Prólogo -

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San Francisco, 2003 •
- E todos viveram felizes para sempre... - Uma mulher fecha o livro com um sorriso falso e suspira como quem não aguentava mais ler nem mais uma página para aquele bando de crianças de 6 á 7 anos. Logo todas começaram a comentar uma com as outras sobre as partes que mais acharam interessantes, principalmente os dragões, as princesas e os príncipes. Vocês sabem, coisas que só existem em livros.
A mulher se levanta e vai até a prateleira repleta de livros, e encaixa o livro que acabara de ler, fazendo a estante balançar pela brutalidade, o que fez, sem que ela percebesse por ter dado de ombros logo em seguida, a estante derrubar um livro na cabeça de uma garotinha que estava sentada alí no canto, encolhida ao lado da estante conversando com alguém inexistente. Um amigo imaginário. Por algum motivo, a garotinha não se importou com o livro - talvez não tivesse o sentido cair em sua cabeça - e continuou a conversar com o seu amigo, um assunto que vocês não entenderiam: unicornios, magia e essas coisas. De repente, seu assunto fora atrapalhado por três garotinhos, que eram da sua mesma classe.
- Olha a Evora falando sozinha denovo! - Ele disse o mais alto que podia para chamar atenção dos outros colegas. - Por que você fala sozinha? Aé! Por que ninguém quer ser seu amigo! - E caiu na gargalhada junto com os seus colegas virando as costas. Evora, esse era o nome da garotinha que chorou como nunca depois das palavras monstruosas. A professora não havia percebido o acontecido por estar conversando com suas colegas e chamou todas as crianças para irem embora. Evora enxugando os olhos, levantou-se e seguiu a turma sendo a última a sair. Ao dirigir-se para fora da porta, a garotinha tropeça em algo e acaba caindo no chão chamando a atenção de todas as outras crianças, fazendo-as rirem de Evora. Logo em seguida, a mesma percebe que o autor de sua queda saia correndo rindo de toda a situação.
Evora levantou-se, sentindo sua pele corar e um sentimento de ódio tomar todo o seu pequeno corpo, a fazendo encarar o garoto que era o mesmo que a havia tirado sarro na sala. O garoto parou de rir imediatamente e ajoelhou ao chão, gemendo de dor, como quem havia levado um chute em sua genital.
A professora percebeu a confusão e voltou-se ás crianças. - O que está acontecendo aqui? - O que acabou tirando Evora de sua concentração de ódio, fazendo-a correr para fora da escola, e todas as outras crianças comentando sobre o acontecido, foram em direção a saída. Exceto o garoto que acabara de ter algum tipo de ataque. Mas logo fora socorrido, e levado até seu responsável.
Evora saiu em direção a sua mãe que a abraçou, a consolando.
- O que houve, querida? - Disse enquanto caminhavam para o carro.
- Eu não sei... - Disse Evora e olhou para trás observando o garoto. Evora fitou o chão e suspirou.

(...)

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