está...

Não termino de falar pois meu celular toca, me levanto rapidamente e pego dentro da minha bolsa. É do hospital. Eles nunca me ligaram. 

__É do hospital. -sussurro.

Helena se levanta e vem perto de mim.  Aperto o botão e atendo.

 __Aló _digo com a voz tremula.

__LÍvia venha
imediatamente ao hospital -ouço Eduardo o médico de meu pai falar.

__oque aconteceu? -pergunto desesperada.

__infelizmente Pedro Bittencourt venho a óbito.














Janela De VidroWo Geschichten leben. Entdecke jetzt