Heitor precisava pensar rápido por que a flecha de sua irmã já estava apontada para o bichinho indefeso. Ele fechou os olhos, engoliu o orgulho e a vergonha, saindo de uma vez dá árvore em que se escondia.
__Helena não! Não atire! Por favor não atire! – gritou o príncipe desesperado.
Tarde demais, a flecha já tinha sido lançada e alcançado o seu destino, Heitor nem teve tempo de se sentir envergonhado pois o remorso tomava conta de seu coração.
Naquele momento a atenção dos guardas e de Helena era toda do jovem príncipe (sem as calças).
Os soldados seguravam o riso como podiam, afinal ele era o Príncipe, merecia respeito. Mas a princesa não se continha em cima do seu cavalo, suas gargalhadas ecoavam pela floresta.
__Heitor peladão, Heitor peladão...
Repetia Helena de uma maneira irritante zombando do Príncipe.
__Como pode rir num momento desses sua maluca! Você acabou de matar um bichinho inocente!
__O quê? Eu matar um inocente? Acho que o louco aqui é você Heitor.
__Me refiro ao gnomo que você acabou de alvejar com sua flecha, você não tem coração Helena?
Enquanto isso os guardas só observavam o debate dos dois sem expressar reação alguma.
__Me poupe irmão, além das roupas você deve ter perdido também a visão. Olha direito seu bobão.
__O que? Olhar direito?...
__Heitor forçou as vistas então pode ver que o pequeno gnomo estava vivinho da silva, um pouco assustado mas estava bem. A flecha da princesa não tinha como destino acertar o gnominho e sim a calça de Heitor, de maneira que a retirasse da boca do pequenino.
Heitor se viu aliviado, já não era mais o culpado pela morte de um gnominho inocente. Foi aí que que o príncipe voltou a si e se lembrou da situação em que se encontrava, sentindo-se muito envergonhado o jovem num pulo escondeu-se novamente atrás da arvore em que estava.
__Ai meu irmão, você me diverte. Falou a princesa colocando as mãos na barriga enquanto dava gargalhadas da situação.
__Pare de rir e me diga como vou pegar minha calça!
__Oras! Eu tenho que fazer tudo agora? Suba na árvore e pegue-a você mesmo, onde já se viu.
__mas... mas...
__Já entendi, Eu e os guardas vamos seguir em frente, ai você pode subir e apanhar a sua calça ok?
__Ok! Andem logo, preciso voltar ao Castelo, fiquei longe tempo demais.
__Tem razão irmãozinho, o papai deve estar uma fera com você, vamos rapazes!
Então finalmente Helena seguiu viagem junto aos dois guardas reais que a acompanhavam, por dentro eles ainda davam risadas da cena que acabaram de ver, mas se contiveram para que a princesa não notasse.
Novamente sozinho (apenas na companhia do gnominho) Heitor se preparava para escalar a árvore e recuperar a sua calça cravada no tronco pela flecha de sua irmã.
Enquanto subia, Heitor só conseguia pensar no vexame que tinha passado na frente de Helena. Com muito esforço o Príncipe conseguiu alcançar a flecha, a agarrou com uma das mãos e com a outra segurou firme em um galho da árvore para que não houvesse risco de cair.
Mordendo os lábios Heitor puxou a flecha com tanta força que se desequilibrou e acabou caindo bruscamente sobre o solo porém apesar da altura, o príncipe não se machucou pois pousou sobre a grama macia da floresta.
Enquanto vestia a sua calça Heitor notou que o gnomo o olhava fixamente como uma criança que deseja pedir algo.
__Vá amiguinho! Volte para sua casa, não há nada aqui para você – disse abanando as mãos tentando afastar o pequeno gnomo.
Heitor se virou, mas à medida em que caminhava era seguido pelo insistente animalzinho. Agachou-se e passando a mão na cabeça do carismático bichinho o príncipe pensava qual seria o motivo dele o seguir. Foi quando de repente o gnominho apanhou no bolso de Heitor um amendoim que ele tinha pegado no armazém do Castelo.
__Ah, então era isso não é mesmo meu amiguinho, tome! Pegue todos!
Heitor retirou do bolso um punhado de deliciosos amendoins fazendo brilhar os olhos da criaturinha. Se levantou e novamente voltou a caminha em direção ao Castelo, quando de repente sentiu as patinhas do gnomo em suas costas. O bichinho se repousou na cabeça do príncipe como se fosse um chapéu fofinho.
Não tinha jeito, havia nascido ali um afeto entre os dois, gnomo e humano.
__Quer saber, vou levar você comigo! isso mesmo, você vai se chamar... Felpudo!
Então finalmente Heitor seguiu seu caminho, mas dessa vez acompanhado do seu mais novo melhor amigo.
ESTÁ A LER
POR TRÁS DA ESPADA
Fantasy#wattys2019 #palavrasdouradas "Meu nome é Godan, rei soberano de terras a perderem de vista, a anos batalhamos contra demônios que ameaçam o meu povo e creio que essa guerra está longe de acabar." Embarque em um mundo de magia, cavaleiros e demôni...