CAPÍTULO 2

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Dois dias depois do incidente com meu pai, enfim ele e minha mãe foram para a tal viagem. Enquanto eles estiverem fora, será provavelmente os melhores meses da minha vida.
Minha mãe, querendo dar uma de boa moça, me obrigou a ir com eles até o aeroporto para uma "despedida".

   - Elisa desça do carro, quero ter uma conversa com você antes de irmos. - Disse minha mãe. - Rápido, caralho. - Desci do carro e fui falar com ela.

   - Diga mãe.

   - Uma das empregadas disse que ouviu você chorando, o que aconteceu?

   - Nada.

   - Tudo bem, então me mostre seus braços.

   - Eu to bem mãe, eu não fiz nada. 

   - Me mostra logo os seus braços Elisa. - Sem dizer nada levantei as mangas da minha blusa e deixei meus braços a mostra, que por sinal estavam com alguns curativos. - Mas que merda é essa, Elisa? O que você tem na cabeça? Minhoca né, só pode. Puta que pariu se é pra se matar faça direito. Por que você fez isso?

   - Por nada.

   - Ta bom, se não que falar não fale. Mas é o seguinte, tenta não se matar até nós chegarmos de viagem viu?

   - Pode deixar. 

   - Já está na nossa hora. Tchau Elisa.

   - Tchau mãe, te amo. - Ela riu ironicamente e saiu para eu voo sem ao menos me dar um abraço.

   - Se cuida, Elisa. - Disse meu pai e logo saiu atrás da minha mãe.

Fui para casa em seguida.

Quando cheguei vi que dona Maria não estava, então fui direto para o meu quarto. Passei o tempo todo me perguntando o porque dos meus pais me odiarem tanto.
Acabei dormindo depois de tantos pensamentos pertubadores.
Acordei às 18:30 com a campanhia tocando sem parar.

   - Mas que merda!

Esperei alguns minutos para ver se alguém atendia mas nada, então resolvi ir eu mesma lá. Quando abri a porta fiquei totalmente paralisada. Um menino de mais ou menos um metro e oitenta, super lindo, e quando digo super é super mesmo, depois de alguns minutos voltei ao meu normal e consegui falar com ele.

   - Olá, o que deseja?

   - Olá. - Ele deu um sorriso de tirar o folego. - Deixaram as correspondências de vocês na minha casa por engano. - Ele estendeu a mão e me entregou as cartas.

   - Hã, obrigada.  

   - Qual é seu nome? - Ele perguntou.

   - Elisa Gonçalves. E o seu?

   - Ian Moraes. Muito prazer em lhe conhece-la. - Ele sorriu. - Você mora aqui a quanto tempo Elisa?

   - Desde que nasci. E você?

   - A uns cinco anos, engraçado nunce te vi por aqui.

   - É que eu não saio muito de casa.

   -  Entendo. Eu já tenho que ir, até logo.

   - Até. 

Entrei logo depois que ele deu as costas, e fui para cozinha.
Eu estava procurando algo para comer quando escutei uma voz vindo de alguém atrás de mim.

   - Quem era Elisa? - Perguntou Maria.

   - O vizinho da frente, ele veio trazer as correspondências que foram deixadas na casa dele por engano.

   - Há sim, você está com fome? 

   - Sim, e muita.

   - Vou preparar seu jantar então.

   - Nosso! Ah senhora vai jantar comigo.

   - Mas seus pais não gostam, e você sabe disso, Elisa.

   - Eles não estão aqui. - Ela sorriu.

   - Só hoje viu. 

    Jantamos e depois arrumamos a cozinha.

   - Boa noite, dona Maria.

   - Boa noite flor, bons sonhos. - Ela veio até mim e beijou minha testa.

Subi para o meu quarto, tomei um banho, e depois me deitei.
Tentei dormir, mas o sono e não veio até mim, então resolvi ler um pouco, mas meus pensamentos não deixavam. Eu não conseguia para de pensar no Ian, e isto já estava me de dando nos nervos, eu conheci o menino não faz nem vinte e quatro horas, e já não consigo tirar ele da cabeça.

Eu nunca fiquei com um garoto, e nem pensava muito nisso na verdade, as únicas paixões que eu tenho são as dos livros.

Depois de rolar na cama por horas, resolvi tomar um dos meus remédios antidepressivos que me davam muito sono. Tomei um comprido e depois de uns trinta minutos eu já estava dormindo.

A PEQUENA GAROTAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora