Eu estava tão desanimado. Meu pai estava morrendo, isso sim era pior do que ser expulso do time de rugby.
— Você está bem? — Trevor perguntou percebendo o meu olho inchado e a minha aparência cansada.
— Meu pai está doente, Trevor — falei fechando a porta do armário.
— Ele vai ficar bem? — Trevor perguntou.
— Não, ele vai morrer — desabafei apoiando as costas no armário.
Trevor fez uma longa pausa, ele parecia estar surpreso e sem saber o que falar.
— Eu não sei o que dizer — ele confessou.
— Não diga nada — falei.
— Se precisar de ajuda é só falar. Você sabe que você é como um irmão para mim e que eu tenho muito carinho pela sua família.
— Obrigado — agradeci-o.
Fomos para a aula. Passei o primeiro período disperso, eu não tinha mais pique para estudar. Procurei Alison, e lá estava ela sentada no canto da parede, o mais longe o possível de mim. Lee estava atrás dela, ele enrolava uma mecha do cabelo dela amavelmente. Aquilo me deixou possesso! Fiquei a aula inteira olhando para a Alison, esperando que ela me olhasse em algum momento, mas não. Alison não me olhou. Era como se eu não existisse, era como se o nosso beijo nunca tivesse existido.
No intervalo, percebi que a maioria dos integrantes do time de rugby me evitava. Pela primeira vez em anos, eu e Trevor estávamos sozinhos na nossa mesa.
— O que aconteceu? — perguntei percebendo que os meus "amigos" tinham me abandonado.
— Ele aconteceu.
Trevor apontou para a mesa do Lee. Todos os rapazes estavam lá com ele sorrindo e se divertindo. Alison também estava com ele, e diferente de mim, Lee a exibia como um troféu. Ele havia me roubado tudo: meus amigos, minha vaga no time e a mulher que eu amo.
— O treinador gostou dele. Assim que você saiu do time ele foi escalado e ficou com a sua vaga — Trevor falou sem jeito.
— O quê?! — perguntei indignado.
— Eu sinto muito, Jace — Trevor falou.
— Enquanto eu estava no time todos me amavam, agora que não estou mais me abandonam?
— Eles nunca foram seus amigos, eles nunca foram nossos amigos. Mas a maioria deles não está mais aqui porque descobriram que fui eu quem chamou a policia e estraguei a festa do Louis.
— O que quer dizer com isso? — indaguei. — Eles descobriram?
— Sim. Eu fiquei com raiva naquela noite. Sabe Jace, estou indo na igreja aos domingos. Gostei de lá, todos são tão amigáveis. Acabei me apaixonando pela filha do pastor. O nome dela é Lauren, ela é linda! Mas ela namora o babaca do Louis. E na festa eu vi o Louis transando com uma vagabunda qualquer e fiquei possesso! Eu tive raiva dele! A Lauren não merece isso! Por isso chamei a policia, eu queria me vingar.
— Então a moça loira da fotografia que tem no quarto do Louis é a Lauren? — falei me lembrando da noite que eu quase transei com a Julie no quarto do Louis.
— Acho que sim, eu nunca estive no quarto dele.
— Eu entrei lá com a Julie na noite da festa — falei. — A Lauren não estuda aqui.
— Não, ela estuda em uma escola publica. Ela é adorável, tem uma irmã cega e ajuda a cuidar dela.
— E você já falou pra ela sobre os seus sentimentos? — indaguei.
— Não — ele respondeu tristonho. — Ela namora o imbecil do Louis.
— Conta pra ela que ele a traiu na festa — falei enquanto mantinha os olhos fixos na mesa do Lee.
— Eu não posso fazer isso. Ela jamais acreditaria, está cega de amores por ele.
Eu tive que esperar o Lee desgrudar da Alison. Ele ficou correndo atrás dela amanhã inteira. Aproveitei que depois da aula, Lee agora teria treino e me aproximei dela. Ela estava no ponto de ônibus, parei o meu carro na sua frente e buzinei para que ela me visse. Alison me olhou friamente e me ignorou.
— Alison, entra, por favor — pedi a ela. — Preciso conversar com você.
— As pessoas vão me ver entrar no seu carro. Você vai passar vergonha — ela falou secamente.
— Entre — pedi novamente. — Eu não me importo que vejam.
Ela entrou do carro com raiva e fechou a porta com força.
— Eu te levo pra casa — falei. — Estive pensando, quer ir ao baile comigo?
Alison não me respondeu. Ela ficou encarando os pés e não me olhou uma só vez.
— Alison? Quer ir ao baile comigo? — indaguei novamente.
— Lee já me convidou — ela me respondeu de forma ríspida. — E eu aceitei.
Apertei o volante com mais força. Meus punhos estavam cerrados e eu bufava de raiva.
— Lee? Aquele cretino! — falei com ódio.
— Aquele cretino não tem vergonha de mim! — ela me fuzilou.
— Eu te convidei para o baile e você ainda acha que eu tenho vergonha de você?
— Eu não confio em você, Jace! — ela gritou. — Pare o carro eu quero descer!
Alison ameaçou abrir a porta do carro.
— Eu não vou parar! Vou te levar até a sua casa!
— Eu não suporto mais você, Jace — ela bufava. — Você é um miserável!
— Um miserável que te ama! — acelerei mais o carro e acabei não parando no sinal o que fez com que quase batêssemos em um caminhão.
— Você quer me matar?! — Alison respirou aliviada depois que eu desviei do caminhão.
— Eu odeio o Lee!
— Ele também não gosta de você.
— Ótimo!
— Vou começar a trabalhar no Club House — ela falou. — Com o dinheiro que eu ganhar lá eu vou te pagar. Não vou mais de dar aulas.
— Alison...
— Não diga nada — ela me interrompeu aborrecida.
Eu estacionei o carro na frente da casa dela. O engraçado que a maioria das minhas conversas com a Alison era dentro do carro.
— Obrigada por quase nos matar — ela agradeceu grosseiramente saindo do carro, eu obviamente fui atrás dela.
— Alison, pelo menos aceite sair comigo no sábado. Eu sei que é o seu aniversário e poderíamos ir ver algum musical na Broadway. Meu primo vai dar uma festa a noite também. Podíamos passar o dia em Nova York.
Ela me ignorou e não me respondeu. Caminhou até sua casa pisando duro sem olhar para trás. Eu não a segui. Se for isso o que ela quer, tudo bem. Eu não ia mais ficar correndo atrás dela.
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A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUIS
RomanceO amor que Jace Connor sente por Alison Reak é tão grande que ele escreveu um livro sobre ela: A Garota Que Eu Nunca Vou Ter. Desde a adolescência, Jace têm uma paixão intensa pela desajeitada Alison. Ele sempre foi muito bonito e popular, ela, poré...
Capítulo 18- #VEDANOWATTPAD
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