Capítulo 11

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— Senhorita Alice, podemos prepará-la para dormir? — Perguntou Mary.

O dia havia sido cheio e eu estava muito mais do que cansada. Além disso, eu precisava estar bem disposta amanhã para cumprir as minhas tarefas com a princesa Kerttu. Assim, diante da minha afirmativa, minhas criadas prepararam meu banho, que estava maravilhoso por sinal, e depois me ajudaram a trocar de roupa.

— Só lembrando de novo senhorita, qualquer coisa que a senhorita quiser...

— Eu devo pedir a vocês. — Revirei os olhos e sorri. — Eu já sei disso Evie.

— Claro que se for para a senhorita acabar se encontrando com o príncipe, não precisa nos chamar.

A simples menção à figura de Osten me entristeceu. E Summer percebeu isso.

— Senhorita, o que aconte... — Ela começou a falar, mas parou subitamente ao som de batidas na porta.

— Quem pode ser a essa hora? — Perguntei.

— É o que eu vou descobrir.

Mary andou até a porta e a abriu, empalidecendo logo depois.

— Príncipe Osten! — Ela exclamou, caindo em reverência.

— Boa noite e perdoe-me pela hora. A senhorita Wightman ainda está acordada?

Eu congelei. Da última vez em que Osten me viu vestida para dormir eu estava de pijama, mas hoje eu estava de camisola. Não poderia ter havido momento mais embaraçoso para ele vir me falar comigo.

— Não. — Mary declarou, claramente atordoada. — Quero dizer, sim, ela está.

— Evie, eu tenho que me trocar. — Sussurrei de modo quase inaudível.

— Perfeito, eu preciso falar com ela. — Osten colocou um pé para dentro, mas Mary o bloqueou.

— Vossa Alteza, espere!

— Não há tempo senhorita. — Evie disse já me puxando na direção da cama.

Assim que eu me deitei, Summer jogou dois longos cobertores em cima de mim.

— Não entendi. Há algum problema? — Osten perguntou, ainda fora do quarto.

— É que...

— Vossa Alteza já pode entrar. — Evie falou indo ao socorro de Mary.

— Obrigado.

Osten entrou no quarto trajando o seu terno habitual, mas com o rosto desprovido de qualquer sorriso. Se a inconveniência do fato de eu estar deitada e coberta até o pescoço o afetou, ele não deixou transparecer.

— Vocês poderiam nos deixar a sós, por favor? — Ele pediu.

Minhas três criadas assentiram, saindo logo após outra reverência.

Foi então que, depois de uma respiração profunda, Osten se virou para mim.

— Porquê?

De tudo o que ele poderia ter falado naquele momento, "Porquê" não era bem o que eu tinha imaginado. Talvez um "Oi", um "Boa noite", um milagroso "Vamos nos encontrar amanhã?" ou até mesmo um terrível "Você vai voltar para casa.". Mas... "Porquê"? Uma palavra simples, sem complemento e sem contexto? Eu é quem devia dizer isso para ele. Por que eu, sim, tinha vários complementos e contextos para essa palavra.

Porque você pulou a minha vez na primeira conversa com todas as selecionadas? Porque você ainda não me chamou para um encontro "oficial"? Porque você parece estar me evitando? E principalmente, porque você tem o poder de fazer com que eu me importe com isso?

A PrincesaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora