Capítulo 18 - "Quase namorado".

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Inês não sabia o que dizer.

- Victoriano... Bem, eu... - ela tentava encontrar as palavras.

- Não precisa dizer nada, Inês. - disse ele. - Eu não vou te pressionar. Agora que te conheço um pouco mais, sei que preciso conquistar sua confiança antes de conquistar seu coração.

Inês dá um lindo sorriso.

- Só gostaria que você fizesse uma coisa. - disse Victoriano.

- O quê?

- Que me deixasse tentar. Me deixaria tentar conquistar você, Inês? - pergunta Victoriano.

Inês podia até não saber direito onde aquela história iria levá-la, mas algo dentro de seu coração lhe dizia que ela devia dar essa chance à Victoriano, e a ela mesma.

- Está bem, Victoriano. - disse ela sorrindo.

Victoriano abre um sorriso de ponta a ponta. Ele beija a mão de Inês, e em seguida acaricia seu rosto. Os dois vão se aproximando cada vez mais, suas respirações estão compassadas, seus corações acelerados. Victoriano traz Inês para mais perto de si e a beija. Um beijo com ternura, com sentimento, com entrega. Eles encerram o beijo com pequenos selinhos e ficam com suas testas encostadas.

- Já é um bom começo, não? - ele pergunta com um sorriso.

- Um ótimo começo! - disse Inês também sorrindo.

- Já podemos nos considerar um casal? - pergunta Victoriano com um sorriso.

- Um casal?... Digamos que... Somos um "casal em treinamento", que tal? - ela sorri.

- Como assim?

- Bem... Eu venho de uma grande decepção. E você, há muito tempo que não se relaciona com ninguém... Espera,... Ah, sim. A Carlota. - disse Inês.

- A Carlota não conta. - disse Victoriano.

- Por que não conta?

- Bem... Na verdade, acho que só estava com a Carlota por solidão. Gostava da companhia dela, mas...

- Mas? - pergunta Inês curiosa.

- Mas aí, uma certa veterinária, mais turrona do que eu apareceu nessa cidade. - disse ele.

- Turrona é?

- É. Muito turrona. E foi isso que mais me encantou nela. - disse ele pegando no narizinho de Inês.

Ela sorri.

- Mas você tem razão, - disse Victoriano. - vamos devagar.

De repente, as três filhas de Victoriano entram correndo e gritando de felicidade.

- Até que enfim, hein pai? - disse Catarina.

- Confesso que já estava "num pé e noutro" com essa demora de vocês! - disse Diana.

Inês estava ficando sem graça.

- Quer dizer que agora vocês tem o péssimo hábito de escutarem atrás das portas? - perguntou Victoriano.

- A gente não fez por mal, papy! - disse Ana. - Inês, agora que você e o papai tão juntos, você vai ser a nossa mãe?

Todos olharam para Ana com ternura, já que a pequena nunca conheceu a mãe, era natural que se apegasse a Inês.
Inês pega a pequena Ana e colocaca em seu colo.

- Meu amor, escuta, seu pai e eu estamos nos conhecendo, melhor. Mas já posso te garantir que gosto de vocês como se fossem minhas filhas! - disse Inês dando um beijo na bochecha de Ana. - Bom, acho que agora eu preciso ir. Já está anoitecendo.

- Ah, Inês! Fica pro jantar! - pede Diana.

- Que pro jantar, Dianita! - disse Catarina. - Fica pra sempre, Inês!

- É, Inês. Fica? - pede Ana.

Victoriano a olhava com a mesma cara de pidão das meninas.

- Então? - ele pegunta. - Vai ficar?

Inês resolve aceitar.

- Está bem, eu fico. - disse ela.

- Pra sempre? - animou-se Victoriano.

- Não, bobinho. Fico pro jantar. - disse ela sorrindo.

As meninas vibram e correm para cozinha para avisar Consuelo. Deixando Inês e Victoriano sozinhos.

- Bom... - disse ele a abraçando. - Espero que um dia, você queira ficar pra sempre.

- Quem sabe? - disse Inês sorrindo.

Eles dão um beijo terno e carinhoso.

O jantar correu maravilhosamente bem. Em seguida, Victoriano leva Inês de volta à pensão.

- Pronto, doutora! - brincou Victoriano. - Está entregue.

- Obrigada, Victoriano. - ela sorri.

Victoriano estava cada vez mais encantado com Inês.

- Sabia que você tem o sorriso mais lindo do mundo? - disse Victoriano.

- Nossa!... Como estamos cheios de elogios! - disse Inês sorrindo. - Nem parece aquele fazendeiro durão que eu conheci há poucos dias!

- Você me transformou, Inês. Admito que me sinto diferente, um novo homem, desde que a conheci.

- Você está exagerando. - disse Inês sem jeito.

- Não. Não estou, Inês. Pensei que isso nunca mais pudesse acontecer na minha vida, mas... Eu estou apaixonado por você. - disse Victoriano.

Inês coloca a mão no rosto de Victoriano.

- Que bom! - disse ela. - Assim eu tenho certeza de que não estou ficando louca.

- Por quê?

- Porque eu também estou começando a me apaixonar por você, Victoriano. - disse Inês sorrindo.

Os dois se olham. Olham para os lábios um do outro. A vontade que tinham de se beijar era tão grande que não puderam se segurar. Victoriano puxa Inês e toma seus lábios num beijo intenso, voraz, de tirar o fôlego. Ela o corresponde colocando suas mãos por cima do pescoço dele. Inês, vamos combinar, já fazia um tempo que não tinha um contato tão direto com um homem, tanto que ela timha medo dos seus próprios instintos.

- Victoriano, devagar. - disse ela se afastando um pouco para tomar fôlego. - Nós combinamos lembra?

- Sim, sim. Me desculpe, é que eu não resisti. - disse ele.

- Tudo bem. ... Mas agora eu preciso ir. - disse Inês.

- Vejo você amanhã? - pergunta Victoriano.

- É claro que vai ver. Esqueceu que eu trabalho pra você? - ela sorri.

- Mas eu não estou perguntando como seu chefe. Estou perguntando como seu... Quase namorado. - disse ele também sorrindo.

- Então tá bom, meu "quase namorado"! Vamos nos ver amanhã. - disse Inês.

Eles se despedem com mais um beijo, dessa vez suave e delicado. Victoriano vai embora.
Quando Inês estava quase entrando na pensão, ela sente aquela mão puxá-la pelo braço.

- Então era por isso que você não queria que eu viesse com você, não é?! Pra ficar aos beijos com aquele fazendeirozinho grosseirão!

- Henrique! - exclama Inês.


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