Capítulo 5

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Já se passou um mês desde que Rodolfo disse aquelas coisas absurdas. Úrsula acha que isso foi apenas um pretexto para se livrar de mim e de qualquer coisa que eu pudesse falar sobre nossa transa na ilha, mas ele no fundo sabia que eu jamais falaria algo assim para qualquer pessoa que fosse eu nunca faria isso. Ele não me conhecia, mas me julgava da maneira que era melhor para ele. Eu me decepcionei muito com isso, porém eu era forte e conseguiria superar essa decepção.

Felipe está sendo muito cuidadoso comigo esses dias, ele sempre fala que tem certeza que algo está acontecendo comigo, mas eu não contaria a ele o verdadeiro motivo, eu apenas digo que não estou me sentindo muito bem, o que na realidade é verdade, tenho me sentindo muito estranha nos últimos dias.

— Amiga, sua cara hoje está bem pior que ontem – disse minha melhor amiga na hora em que paramos para almoçar. Ás vezes a sinceridade de Úrsula assusta – você está pálida.

— Não me sinto muito bem, ando um pouco indisposta – levo minha mão a boca, sentindo a mesma se encher de água. Isso estava acontecendo constantemente, e eu não fazia idéia do motivo. Ou apenas queria me enganar em relação a isso.

— O que foi? – a expressão de Úrsula é de alerta

— Acho que vou pegar uma gripe daquelas. Estou sentindo meu corpo todo mole, e um mal estar constante – explico enquanto coloco toda a comida que eu deveria ter comido no lixo.

— Lissa, posso falar uma coisa que está perturbando a minha cabeça?

— Claro que sim – olho pra ela enquanto tomo um copo com água.

— Se eu fosse você, faria um teste de gravidez – quase me engasgo com a água que eu bebia. Úrsula só podia estar de brincadeira.

— Você está doida?

— Não querida – ela coloca a mão no meu ombro e continua – eu conheço você, e você nunca ficou desse jeito. Você e ele não se preveniram você transaram por dias sem proteção alguma, e você não tomava remédio. Resumindo, você pode muito bem estar grávida de Rodolfo Albuquerque.

— Se isso acontecer eu vou morrer – sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu não queria acreditar em uma coisa dessa – eu me mato!

— Morre nada – ela sorri para mim e me lança seu melhor olhar – e também com certeza não vai se matar.

— Como não? – sento-me novamente e minha amiga fica de pé ao meu lado – como posso criar um filho sem pai?

— Mas seu filho terá pai.

— Eu nem sei se tem filho Úrsula – suspiro completamente derrotada – e se tiver eu estou perdida!

— Acho que você deveria fazer um teste.

— Vou fazer – o medo estava impregnado em mim. Eu não poderia estar grávida meu Deus, não do Rodolfo.

***

— Alô – atende minha amiga ao terceiro toque do telefone.

— Úrsula, sou eu – minha voz sai mais trêmula do que imaginei que ela estaria.

— Lissa o que aconteceu? – pergunta Úrsula toda preocupada.

— Estou saindo do laboratório – respirei fundo e continuei – estou com o resultado do exame nas mãos.

— Abra – ela disse com uma empolgação maior que o necessário.

— Não consigo – comecei a chorar no meio da rua – não tenho coragem.

Pedaços de Você (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now