Capítulo 8 - A escolha do nome.

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Inês entra no carro, no fundo estava dando graças à Deus alguém ter aparecido para levá-la. Mesmo que esse alguém fosse Victoriano.
Os dois estavam em silêncio. Apenas olhavam um para o outro enquanto o outro não estivesse olhando. Até que Victoriano tenta quebrar o gelo.

- Vai ficar calada o trajeto inteiro?

- Ué? E o que quer que eu fale? Ou melhor, do que o senhor quer falar?

- Bom... Pelo que eu me lembro, eu lhe perguntei como estava a Jasmin e você não me respondeu. - disse Victoriano.

- Mas eu disse pra suas filhas. Pensei que tivesse ouvido. - disse Inês.

- Aí é que está. Você disse pra elas, não pra mim.

- Eu não acredito que o senhor vai fazer, e me perdoe pelo trocadilho, "um cavalo de batalha" por causa disso?! - exclamou Inês.

- Calma. Não precisa se exaltar. A minha pergunta é bem simples. Jasmin está realmente bem? - pergunta Victoriano com um semblante preocupado.

- Vocês parecem ser muito apegados a ela, não?

- As meninas, principalmente. Jasmin pertencia a mãe delas. Luíza. Digamos que é uma forma de as meninas ainda a terem por perto. - disse Victoriano com certa melancolia em sua voz.

Por um momento, Inês ficou sem ter o que dizer. Lhe bateu um constrangimento.

- Me desculpe. - disse Inês.

Victoriano não pôde evitar o espanto.

- Está me pedindo desculpas por quê? - ele pergunta.

- Pelo modo como falei com o senhor na sua fazenda. Eu fui muito impulsiva.

- Ah, aquilo?... Não se preocupe. Talvez eu também tenha merecido.

"Talvez?... Mas é claro que mereceu!" pensou Inês.

Victoriano pára o carro em frente a pensão de Rosa.

- Pronto, Doutora. Entregue san e salva! - disse ele.

- Eu disse que não precisava se incomodar, mas de qualquer forma eu lhe agradeço. - Inês disse saindo.

- Espere, não me disse quanto foi o seu serviço. - disse Victoriano.

- Não foi nada, não se preocupe.

- Não gosto de dever favores. - disse Victoriano.

- Já estava demorando...! Depois a orgulhosa sou eu! - exclamou Inês.
- Eu engoli o meu orgulho pra mandar chamá-la não foi?! - exclamou Victoriano.

- Simplesmente porque não havia outro jeito, não foi??

Victoriano ficou calado. Sabia que ela tinha razão, mas não iria admitir.

- Olha, o que eu fiz pelo senhor eu teria feito por qualquer um, e também não cobraria. Mas se faz tanta questão, amanhã eu darei uma última examinada na Jasmin e aí conversamos sobre isso, será que pode ser assim Sr. Santos?

- Está bem. Se quiser, o Benito pode vir buscá-la amanhã de manhã.

- Não se incomode. Eu só irei à sua fazenda na parte da tarde. Depois que terminar meu expediente na clínica.

Victoriano não gostou muito de ser deixado como segundo plano e fez questão de deixar isso bem claro.

- E por que não pode ir de manhã e deixar o seu expiente pra tarde?

- Porque eu tenho outras consultas marcadas pra amanhã de manhã, Sr. Santos. Não posso simplesmente desmarcar tudo só pra atender as suas necessidades. Acho que deixei isso bem explicado hoje de manhã, quando o senhor foi a clínica, não?

Um Encontro Do DestinoWhere stories live. Discover now