Capítulo 1

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Minha última aula de etiqueta em uma semana já seria mandada para longe daqui.

Muitas passavam a vida como serviçais, lavando, passando encerando o chão do palácio.

Mesmo assim vivíamos essa rotina, até os dezesseis anos, aulas de etiqueta, exercícios físicos, treinamentos, professores particulares, aulas de música...

Enfim, para que tudo isso?
Para agradar um homem que nem conhecemos, um homem que tínhamos obrigação de agradar e fazê-ló feliz em troca de um tratado de paz?

Nossos homens, nosso reino era uma completa vergonha. Deram te graça, suas filhas, suas irmãs, suas esposas, suas mulheres com medo de lutar.

Tínhamos nossos destinos traçados, morrer por cansaço, por depressão, por maus tratos, assassinadas ou acabavam se matando. Só tínhamos um destino... Á morte.

Algumas teriam que satisfazê-ló na cama, outras na cozinha e se fossem "dignas" sua esposa.

Claro que não durava por muito tempo o tal casamento, até que no outro ano aparecia outra e tomava o lugar.

Nosso exército era quase nulo, agora que não existiam mais guerras.

Era mais fácil para todos fugir.

-Charllote?
Minha "Mãe" me chamou, não era bem minha mãe, era minha madrasta depois que minha mãe foi levada para o outro reino.

Quando minha mãe se casou com meu pai ele ainda era um príncipe e na falta de princesas ela foi mandada para o reino dos Leistkows

Meu pai apenas se casou com o intuito de procriar, não à culpo, ela é maravilhosa comigo, ela não tenta tomar o lugar de minha mãe.

O culpado é Willians Beilke Bernard III

Ele não lutou pela minha mãe, apenas se contentou em ver sua mulher sendo levada.

-Melanie.
Me curvo. Ao casar com meu pai ela virou rainha de nosso reino.

-O que disse sobre se curvar?
Você é uma princesa, uma mulher não deve se curva a ninguém.

Ela sempre usava essas mesmas palavras. Não só para mim, mas para todas as mulheres de nosso reino. E essa frase que ela me dizia, eu iria levar pelo resto da vida.

-Desculpe, onde esta meu pai?
-Em uma reunião como sempre querida, ele estavam pensando em comprar novos armamentos.

-Então? Eles vão lutar?
Meu sorriso que insistia a desaparecer, aparece mais forte, na verdade acho que era a esperança.

-Ele estava perto de inciar uma nova guerra, até que alguém infiltrado do outro reino, descobriu tudo.

-O que vão fazer agora?
Ela me conduz para um sofá, que era encostado a uma parede da mesma sala.

-Ele pediu você, o mais rápido possível. Não vão mais esperar uma semana.

Me sento, sabia meu destino desde muito jovem, mas dessa vez deixei que as lágrimas me invadissem.

Melanie tentava me acalmar, me abraçando e passando suas mãos pelas minhas costas.

Ela apenas deixava minhas lágrimas rolarem, enquanto ela passava a mão em meus cabelos.

Quando o choro, parece mais lento, respiro fundo e faço a grande pergunta.
-E quando será isso?

-Amanhã querida. Suas malas já estão prontas e seu vestido também.

Uma regra teria que ser obedecida, tínhamos que só vestir a cor vermelha.

Eles diziam que era a cor do desejo e da servidão.

Willians sai de sua reunião vindo em nossa direção.
-Majestade...
Me levanto e faço uma breve reverência.

-Por Deus Charllote, sou seu pai acima de ser um rei.
Na verdade queria revidar e rebater o que ele disse, mas não podia.

-Desculpe.
Falo baixo olhando para o chão.
-Melanie, nos deixe a sós.

Melanie coloca uma mão em meu ombro e sai.
-Sente-se, filha.

Logo após sentei e o olhei, ele estava com uma aparecia fraca, cansada, abatida.
-Terá que ir amanhã mesmo, foi coroado um novo rei, Irá servi-ló. Tínhamos planos para ataca-lós antes de você partir, mas descobriram.

-Quem fez isso, Willians?
-Alguém que jurava ser de confiança. Mas, lhe prometo filha vamos revidar... -Pega em minha mão- Sua mãe ira voltar, eu lhe juro.

Descendente... Nascida Para ServirOnde as histórias ganham vida. Descobre agora