Capítulo 30 -#VEDANOWATTPAD13

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— Eu gosto muito dela! — Agatha beijou o meu rosto.

— Eu também. — Confessei fazendo cócegas na minha filha. Agatha riu pulou do meu colo e sentou-se ao meu lado no sofá. Ela apoiou as suas pequenas mãozinhas no joelho e franziu a testa.

— Ela vai gostar de mim? — perguntou com os seus olhos azuis brilhando.

— Claro que vai, é impossível não gostar de você.

Agatha sorriu e correu até o Bob o nosso cachorro, um pequeno Shih Tzu preto e branco.

— Ele pode ir com a gente, Amanda?

— Claro. — Amanda concordou enquanto colocava o casaco. — Vá pegar a coleira dele.

Agatha foi atrás da coleira do Bob com ele a tiracolo.

— O senhor está bem sr.Connor? — Amanda inquiriu. — Notei que o senhor não foi trabalhar hoje.

— É eu estou um pouco ansioso. — Mordi o lábio e esfreguei as mãos.

— Fique tranquilo sr. Connor. Alison Reak com certeza vai amar o senhor depois que ler o livro.

— Você já leu? — indaguei.

— Ainda não, mas Agatha me contou sobre o seu romance com a Alison. Que história bonita! — ela suspirou.

— Tomara que ela ainda se lembre de mim.

— Um grande amor à gente nunca esquece — ela falou. — Ah me lembrei, o seu amigo Trevor de Jersey ligou e disse que vai ir ao lançamento amanhã.

— Que bom. — Sorri, estava com saudades do Trevor.

—O prédio está uma bagunça, parece que temos uma nova moradora.

— Temos uma nova vizinha? — perguntei. Eu não gostava muito de vizinhos, torci para que ela não fosse bagunceira, eu tinha uma filha pequena e não gostava de barulho.

— Sim, ela se mudou para o apartamento do lado. Mas eu não descobri quem ela é. Pela mobília que estão trazendo, ela deve ser bem rica.

— Bom, ela podia ir morar na cobertura — reclamei.

— A cobertura já está ocupada — Amanda falou.

Não demorou muito para que Amanda e Agatha partissem. Fiquei sozinho no apartamento pensando no que eu faria se o meu plano desse errado. Agatha sabia absolutamente tudo sobre a Alison. Desde bebê eu contava a ela (mesmo ela não compreendendo muito bem) a minha história com a Alison. Toda a vez que a minha filha chorava eu colocava uma música lenta da Alison para tocar, o efeito era imediato, Agatha parava de chorar.

A minha pequena era fã da pimentinha. Ela sempre quis ir aos shows da Alison, entretanto era raro ás vezes que ela se apresentava em Nova York ou Jersey, e todas as vezes que ela se apresentava eu não conseguia levar a minha filha. Algo sempre dava errado.

Mas foi em uma viagem para Seattle que eu a reencontrei, ela não me viu, mas eu só a enxergava.

— Vai ser divertido — Landon disse. — Justin falou que vai encontrar com a gente.

— Eu não gosto de festas — falei um pouco assustado com o barulho e as luzes. Fazia muito tempo que eu não ia a festas. — Por que ele não marcou com a gente em um restaurante ou algo assim? Eu tenho uma filha pequena, não gosto de ficar nesses lugares essa hora da noite.

— Eu também não gosto, sou um homem casado, lembra? — Ele me mostrou sua aliança de ouro na mão esquerda. — Escuta, nós precisamos lançar o livro dele, vai dar status e dinheiro pra editora.

— Ok — concordei.

Landon avistou Justin no balcão e me cutucou, nós acenamos para ele e chegamos perto dele. Justin era tudo o que eu já fui um dia: popular, cercado de mulheres e rico.

O garoto havia ficado famoso por conta de um canal bobo no youtube onde ele ensinava outros idiotas a conquistar uma mulher. Ele era um completo imbecil assim como eu fui um dia.

— Vocês querem uma bebida? — Justin perguntou.

— Não — respondi.

— Nós queríamos falar com você sobre o seu livro. — Lando começou. — Você tem bastante talento e publico, queremos apostar em você e vamos te pagar um belo adiantamento se você lançar com a gente.

— De quanto estamos falando? — Justin inquiriu interessado na proposta.

Landon olhou para mim, eu era o caixa da editora, já que o dinheiro era meu.

— 500 mil dólares — falei sem exaltar. Era uma grande aposta, mas que teria um retorno muito maior.

— Nossa! — Justin sorriu animado. — Isso seria o adiantamento?

— Sim, depois você recebe os seus royalts, cerca de 10% de cada exemplar vendido.

— Bom, a proposta de vocês é melhor que as outras. Além disso, vocês são os únicos editores que concordaram em sair de Nova York e vir até aqui falar comigo. Então eu assino com vocês.

Lando sorriu para mim e Justin pediu uma garrafa de champanhe para comemorar. Eu me recusei a tomar um gole e fiquei observando as pessoas daquela boate, até que vi um pequeno alvoroço na porta.

— O que está acontecendo? — perguntei ao Justin apontando para a multidão aglomerada na porta.

— A garota problema de Hollywood está em Seattle! — Justin bebeu mais gole do champanhe.

— Quem? — Landon perguntou e eu fiquei em estado de êxtase.

— Alison Reak — Justin falou.

Nostalgia.

Pernas bambas.

Suor escorrendo pelo o meu rosto de nervoso.

Ela.

— Se controle. — Landon pediu.

Alison saiu do meio da multidão, ela cambaleava e estava toda despenteada em um vestido minúsculo e dourado. Ela não parecia com a minha Alison. A Alison que eu conhecia era doce, meiga, jamais beberia daquele jeito. A Alison que estava diante dos meus olhos era uma bêbada, e totalmente louca, não se pareciam em nada com a minha pimentinha. Ela não ouviu o meu conselho. Deixou que a fama a mudasse.

Ela empurrou os seguranças e se aproximou do bar onde pediu uma bebida, ela já estava bêbada, mas queria ainda mais álcool no seu sangue. Ela não me viu. Landon me olhou um pouco chateado por eu presenciar aquela situação. Durante todos esses anos, eu havia a colocado em um pedestal, eu sabia que ela havia mudado fisicamente, mas não imaginava que ela havia mudado por dentro também.

— Eu sinto muito — Landon sussurrou enquanto eu olhava chocado a minha pimentinha, ela estava se destruindo.

Alison bebeu e deu um pulo pra trás. Um rapaz alto e com porte de celebridade se aproximou dela e a puxou para uma mesa, ele tirou do bolso um pacotinho e derramou sobre a mesa um pó branco. Alison riu e começou a cheirar esse pó, ela estava se drogando.

Meu coração se partiu ao meio, me senti tonto e enojado com aquela cena. Ela estava se destruindo e isso me machucava, porque eu ainda me importava com ela, eu sempre me importei com ela, e vou me importar para sempre.

O meu amor era como uma doença infecciosa, daquelas que consomem o corpo inteiro e se espalham sobre todos os órgãos, uma doença difícil de curar. Eu ainda não havia me curado de Alison Reak, acho que nunca vou me curar. Mas vendo ela naquele estado, ela precisava de ajuda, antes que se matasse.

E é por isso que eu escrevi o livro. Eu sabia que ela iria vir atrás de mim, eu havia mexido com o seu passado. E naquele momento vendo em um site de fofocas que Alison Reak estava em Nova York, fiquei sem ar. Aquela era a minha última chance de reconquistá-la.


A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISOnde as histórias ganham vida. Descobre agora