Dezesseis

1K 118 35
                                    

_ Como assim fortes?_ Perguntei. 

Estranhei o André dizer aquilo. Não chegávamos nem perto de sermos fortes como ele.

_ A história da Lara por exemplo, só de ouvir, já me deu uma ideia do porque dela ser tão ponderada. Ela pensa bastante antes de falar ou fazer algo._ Ele respondeu._ Gostaria de ouvir a sua Cata. A da Hanna não é segredo para ninguém.

_ A minha vida? Nunca foi algo muito ruim, nem mesmo estranho. Minha mãe desapareceu quando eu era bem pequena, e eu acho que ela está morta já._ Cata disse._ Mas algo que eu gostaria de saber, é porque meu pai desapareceu também. Não sei se ele foi embora, ou algo aconteceu com ele. Fui embora de casa aos 13 anos, logo depois dele desaparecer, e alguns dias depois, encontrei as duas. Nos tornamos amigas desde então.

_ Você sofreu uma perda grande ao longo dos anos. Sua vida mudou drasticamente, e isso te tornou forte._ André dizia devagar, enfatizando cada palavra.

_ André psicólogo e filosofo!_ Ouvi a vós da Bruna.

Ela é suas irmãs vinham andando, acabando de virar a esquina do Galpão.

_ A quanto tempo vocês estão aí?_ Ele perguntou a Bruna.

_ A uns bons 15 minutos. Belas histórias a de vocês, mas está na hora do almoço. Vocês já perderam o café da manhã, então eu acho bom irem almoçar._ Ela começou a me puxar para dentro.

_ Nossa, já serviram o café e eu nem reparei._ Todos fomos andando de volta para o Galpão.


Dia 34 - Depois do apocalipse


Essa semana foi muito mais agitada do que eu imaginava, por isso nem tive tempo de escrever neste diário. 

Marina me entupiu de perguntas sobre meus pais adotivos, minha antiga vida, e como é estar do lado de fora, lutando nesse apocalipse.

Aparentemente, os pais da Mari nunca deixaram ela sair do Galpão. Só tinha uma metralhadora, porque conseguiu depois de muito tempo tentando convencer seus pais, que precisava se proteger se algo acontecesse.

Raquel e Gabriel eram muito protetores. Eles saíam em missão com a maioria dos amigos da filha, e deixavam ela no Galpão, "segura". Eles não faziam ideia de como a Marina ficava constrangida com isso, parecer frágil demais a constrangida profundamente.

Estava quase dando o tempo de irmos embora, e eu reparava nos olhares de todos os meus amigos, esperando que eu dê o primeiro passo. 

EU já não estava feliz ali. Com as brigas de André e Mauro, a convivência já não era pacífica entre todos. O trabalho era cansativo, e sempre me deixava morta de cansaço.

Por isso, André e os outros estavam cada vês mais ausentes, e eu entendia a impaciência de todos. Eu já estava feliz de ter visto minha irmã, já poderia ir embora.

Mas então, os pais de Marina inventaram uma missão, para pegar alguns suprimentos. Não demoraria muito, eles sairiam de manhã,e se tudo desse certo, estariam de volta a tardinha.

Então, resolvemos esperar eles voltarem e iríamos nos despedir para ir embora na manhã seguinte.

O dia passou rápido demais, e os gemidos dos zumbis, que quase não existiam, aumentaram de volume várias vezes. 

Estávamos ficando preocupados.

Os pais da Marina não voltaram ao anoitecer... E definitivamente, ficamos preocupados.

_ Onde meus pais estão... Eles já deveriam ter voltado._ Marina dava voltas pela salinha de convivência, totalmente desesperada.

_ Eles só estão atrasados. Nada aconteceu._ Bruna tentava consolar ela.

Os grunhidos ficaram tão altos, que achamos que haviam zumbis naquela sala.

_ A-acho que deveríamos ver o que está acontecendo._ Eu disse._ Esse barulho não é normal, nem em São Paulo tem esse barulho.

_ O-ok... Pega as balas e as armas e vamos ver._ Marina disse.

Fomos andando devagar, carregando as armas até a porta do Galpão.

_ MARINAAAAAAAAAA!!!!_ Um grito ecoou pelo Galpão. Era a vós dos pais da minha irmã.

Ela abriu a porta rápido demais, escancarando as duas portas de metal branco.

Era uma horda grande demais para ser verdade. E todos os que tinham ido para a missão, estavam sendo atacados pela horda de zumbis.

Os pais da Marina estavam sendo mordidos por três ou quatro zumbis. Eles arrancaram a carne dos braços e das pernas dos dois.

_ MÃE! PAI!_ Marina gritou muito alto, correndo em direção a eles. Eu a segurei antes que a minha irmã morresse como seus pais estavam morrendo.

O único que ainda estava inteiro era Mauro, o namorado da Marina.

_ MARI!!! FICA PARADA! AGORA!_ Eu a segurei com os dois braços, impedindo minha irmã de sair correndo.

Lara e Catarina haviam desaparecido. Eu queria poder pedir ajuda delas agora.

O rosto de Marina estava desfigurado. Ela estava chorando desesperadamente, esperneando e tudo o mais. Eu a entendia. Estava vendo seus pais e seus amigos serem mordidos e acabados, na primeira vês que saiu do ninho.

Coloquei o rosto dela no meu ombro. Minha irmã não merecia isso.

Então, ouvi um carro cantar pneu. Olhei para cima, e vi a Lara no volante, vindo o mais rápido possível estourando a cerca viva do Galpão. Catarina vinha coma porta da perua escolar aberta, e os cabelos voando no vento e na velocidade.

_ ENTREM!!!!_ Ela gritou.

Bruna foi a primeira, Luana entrou quase voando, e eu nem vi Clara passar por mim.

_ VEM HANNA!_ André gritou.

_ MINHA IRMÃ! EU NÃO POSSO DEIXAR ELA AQUI! ELA VAI MORRER!_ Eu rebati.

_ Hanna..._ Quase não ouvi a vós dele.

_ André..._ Eu também disse.

Ele me beijou. 

Foi um beijo muito rápido, mas que me deixou com uma vontade de mais. A língua dele envolveu a minha, três segundos antes antes de ele me soltar.

Puxei a minha irmã comigo. Não ia abandona-los. Nunca. Mauro nos acompanhou, estourando a cabeça dos zumbis que chegavam perto demais. Praticamente joguei a Marina dentro da perua, e Mauro nos seguiu. Fechei a porta, e Lara foi a toda velocidade pelo meio da horda de zumbis. 

Zumbis voaram para todos os lados, sangue meio podre no vidro, e braços e pernas apodrecidos nas paredes.

Escapamos, mas foi por pouco. Muito pouco....

------------------------------------------------------
Oieee Pipocos! Td bem com vcs? E então, gostaram da emoção, da adrenalina? Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)

Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)Where stories live. Discover now