Não, não, não. Isso não pode estar acontecendo.
Porque meu Deus? Porque tenho que passar por tudo isso? Porque todo esse sofrimento?
__Lívia - Helena segura meus ombros, me fazendo olhar pra ela. __Ah Lívia - diz com um semblante de pena.__Eu sinto muito.
__Porque? -grito em meio às lágrimas. __ O que foi que fiz de errado nessa vida?! - levo as mãos aos meus cabelos puxando com violência como se isso fosse amenizar a minha dor. __Eu... Eu preciso ver ele - arregalo meus olhos olhando pra todo canto procurando as chaves do meu carro.
__ você não pode dirigir nessa situação. - diz limpando minhas lágrimas.__Se acalma por favor, não irei te levar desse modo ao hospital - diz me direcionando ao sofá.
__Oh meu Deus por que? - coloco minhas mãos na boca e choro.
Ele se foi. Mas agora pra sempre.
Ele nunca voltou pra casa depois do divórcio. E agora? Agora ele nunca irá voltar pra mim.
Isso está doendo mais do que quando perdi minha mãe. Dói no fundo da alma, uma dor inexplicável.O que eu fiz pra merecer isso? O que foi que eu fiz? Joguei pedra na cruz? Blasfêmei contra Deus? Será que ele realmente esteve comigo? Onde é que ele está agora? Por que não está acalmando o meu coração, assim como fez quando Minha mãe morreu? Onde está o meu Deus?
É nessas horas de dor e angústia que Deus se encontra em silêncio conosco. É nessas horas, que percebemos que ele está apenas vendo o choro sofrido de alguém.Eu só queria saber porque?
***__infelizmente, seu pai morreu de falência múltiplas dos órgãos. Ele não ia aguentar por muito tempo, eu já tinha lhe dito isso antes. Eu... Irei arrumar os papéis a você. Eu sinto muito - Eduardo diz e vira as costas sumindo pelo corredor do hospital.
__Lívia - Helena toca no meu ombro direito.__vamos pra sua casa, você precisa avisar Henry e Alex. - diz e eu apenas concordo.
Meus irmãos. Como será que eles vão reagir?
Se eu estou nessa situação imagina como eles ficaram?Saio pela porta do hospital e sinto o vento gelado no meu rosto. Fecho meus olhos e lembro de quando tinha 5 anos de idade.
__pai você vai ir na minha formatura não é? - olho para o homem a minha frente
__claro que o pai vai filha! - diz e sorri.__Mas agora o pai tem que ir embora.
__Por que? Por que não fica?
__O pai não pode. Mas amanhã eu vou estar lá te vendo - diz e eu sorrio abertamente.
Ele vai estar lá. Meu pai vai me ver.
Naquela noite eu deitei e dormi, feliz como se eu tivesse ganhado uma boneca nova.
...
__Cadê seu pai Lívia? - Natália pergunta.
__Está lá dentro. Você vai ver o quanto meu papai é lindo. - digo sorrindo pra minha coleguinha.
A nossa professora arruma, todos certos na fila e entramos pela porta vendo um monte de pais a olhar seus filhos.
Olho em volta e vejo minha mãe sorrindo pra mim. Mas eu conheço minha mãe. Era um sorriso triste. Meu pai não estava ali. Ele não foi.
__Lívia Stefane Bittencourt. - ouço professora Juliana me chamar.
Olho novamente em volta, e vou a ela em passos lentos de cabeça baixa. Ela me abraça e me parabeniza.
__Sorriem pra foto. - diz o fotógrafo.
Minha professora sorriu, mais eu?
Eu não tinha motivos pra tal coisa.Sabe ódio? Foi ódio que eu senti quando descobri depois de um tempo, que a minha professora era amante de meu pai, e que ele não foi por conta disso.
Me senti como um lixo. Um lixo que não serve pra absolutamente nada. Me senti inútil.
É assim que estou me sentindo agora, uma inútil.,
Olá pessoal! Esse capítulo foi feito ouvindo a música Not About Angels - Birdy. Espero que esteja bom.
Beijos <3
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Janela De Vidro
ChickLitQual é o limite para o amor? Qual é o limite para a dor? Lívia Bittencourt é uma jovem de 23 anos, mas que se vê sem caminho quando perde os pais. Mais depois de algum tempo ela resolve juntamente com amiga recomeçar uma nova vida. Mais do nada um c...