— Ciúmes é uma palavra muito forte... É Murat odeia essa palavra.

— Entendi, além dele achar que eu sou um péssimo partido para a irmã acha que eu também estou querendo tomar o lugar dele na família.

— É por aí. Ganhar a simpatia de Ayla também não vai te ajudar...

— Então o que tenho que fazer? Odiar e maltratar todos vocês?

— Claro que não! — Ozan riu. — Você precisa perceber que Murat ainda o vê como oponente, quanto mais você se esforçar para ser bom, menos ele vai aceitar você. Murat se sente inseguro e vulnerável por não conhecer suas fraquezas, Derya pode ser seu ponto fraco, mas ele não vai ferir a própria irmã. Se você quer ganhar a confiança de Murat, deve dar o que ele quer, mostrar suas fraquezas e quem sabe assim Murat te veja como um humano e não como esse ser incrível que vovô vem tentando fazer ele engolir.

Teo assentiu e Ozan o observou olhar fixamente o carro a frente.

— Não tenho o que esconder, Ozan, sou um homem como vocês e não sou um exemplo de virtude, mas venho sendo honesto há muito tempo. Se eu quisesse já teria casado com Derya, já teria a levado para longe, mas vim a Istambul por respeito a ela e a vocês.

— Eu acredito Teo, mas não é a mim que você tem que convencer. Se você quer entrar nessa família terá que passar por Murat.

Ele suspirou pesadamente.

— Você não está com medo dele, não é?

Teo o olhou com olhar fuzilante.

— Perder minha filha e Derya, são meus únicos medos. O resto não me assusta.

Ozan assentiu. Sabia que Teo não tinha medo de enfrentar Murat, mas não custava nada provocar um pouco. Murat realmente não iria facilitar para ele, mas o primo tinha um bom coração, se Teo passasse segurança talvez Murat não surtasse quando ele fizesse o pedido da mão de Derya.


☵☵☵ ✤ Δmor na Capadócia ☵☵☵


— Vovô ele não vai fazer esse pedido absurdo, sei que é louco e inconsequente, mas ele não se atreveria.

— Ah, mas ele vai se atrever sim e sabe por que? — perguntou o velho senhor no banco do carona. — Porque ele a ama e você melhor do que ninguém sabe que o amor é inconsequente.

— Não vou permitir que ele arruíne a vida de Derya.

— Se você se opuser, quem vai estar destruindo a vida dela é você.

— Claro que não, vovô, ela nem gosta dele. O trata como um amigo, só um cego não vê. Derya não está apaixonada por Teo.

— Você está tentando se convencer disso para não aceitar o pedido que ele fará. O pior cego é aquele que não quer enxergar, Murat.

— Vovô, por favor, o senhor não pode ser conivente com isso.

Mustafá não deu nenhuma resposta, apenas respirou fundo e continuou observando o fluxo de veículos na ponte. No dia anterior, Teo havia ligado para pedir seu conselho, o que o havia deixado muito feliz, não existiam outros homens na família do Capitão e imaginava como era difícil para ele tomar decisões sozinho. Disse com todas as letras que queria casar-se com Derya, mas que para isso precisava da benção da família Erdogan. Explicou que agora, o único que poderia permitir seu casamento com Derya era Murat, já que ele era o patriarca. Ouviu o jovem Capitão suspirar sabendo que conversar com Murat não seria nada fácil, porém Teo pediu permissão para ir até sua casa e ele os convidou para passar o fim de semana com toda a família em Uskudar. Essa noite após o jantar Teo iria conversar com Murat e fazer o pedido da mão de Derya, não poderia interferir nas decisões do patriarca, mas mostraria seu apoio a Teo.

Amor na Capadócia - AMAZONWhere stories live. Discover now