Capítulo 18- #VEDANOWATTPAD

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Eu estava tão desanimado. Meu pai estava morrendo, isso sim era pior do que ser expulso do time de rugby.

— Você está bem? — Trevor perguntou percebendo o meu olho inchado e a minha aparência cansada.

— Meu pai está doente, Trevor — falei fechando a porta do armário.

— Ele vai ficar bem? — Trevor perguntou.

— Não, ele vai morrer — desabafei apoiando as costas no armário.

Trevor fez uma longa pausa, ele parecia estar surpreso e sem saber o que falar.

— Eu não sei o que dizer — ele confessou.

— Não diga nada — falei.

— Se precisar de ajuda é só falar. Você sabe que você é como um irmão para mim e que eu tenho muito carinho pela sua família.

— Obrigado — agradeci-o.

Fomos para a aula. Passei o primeiro período disperso, eu não tinha mais pique para estudar. Procurei Alison, e lá estava ela sentada no canto da parede, o mais longe o possível de mim. Lee estava atrás dela, ele enrolava uma mecha do cabelo dela amavelmente. Aquilo me deixou possesso! Fiquei a aula inteira olhando para a Alison, esperando que ela me olhasse em algum momento, mas não. Alison não me olhou. Era como se eu não existisse, era como se o nosso beijo nunca tivesse existido.

No intervalo, percebi que a maioria dos integrantes do time de rugby me evitava. Pela primeira vez em anos, eu e Trevor estávamos sozinhos na nossa mesa.

— O que aconteceu? — perguntei percebendo que os meus "amigos" tinham me abandonado.

— Ele aconteceu.

Trevor apontou para a mesa do Lee. Todos os rapazes estavam lá com ele sorrindo e se divertindo. Alison também estava com ele, e diferente de mim, Lee a exibia como um troféu. Ele havia me roubado tudo: meus amigos, minha vaga no time e a mulher que eu amo.

— O treinador gostou dele. Assim que você saiu do time ele foi escalado e ficou com a sua vaga — Trevor falou sem jeito.

— O quê?! — perguntei indignado.

— Eu sinto muito, Jace — Trevor falou.

— Enquanto eu estava no time todos me amavam, agora que não estou mais me abandonam?

— Eles nunca foram seus amigos, eles nunca foram nossos amigos. Mas a maioria deles não está mais aqui porque descobriram que fui eu quem chamou a policia e estraguei a festa do Louis.

— O que quer dizer com isso? — indaguei. — Eles descobriram?

— Sim. Eu fiquei com raiva naquela noite. Sabe Jace, estou indo na igreja aos domingos. Gostei de lá, todos são tão amigáveis. Acabei me apaixonando pela filha do pastor. O nome dela é Lauren, ela é linda! Mas ela namora o babaca do Louis. E na festa eu vi o Louis transando com uma vagabunda qualquer e fiquei possesso! Eu tive raiva dele! A Lauren não merece isso! Por isso chamei a policia, eu queria me vingar.

— Então a moça loira da fotografia que tem no quarto do Louis é a Lauren? — falei me lembrando da noite que eu quase transei com a Julie no quarto do Louis.

— Acho que sim, eu nunca estive no quarto dele.

— Eu entrei lá com a Julie na noite da festa — falei. — A Lauren não estuda aqui.

— Não, ela estuda em uma escola publica. Ela é adorável, tem uma irmã cega e ajuda a cuidar dela.

— E você já falou pra ela sobre os seus sentimentos? — indaguei.

— Não — ele respondeu tristonho. — Ela namora o imbecil do Louis.

— Conta pra ela que ele a traiu na festa — falei enquanto mantinha os olhos fixos na mesa do Lee.

— Eu não posso fazer isso. Ela jamais acreditaria, está cega de amores por ele.

Eu tive que esperar o Lee desgrudar da Alison. Ele ficou correndo atrás dela amanhã inteira. Aproveitei que depois da aula, Lee agora teria treino e me aproximei dela. Ela estava no ponto de ônibus, parei o meu carro na sua frente e buzinei para que ela me visse. Alison me olhou friamente e me ignorou.

— Alison, entra, por favor — pedi a ela. — Preciso conversar com você.

— As pessoas vão me ver entrar no seu carro. Você vai passar vergonha — ela falou secamente.

— Entre — pedi novamente. — Eu não me importo que vejam.

Ela entrou do carro com raiva e fechou a porta com força.

— Eu te levo pra casa — falei. — Estive pensando, quer ir ao baile comigo?

Alison não me respondeu. Ela ficou encarando os pés e não me olhou uma só vez.

— Alison? Quer ir ao baile comigo? — indaguei novamente.

— Lee já me convidou — ela me respondeu de forma ríspida. — E eu aceitei.

Apertei o volante com mais força. Meus punhos estavam cerrados e eu bufava de raiva.

— Lee? Aquele cretino! — falei com ódio.

— Aquele cretino não tem vergonha de mim! — ela me fuzilou.

— Eu te convidei para o baile e você ainda acha que eu tenho vergonha de você?

— Eu não confio em você, Jace! — ela gritou. — Pare o carro eu quero descer!

Alison ameaçou abrir a porta do carro.

— Eu não vou parar! Vou te levar até a sua casa!

— Eu não suporto mais você, Jace — ela bufava. — Você é um miserável!

— Um miserável que te ama! — acelerei mais o carro e acabei não parando no sinal o que fez com que quase batêssemos em um caminhão.

— Você quer me matar?! — Alison respirou aliviada depois que eu desviei do caminhão.

— Eu odeio o Lee!

— Ele também não gosta de você.

— Ótimo!

— Vou começar a trabalhar no Club House — ela falou. — Com o dinheiro que eu ganhar lá eu vou te pagar. Não vou mais de dar aulas.

— Alison...

— Não diga nada — ela me interrompeu aborrecida.

Eu estacionei o carro na frente da casa dela. O engraçado que a maioria das minhas conversas com a Alison era dentro do carro.

— Obrigada por quase nos matar — ela agradeceu grosseiramente saindo do carro, eu obviamente fui atrás dela.

— Alison, pelo menos aceite sair comigo no sábado. Eu sei que é o seu aniversário e poderíamos ir ver algum musical na Broadway. Meu primo vai dar uma festa a noite também. Podíamos passar o dia em Nova York.

Ela me ignorou e não me respondeu. Caminhou até sua casa pisando duro sem olhar para trás. Eu não a segui. Se for isso o que ela quer, tudo bem. Eu não ia mais ficar correndo atrás dela.

A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISOnde histórias criam vida. Descubra agora