Capítulo 23

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Decidi perguntar dos beijos ao príncipe.

Percebi que se eu era capaz de confiar nele, ele também deveria ser capaz de me contar a verdade. Toda a verdade.

Mas para a minha completa frustração, ninguém da família real apareceu no jantar. Os pais da rainha havia chegado, e aparentemente todos resolveram passar um tempo com eles.

Minha noite foi péssima. Meus pesadelos passaram de lembranças da minha infância para a imagem desfigurada de um anel da realeza se afastando de mim a cada passo que eu dava na direção dele.

Acordei no outro dia com um sobressalto e uma sensação terrível no peito.

Percebi que quanto mais rápido eu falasse com Osten, mais rápido eu me livraria daquela coisa.

Ou não.

Summer já havia preparado meu banho, então eu corri para o banheiro e comecei a me despir. Ter vários sais à minha disposição era para ser algo relaxante, mas tudo o que eles fizeram por mim naquele momento foi me irritar. Eu estava com pressa e não estava com a mínima paciência para aquela frescura.

Saí do banheiro com uma toalha enrolada no meu corpo.

Quando estava prestes a me dirigir ao closet com Mary para escolher o vestido do dia, sons do outro lado da porta do meu quarto me fizeram parar.

— Majestade... — Uma voz desesperada se fez ouvir.

— Não precisa me chamar assim, — Houve um suspiro. — eu já disse que não sou mais rainha.

A maçaneta da porta começou a girar.

— Não, espere, a senhora não pode entrar aí...

— Ora, mas é claro que posso!

A porta se abriu e uma mulher de longos cabelos vermelhos entrou no meu quarto, mas com a atenção ainda fixa no corredor.

— Este quarto está desocupado desde a época da minha Sele...

A mulher se virou para a frente e parou de falar ao ver Mary e eu congeladas no meio do cômodo.

— Oh, me desculpem!

— Eu tentei avisar a senhora. — Um secretário real parou na frente da porta e apoiou as mãos nos joelhos parar tomar fôlego.

A mulher revirou os olhos.

— Isso era trabalho da Eadlyn. Eu chego ontem e ao invés dela me dizer que o meu antigo quarto estava ocupado ela passa horas tentando convencer a mim e a Maxon de que as nossas preocupações são infundadas. Quando nós todos sabemos que elas na verdade não são.

Eu arregalei os olhos. Deveria tê-la reconhecido pela voz e pelos cabelos. A mulher à minha frente era America Schreave, a mãe da rainha.

A mãe de Osten.

Mary caiu em uma reverência.

— Majestade.

A Sra. Schreave deu outro suspiro.

— Pelo visto algumas coisas nunca mudam. — Ela me encarou. — Você também não vai me tratar como se eu ainda fosse a rainha, vai?

— Não. — Respondi sem pensar. — Ou melhor, só se a senhora quiser.

— Bem... eu não quero. — A mulher sorriu.

Eu tentei sorrir também mas a toalha enrolada ao redor do meu corpo definitivamente não ajudou a conter os efeitos da brisa que entrou pela sacada.

A PrincesaWhere stories live. Discover now