VI - Minerva se rende

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Pov. Izabella

No dia seguinte, contei à Trice sobre a traição que sofri dentro da minha própria casa. Ela, como sempre, me apoiou.

- É por isso que eu amo a sua mãe - disse ela, aos sorrisos.

− Tente ser filha dela - rebati, sem animação. - Agora terei mesmo que fazer isso.

− Bella, não fica reclamando. Pode ser algo bom! - Ela segura minha mão sobre a mesa da cozinha.

Não há ninguém na minha casa, exceto por nos duas. Marina havia ido ao mercado, e meus pais estavam na empresa, discutindo meu destino.

− Talvez. Não tenho muita escolha. - Dou de ombros. - O jeito é tentar não pensar muito nisso.

− Ótimo, porque tudo o que você precisa pensar agora, é no baile de sábado! - Ela exclama de animação.

Eu dou lhe um sorriso. O melhor mesmo é curtir uma boa festa.

− Você tem razão! - Eu me levanto da cadeira. - Vamos olhar esses tecidos que você trouxe. - Sorrio já me animando um pouco. Tudo que preciso pra me animar agora é um tempo de qualidade com Beatrice.

− Eles são divinos! - Ela garante, me arrastando para a sala de estar, onde deixou várias amostras de tecido para os nossos vestidos.

- Claro que são! - Rio, indo com ela. - Deixe me vê-los.

- Olha, acho que esse tom de vermelho combina mais com seu tipo de pele... - comenta ela, encostando o tecido no meu corpo.

- Você vai de preto e branco? - Coloco dois pedaços de tecido junto ao corpo dela.

- As máscaras precisam combinar. Você vai pegar de que cor?

- Como vai ter tempo de fazer tudo isso?

Nós passamos boa parte do tempo nessa conversa, que admito sentir muita falta. É difícil ser uma adolescente normal quando já é tão conhecida. Entrar em uma loja de roupas sozimha? Não mesmo. Trice ama a atenção, é claro, e deixo que ela aproveite o fato de ser "melhor amiga de uma estrela", como ela mesma diz.
"Um dia, eu serei uma grande estilista e poderei dizer: 'Sou melhor amiga de Izabella Martins e sempre fiz suas roupas, em parceria com Miranda Martins, antes dela resolver se aposentar e me deixar como estilista pessoal da filha.' Você vai ver, Bella, e não ouse fazer suas roupas com qualquer um que não seja sua mãe ou eu." Ela sempre fala isso quando esta me fazendo algo novo.
Eu compro roupas prontas, é claro, e nem sempre são as que minha mãe faz, mas ela não se importa. "Quando se trata de fazer roupas, você tem uma mãe muito ocupada e uma amiga muito livre que precisa economizar pra faculdade de Moda", alerta ela.

Nós acabamos escolhendo os tecidos para cada uma, além das cores das máscaras.

- Vou voltar na loja e somar tudo. Mando uma mensagem com o preço da sua parte. Você tem o número do meu cartão. - Ela pisca um olho, enquanto se prepara para ir embora.

- Você não quer que eu pague sua parte também? - pergunto preocupada com o tanto de trabalho que ela vai ter.

- Ah, querida. Não se preocupe. O que vou cobrar de você por esse vestido vai cobrir tudo. - Ela ri, porém sei que está falando sério, e não me importo com o preço. Sei que vai valer a pena.

- Entendi. Estarei esperando sua mensagem - concordo, sorrindo.

Ela vai embora e resolvo tomar um banho para relaxar, mas assim que saio do meu banheiro, dou de cara com minha sentada na minha cama.

- Mãe! Que susto. Não bate mais? -Acuso enquanto entro no closet.

- Bato, mas você não atendeu. E desde quando uma mãe não pode mais invadir o quarto da filha?

- Aparentemente pode - resmungo, escolhendo uma roupa.

- O seu pai e eu ouvimos 7 rapazes, e 5 já foram selecionados por nós. Queremos que você vá vê-los amanhã - anuncia ela, sem mais nem menos.

Saio do closet segurando a roupa em meus braços.

- Foram rapidos - comento seca, colocando a roupa na cama.

- Não fique assim, ursinha. Olha, se enquanto gravamos você realmente não estiver conseguindo, nós paramos tudo.

- Já não estou conseguindo agora. - volto pra dentro do closet.

- Você ainda não tentou. Não conta. Olha, todo cantor já fez uma música acompanhado de outro. - a ouço dizer.

- Eu não sou "todo cantor" - resmungo. Saio do closet novamente e olho ela. - Quando o papai quis comprar a música daquele cara dizendo "Todo mundo faz isso", e eu não quis, você disse "Ela não é 'todo mundo'". Mas agora parece que eu sou.

Ela suspira e se levanta. Parecia triste por eu não estar aceitando bem a ideia deles, e isso me tocou, mas não deixei ela saber.

- Ao menos tente, querida. Você pode acabar gostando.

Eu permaneço calada, olhando ela.

- Não se atrase para o jantar - ela diz por fim, saindo do quarto em seguida.

Eu suspiro e sento na cama. Talvez eles tenham razão. Estou fazendo tempestade em copo d'água. Talvez não seja uma ideia tao ruim. Cantar com a Trice é sempre bom, talvez seja bom inovar. E eu vou poder ter a última palavra na escolha final.

Naquele momento, naquele quarto, eu declarei minha rendição.

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Oi meus amorzinhos! Estou viva ainda!
Desculpem pelo capítulo mixuruca :(
Mas o bloqueio e a falta de tempo estavam enooormes.

Não tenho muito a dizer, apenas que espero que vocês não me deixem por causa da fraqueza desse capítulo.

E mais uma coisa: repostei o capítulo 2, depois de revisado pela minha beta Beatriz-Tavares. E retirei os capítulos de "aviso".

Por hoje é . Amo muito vocês. Não desistam, por favor. Vem coisa melhor pela frente, prometo!

Cinderella Às AvessasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora