Pov. Izabella
No dia seguinte, contei à Trice sobre a traição que sofri dentro da minha própria casa. Ela, como sempre, me apoiou.
- É por isso que eu amo a sua mãe - disse ela, aos sorrisos.
− Tente ser filha dela - rebati, sem animação. - Agora terei mesmo que fazer isso.
− Bella, não fica reclamando. Pode ser algo bom! - Ela segura minha mão sobre a mesa da cozinha.
Não há ninguém na minha casa, exceto por nos duas. Marina havia ido ao mercado, e meus pais estavam na empresa, discutindo meu destino.
− Talvez. Não tenho muita escolha. - Dou de ombros. - O jeito é tentar não pensar muito nisso.
− Ótimo, porque tudo o que você precisa pensar agora, é no baile de sábado! - Ela exclama de animação.
Eu dou lhe um sorriso. O melhor mesmo é curtir uma boa festa.
− Você tem razão! - Eu me levanto da cadeira. - Vamos olhar esses tecidos que você trouxe. - Sorrio já me animando um pouco. Tudo que preciso pra me animar agora é um tempo de qualidade com Beatrice.
− Eles são divinos! - Ela garante, me arrastando para a sala de estar, onde deixou várias amostras de tecido para os nossos vestidos.
- Claro que são! - Rio, indo com ela. - Deixe me vê-los.
- Olha, acho que esse tom de vermelho combina mais com seu tipo de pele... - comenta ela, encostando o tecido no meu corpo.
- Você vai de preto e branco? - Coloco dois pedaços de tecido junto ao corpo dela.
- As máscaras precisam combinar. Você vai pegar de que cor?
- Como vai ter tempo de fazer tudo isso?
Nós passamos boa parte do tempo nessa conversa, que admito sentir muita falta. É difícil ser uma adolescente normal quando já é tão conhecida. Entrar em uma loja de roupas sozimha? Não mesmo. Trice ama a atenção, é claro, e deixo que ela aproveite o fato de ser "melhor amiga de uma estrela", como ela mesma diz.
"Um dia, eu serei uma grande estilista e poderei dizer: 'Sou melhor amiga de Izabella Martins e sempre fiz suas roupas, em parceria com Miranda Martins, antes dela resolver se aposentar e me deixar como estilista pessoal da filha.' Você vai ver, Bella, e não ouse fazer suas roupas com qualquer um que não seja sua mãe ou eu." Ela sempre fala isso quando esta me fazendo algo novo.
Eu compro roupas prontas, é claro, e nem sempre são as que minha mãe faz, mas ela não se importa. "Quando se trata de fazer roupas, você tem uma mãe muito ocupada e uma amiga muito livre que precisa economizar pra faculdade de Moda", alerta ela.Nós acabamos escolhendo os tecidos para cada uma, além das cores das máscaras.
- Vou voltar na loja e somar tudo. Mando uma mensagem com o preço da sua parte. Você tem o número do meu cartão. - Ela pisca um olho, enquanto se prepara para ir embora.
- Você não quer que eu pague sua parte também? - pergunto preocupada com o tanto de trabalho que ela vai ter.
- Ah, querida. Não se preocupe. O que vou cobrar de você por esse vestido vai cobrir tudo. - Ela ri, porém sei que está falando sério, e não me importo com o preço. Sei que vai valer a pena.
- Entendi. Estarei esperando sua mensagem - concordo, sorrindo.
Ela vai embora e resolvo tomar um banho para relaxar, mas assim que saio do meu banheiro, dou de cara com minha sentada na minha cama.
- Mãe! Que susto. Não bate mais? -Acuso enquanto entro no closet.
- Bato, mas você não atendeu. E desde quando uma mãe não pode mais invadir o quarto da filha?
- Aparentemente pode - resmungo, escolhendo uma roupa.
- O seu pai e eu ouvimos 7 rapazes, e 5 já foram selecionados por nós. Queremos que você vá vê-los amanhã - anuncia ela, sem mais nem menos.
Saio do closet segurando a roupa em meus braços.
- Foram rapidos - comento seca, colocando a roupa na cama.
- Não fique assim, ursinha. Olha, se enquanto gravamos você realmente não estiver conseguindo, nós paramos tudo.
- Já não estou conseguindo agora. - volto pra dentro do closet.
- Você ainda não tentou. Não conta. Olha, todo cantor já fez uma música acompanhado de outro. - a ouço dizer.
- Eu não sou "todo cantor" - resmungo. Saio do closet novamente e olho ela. - Quando o papai quis comprar a música daquele cara dizendo "Todo mundo faz isso", e eu não quis, você disse "Ela não é 'todo mundo'". Mas agora parece que eu sou.
Ela suspira e se levanta. Parecia triste por eu não estar aceitando bem a ideia deles, e isso me tocou, mas não deixei ela saber.
- Ao menos tente, querida. Você pode acabar gostando.
Eu permaneço calada, olhando ela.
- Não se atrase para o jantar - ela diz por fim, saindo do quarto em seguida.
Eu suspiro e sento na cama. Talvez eles tenham razão. Estou fazendo tempestade em copo d'água. Talvez não seja uma ideia tao ruim. Cantar com a Trice é sempre bom, talvez seja bom inovar. E eu vou poder ter a última palavra na escolha final.
Naquele momento, naquele quarto, eu declarei minha rendição.
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Oi meus amorzinhos! Estou viva ainda!
Desculpem pelo capítulo mixuruca :(
Mas o bloqueio e a falta de tempo estavam enooormes.Não tenho muito a dizer, apenas que espero que vocês não me deixem por causa da fraqueza desse capítulo.
E mais uma coisa: repostei o capítulo 2, depois de revisado pela minha beta Beatriz-Tavares. E retirei os capítulos de "aviso".
Por hoje é só. Amo muito vocês. Não desistam, por favor. Vem coisa melhor pela frente, prometo!
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Cinderella Às Avessas
Teen FictionQuando a filha do milionário dono da maior gravadora do país escuta a voz encantadora de um rapaz desconhecido, ela decide que quer ele em seu próximo disco (e talvez em sua própria vida). Mas o tio desse jovem quer a fama para o próprio filho e "ro...