Vinte e Seis.

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Dia 61 - Depois do apocalipse

Estou escrevendo isso sentada no chão de um avião de guerra do exército. Começando...
Quase não tínhamos mais esperança. As barras eram impossíveis de quebrar, e o cadeado impossível de forçar e abrir.
Tínhamos combinado de comer apenas quando fosse muito necessário, e a fome não nos deixasse mais pensar. Desde que estamos aqui, isso só aconteceu duas vezes.
Quem não estava feliz com nossa greve de fome era Cristal. Ela nos queria fortes e saudaveis, e a gente se recusava a comer.
_ Comam seus cretinos imundos! Comam logo!_ Ela gritou enfurecida para nós.
Estávamos todos encolhidos no canto contrario a porta da cela, onde Cristal gritava, com os olhos como fogo.
O frio alí em baixo era louco. As noites que se passaram eram tão frias, que ficávamos juntos no canto, abraçados, e ainda assim sentiamos frio.
Naquele momento, estávamos abraçados como sempre, André estava contra a parede de pedra suja, com os braços em volta de mim, Clara ao lado dele, sendo abraçada pelas suas duas irmãs, eu abraçava a Lara, que era abraçada pela Catarina e pela Marina, que é a que estava mais exposta, mas ainda tinha a mão da Luana em volta de seu corpo.
Eles nos deram um cobertor velho e frio, que usávamos para colocar em quem estava na frente, mais exposto ao frio. Ele não era muito grande, mas quebrava um galhão quando dormimos.
Cristal atirou um prato de costeletas de porco, e colocou ao nosso lado, copos com água.
Peguei uma das costeletas e comi, devagar mas comi. Cristal parecia estar satisfeita, quando Clara e Luana pegaram também. Ela subiu as escadas, deixando um guarda para nos observar.
Essa era outra coisa que estávamos proibidos. De ficar sozinhos. Sempre tinha alguém, algum guarda nos observando.
Infelizmente, hoje quem ficou conosco foi Hiago. Ele era um guarda calado, sem expressão, diferente da Karen, que gostavam de tentar falar com a gente, e não concordava muito com o que Cristal estava fazendo.
Karen não deixava claro, mas eu achava que Cristal era sua irmã, pelo modo como se referia a ela.
Depois que ela saiu, as coisas ficaram tão silenciosas, que podia se ouvir uma mosca voando. Até os zumbis nas celas ao lado, que costumavam grunir e gemer o dia e a noite inteira, tinham se calado. Só me toquei que algo estava acontecendo quando o tiro ecoou.
Gritos. Pessoas falando em línguas que eu não entendia. A sensação de medo passou pelo meu corpo. Iríamos morrer alí, a promessa que fis para a Bruna, a Clara e a Luana nunca seria cumprida.
Alguém desceu as escadas rápido demais, e o barulho de botas batendo no chão.
Alguém entrou na prisão. Olhou para a nossa cela, e pegou algo no cinto. Um separador.
A pessoa separou as grades da cela com uma facilidade imprecionante, e disse algo para nós. Eu não precisava entender, peguei uma costela e sai correndo dali, com todos ao meu encalso.
O homem dizia algo pra gente. Eu não estava nem aí pra o que ele tentava dizer, mas aparentemente, André estava.
_ Hanna, ele é Americano! Do exercito dos Estados Unidos! Ele nos salvou e quer nos levar para a base dele._ André pegou meu braço, me fazendo parar.
_ E?
_ E, que na base dele, tem pesquisadores, que estão tentando descobrir a cura pra esse mundo._ Meus olhos devem ter brilhado. A felicidade tomou conta do meu corpo.
_ E o que estamos esperando? Vamos com ele!
Começamos a seguir o homem. Saímos daquele lugar, e caminhamos pela cidade. Zumbis estavam por todo lado, nos olhando, se arrastando até nós, tentando nos pegar.
No meio de uma avenida larga, estava um avião do exército, como aqueles que eu só via em filmes. Dentro dele, armas e outras coisas que eu não sabia o que eram.
Entramos no avião, felizes da vida. O homem começou a falar algo com o capitão, ou sei lá como se chama o cara que dirige o avião. Esperamos por um tempo, até todos os outros que tinham saído voltarem. Nesse meio tempo, alguns zumbis corajosos, que tentavam entrar na aeronave, levaram alguns tiros.
Assim que todos entraram, acompanhados de uma horda de quarenta e tantos zumbis, que nem conseguiram dar um passo antes da porta do avião bater na cara deles, começamos a voar.
A altitude que o avião subiu era imprecionante. As nuvens passavam no vidro, deixando as janelas branquinhas.
_ Você fez inglês André?_ Marina perguntou.
_ Aprendi na marra, com os "investidores" do meu pai._ Ele respondeu.
_ Agradeça e eles, por nos salvarem._ Eu disse.
André falou em vós alta, alguma coisa que devia ser em inglês. As pessoas sentadas nas poltronas ao nosso lado, responderam alguma coisa, e voltaram a fazer o que estavam fazendo.
_ André, pergunte a aquele homem que nos salvou, pra onde estamos indo, e o nome dele também._ Clara pegou o braço de André, com os olhinhos de cachorro sem dono.
Ele olhou para o homem, perguntando o nome, e outras coisas. Ele respondia todas as perguntas com respostas bem elaboradas, e gesticulando bastante.
_ Ele disse que se chama Franklin, mas que podemos chamar ele de Frank._ Começou André._ Ele disse que mesmo sendo Americano, a base que está fica na Rússia Europeia, em uma congelada e cheia de neve, onde não foram tão afetados pelo vírus, e é mais seguro. Estão nos levando pra lá agora.
_ Isso é bom. Espero que consiga pagar a promessa que fiz as irmãs._ Sorri, genuinamente feliz.
_ Você vai cumprir amor. Eu sei que vai. _ Ele me deu um beijo. As pessoas nos olharam, com vários tipos de olhares surpresos.
Eu decidi dormir um pouco. O frio já tinha passado, e a felicidade me ajudou a dormir.

André me acordou com um beijo, mexendo no meu cabelo.
_ Estamos chegando._ Ele disse._ Deram esse casaco pra gente, disseram que vai estar negando quando chegarmos.
_ Obrigada amor._ Vesti o casaco, que era quente demais e me deixou suando na hora.
O capitão falou alguma coisa, descendo o avião, que passou por uma pequena turbulência.
_ Ele disse que já chegamos.
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Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)Where stories live. Discover now