Bucket List

West Coast

...

O frio no estômago a alertava sobre algo que ela já sabia, ela treinava uma única palavra em sua mente, repetia sem parar em sua cabeça a simples palavra que naquele momento parecia ser um monólogo no qual ela tinha certeza de que iria falar. Olhou para o relógio em seu pulso e sorriu como se estivesse alegre com o que os ponteiros mostravam.
Suas mãos repousaram no balcão branco enquanto ela permanecia em pé esperando alguém entrar naquele estabelecimento, ela respirou fundo e absorveu os distintos aromas dos diversos tipos de flores.
O tímido sino badalou quando a porta da floricultura se abriu, Clarke sorriu e observou a pessoa entrar, porém o sorriso sumiu no mesmo instante.

- Ai meu Deus! O que aconteceu com você? - Clarke atravessou o balcão e foi até a garota que segurava uma cesta de flores, a loira pegou a cesta e pôs sobre o balcão, ela olhou para a conhecida e viu o rosto vermelho e os braços intoxicados -

- Se a intenção era me matar deveria ter me dado um tiro que era mais rápido e indolor - Octavia acabara de descobrir que era alérgica a um tipo de flor, a garota tinha os olhos vermelhos e o rosto inchado, enquanto começava a coçar seus braços -

- Qual seria a graça disso? - implicou a loira, Octavia não conseguia nem ao menos semicerrar os olhos porque a alergia não permitia, Octavia era uma das garotas mais bonitas que Clarke já havia visto, porém naquele momento ela poderia dizer o contrário - Eu tenho um antialérgico no quartinho ao lado da estufa, deve servir para você - explicou voltando para o balcão e cheirando os crisântemos que Octavia havia buscado. - Agora vai, não quero que você espante os clientes - Octavia passou pela a garota e empurrou a cesta fazendo as flores caírem não chão, Clarke não falou nada, apenas pegou a cesta. O sino novamente tocou com a abertura da porta e Clarke virou-se novamente sorrindo -

- Exatamente quem eu estava procurando... - Bellamy sorriu ao ver a loira, se aproximou com um sorriso largo nos lábios. Clarke começou a tirar os crisântemos da cesta e pôr exatamente onde eles deveriam estar, ao lado das gardênias - Clarke? - Clarke olhou para o rapaz e sem emitir nenhum som ela conseguiu passar uma mensagem para o rapaz continuar a falar - Então... - Bellamy tinha suas mãos para trás enquanto observava Clarke ir e vir colocando tudo no lugar -

- Clarke eu -

- Quando abriram as portas do inferno? - comentou Bellamy levando uma mão ao peito ao ver Octavia naquele estado, o rosto inchado e os braços avermelhados -

- Octavia você pode ir para casa, não quero você espantando todo mundo. - Clarke parou entre os dois e olhou de um para outro - Bellamy, o que quer? - Bellamy olhou uma última vez para Octavia e se afastou um pouco - Bellamy? -

- Então... - Bellamy passou um braço sobre o ombro de Clarke e sorriu - Será que eu posso trocar minha escala aqui? Hoje eu tenho um encontro e é exatamente no meu horário de trabalho, por favor, chefinha... - pediu abraçando Clarke apertado, ele sempre fazia isso quando queria algo, Clarke se debateu no abraço e consegui sair -

- Tudo bem... tudo bem! - disse se afastando e arrumando sua blusa. Octavia voltou para o balcão para procurar o espelho que tinha por ali, ela precisava ver o quão ruim estava seu estado - Mas amanhã, a tarde e a noite são suas - Bellamy a abraçou novamente e beijou o rosto de Clarke -

- Amo você! - disse correndo para fora, antes que Clarke mudasse de ideia -

- Clarke? Está melhor? - perguntou preocupada olhando para a loira, Clarke engoliu a seco sabendo que Octavia naquele estado poderia ganhar dinheiro em parques temáticos assustando pessoas -

- Está bem melhor - mentiu olhando para o chão enquanto voltava para detrás do balcão onde Octavia insistia em permanecer -

Clarke Griffin era a dona da Griffin's Flower House, uma pequena floricultura no lado sul da cidade. Clarke nunca fora de ter grandes sonhos ou uma grande carreira, ela gostava daquela vida confortável que levava, tinha um negócio próprio no qual ela amava e se dedicava, dividia um apartamento com sua meia irmã Octavia, e se sentia satisfeita com o que tinha, ou quase isso.
Octavia era irmã de Clarke por parte de pai, seu pai teve uma filha fora do casamento dois anos depois do nascimento de Clarke, desde que descobrira disso Clarke sempre manteve a meia irmã por perto, tanto é que a garota trabalhava com ela na floricultura e as duas dividiam o apartamento.