Não podem ficar juntos? (5)

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- Que merda vocês estão fazendo? -perguntou Mário chegando na sala, Lucas imediatamente soltou Rafael.

- Nada!... -responderam os dois juntos.

- Como nada, por que ele estava em cima de você?!

- É que... o Lucas estava... vendo se eu estou com febre. -Rafael era péssimo mentindo.

- É isso mesmo, seu pai está com um cara pálida, e eu só queria ver se ele está bem. -Lucas tentou concordar, mas Mário claramente não estava acreditando.

- Febre nada, ele está ótimo! Você estava tentando agarrar meu pai!

- De jeito nenhum, você entendeu errado. -enquanto Lucas tentava explicar, Mário pegou uma barra de ferro que estava na porta.

- Vou expulsar esse tarado daqui! -Mário foi atacar o homem, mas Rafael entrou na frente.

- Não Mário! Ficou louco, o Lucas não estava fazendo nenhuma maldade, pare com isso!

- Vai defender ele?

- O que foi? -perguntou Melisa chegando na sala.

- Esse tarado estava agarrando nosso pai!

- Que fofo! -todos olharam para a garota, sem entender, ela paralisou pensou um pouco. - Quer dizer... nossa... que absurdo!

- Parem com isso, o Lucas não estava fazendo nada.

- Não quero mais ver ele aqui! -gritou Mário.

- Você não decide isso! -afirmou Rafael tentando por ordem no filho.

- Se ele vier de novo, eu vou embora igual a mamãe. -o garoto disse isso e subiu para o quarto.

- Desculpe se causei problemas, Rafa...

- Tudo bem, vamos para fora.

  Rafael e Lucas foram para a varanda, Melisa foi atrás do irmão inutilmente, eles ficaram parados lá por alguns minutos, até que.

- Eu sei que não é da minha conta, mas o Mário te desrespeita demais, parece que ele é seu pai. -disse Lucas colocando a mão no ombro de Rafa.

- Eu sei, a mãe dele e dá Melisa nos abandonou a dez anos, ele sempre gostou mais dela do que de mim, quando ele nasceu eu tinha dezoito anos, foi uma gravidez indesejada, mesmo assim eu assumi e passei a o amar como filho, mas eu nunca passei tempo o bastante com ele, sem querer me afastei e na tentativa de agradar o Mário, acabei piorando as coisas, acho que ele nunca vai me ver como pai de verdade. -uma lágrima correu no rosto de Rafael, não era nada fácil cuidar de dois filhos sozinho.

- Sinto muito, mas deveria tentar ser um pouco mais rígido, eu não tenho filhos, porém cuidei de todos os meus irmãos mais novos, se não tomar uma decisão ele vai te dominar para sempre. -Lucas abraçou Rafael.

- É, mas não venha mais aqui, por favor.

- Como quiser, as minhas portas continuaram abertas para você. -Lucas deu uma chave para ele.

- Confia tanto assim em mim?

- Você não entendeu, quando eu começo a gostar de alguém verdadeiramente, entrego minha vida a pessoa, vou te esperar!

  Aquele relacionamento não seria nada fácil, mas os dois pareciam dispostos a tentar fazer dar certo. Rafael entrou, foi para seu quarto e deitou na cama, logo em seguida Melisa também entrou.

- Pai... eu não ligo, se você for gay...

- Fecha a porta, seu irmão pode ouvir. -ela fechou e se sentou ao lado de Rafael, Melisa era diferente do irmão, sempre deu muito apoio ao pai e como não chegou a conhecer direito sua mar biológica, apenas ignorava o fato dela ainda viver longe.

- Gosta dele certo?

- Sim, muito.

- Até que enfim achou alguém, vocês estão namorando?

- Não sei...

- Como não sabe, o que vocês tem feito? -ela se mostrou um pouco revoltada com a resposta do pai e deitou ao lado dele balançando as pernas em sinal de curiosidade.

- Nós, jantamos, conversamos... ele me deu a chave da casa dele.

- Seu bobo, é óbvio que estão namorando, não se dá a chave da casa para qualquer um!

- É...

- O que vai fazer com o Mário?

- Nada, ao contrário de você, ele é muito difícil de lidar.

- Não deixa ele te impedir de ser feliz, meu irmão te ama, só está com medo que você pare de dar atenção para ele, você não tem culpa da mãe ter ido embora.

- Obrigado Melisa, você é a melhor filha do mundo!

- Isso é por que tenho um ótimo pai!

  Durante os dias que se passaram, Rafael e Lucas se viam pelo menos uma vez por semana, fora do trabalho, quando Mário percebia que seu pai tinha saído escondido, fazia diversas perguntas, mas ele apenas dava alguma desculpa boba e ignorava, afinal não adiantava discutir sobre isso com o garoto, já Melisa fazia questão de apoiar.

O namorado do papai. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora