Capitulo 20

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Os oficiais declararam que o principal suspeito era o mordomo que os servira na festa, e Amy queria acreditar nisso, realmente queria.
Mas era clichê demais, óbvio demais, tinha que haver algo muito mais complicado.
Amy conhecia essa história, ela ja vira filmes suficientes para saber que aquele mordomo não era o culpado. Ela podia ver nos olhos dele, quando pediram para que ela o identificasse como o mordomo que os servira bebidas.  O homem estava assustado, e seus olhos eram suplicantes.
Ela não conseguia vê-lo matando alguem.
Amy fizera uma lista de pessoas com quem teve contato na festa, e sublinhou o nome da pessoa que parecia ser o maior suspeito.
RAY
Ela nunca falara com ele direito, quer dizer, nunca teve uma conversa de mais de dez minutos com ele. Mas pelo que sabia dele - que era praticamente zero - Raymond Harrinson era um sujeito bem esquisito.
Ela se lembrou das palavras de Charlotte "O cara esquisito sempre é o culpado". E era verdade. Em muitos e muitos filmes, sempre havia aquele garoto ou aquela garota que era sociável, mas sempre tinha olhar suspeito, que estava escondendo alguma coisa. Mas ninguém suspeitava dessa pessoa.
Para ser sincera, Amy achou o máximo ela ter descoberto - ou suspeitado - de alguma coisa sem nenhuma palavra de Louisa, que até agora mantinha-se com o "sigilo de investigação até ter certeza".
Ela até fizera um plano.
Não era detalhado, nem complicado, ela só conversaria com Ray e tentaria descobrir alguma coisa.
E a oportunidade perfeita era ali e naquele momento, na estação policial, na hora de identificar o suspeito.
Ela encontrou Ray do lado de fora, tirando um cigarro do bolso e colocando-o na boca.
-Isso vai te matar um dia. - Ela iniciou a conversa, procurando todo o carísma que tinha dentro de si.
Ele sorriu e acendeu o fogo.
-Você só vive uma vez. - e piscou para ela - Quer um? - ela balançou a cabeça negativamente.
-Então... Acha que foi o mordomo que sequestrou Arthur e Trevor? - ela perguntou, direta. Mas falar os nomes dos irmãos causou um aperto em seu coração, sequestro. As pessoas geralmente não entendem a gravidade da palavra. Duas pessoas foram levadas para um local totalmente desconhecido, por uma pessoa que ninguém tem ideia de quem seja, e essas mesmas pessoas podem estar machucadas nesse mesmo momento.
-Sinceramente? Não. Mas o detetive que Tia Kate contratou também acha que foi o mordomo, e ela e Tio Fred acreditam em qualquer merda que aquele cara fala.
-Eu também não acho que tenha sido ele, quer dizer, seria muito simples se fosse. E eu não acho que um assassino seria tão burro.
-Assassino.
-Sim, ele matou aquela mulher, e machucou um dos seus primos. Se ele tem coragem de fazer algo assim...
-Imagine o que ele não pode fazer, não é mesmo? - Ray pareceu se lembrar de algo - Te falaram que descobriram de quem era o sangue encontrado?
-N-não... De quem? - ela perguntou, hesitante.
-Arthur.
Não que Amy não fosse ficar preocupada se a resposta dele tivesse sido "Trevor", mas ela não pôde evitar a aceleração do coração e a desaceleração de sua respiração. Arthur estava machucado, Arthur poderia estar...
-Não! - ela arregalou os olhos.
Ele deu de ombros, mas Amy pôde ver que estes estavam tensos.
-Escute - Amy disse depois de um minuto de processamento - eu estou suspeitando de você.
Ray se sobressaltou e deixou o cigarro cair.
-O-o que? Por que?
-Eu não sei. Você não parece tão preocupado quanto Kate e Fred.
Ele a encarou.
-Ah, acredite, eu estou tão preocupado quanto eles.
-É mesmo?
-Escuta , você não me conhece, não sabe minha história, desculpe se eu não mostro minhas emoções do jeito que você acha normal.
-Eu nunca disse que achava o seu jeito de demonstrar suas emoções anormal.
-Não sou burro, Amelia.
Ela ficou em silêncio por um curto período de tempo.
-Você disse que desceu logo após o tiro, eu desci logo após o tiro, e não lembro de ter visto você.
-Você estava desesperada, a adrenalina estava pulsando dentro de você, acho que você não notaria alguém com você.
-Você me notou.
-Somos pessoas diferentes, reações diferentes.
-Eu sei.
-Olhe, eu não sei quem foi que sequestrou  Arthur e Trevor, e nesse momento, é tudo o que quero saber, não consigo parar quieto, fico pensando se vou ver eles de novo. Nunca moramos perto, e nos distanciamos muito, mas eles são família, e disso nós temos que cuidar.
E quando ela viu os olhos dele, percebeu dor, honestidade e suplicancia.
                                      §
-Você é burra, por acaso? - Louisa disse do outro lado da linha.
Amy tinha acabado de falar para ela que tinha falado com Ray. Disse que não achava mais que ele era um suspeito, mas que não confiava nele.
-Desculpe! Eu não sei mentir!
-Deus! Se você suspeita de alguém, você não fala para essa pessoa logo de cara. Você poderia ter estragado tudo, sabia? Se ele fosse o assassino já teria feito um plano totalmente novo no momento que você disse que suspeitava dele! Você tem sorte de ele não ser o sequestrador.
-Como você pode ter tanta certeza?
-Olha, eu não deveria nem falar sobre isso para você. Mas estou investigando, e tenho certeza que não é Raymond. - ela respondeu rapidamente - Tenho que ir, mas posso dizer que estou progredindo com a investigação. Em pouco tempo poderei dar respostas que você quer.
E desligou.
Amy suspirou de raiva.
Ela continuou olhando para a tela do celular, onde via mensagens de Charlotte falando sobre o namorado novo. Mas os pensamentos não paravam de vir.
Se não era o mordomo, nem Ray, quem seria o assassino?
OI GENTE DESCULPA A DEMORA DE NOVO.
Dessa vez é porque meu irmãozinho ficou doente e tivemos que ir para o hospital. Fiquei atordoada demais para escrever qualquer coisa.
Mas enfim. Queria agradecer vocês pelas 30 mil visualizações!!!! Isso é surreal, muito obrigada, significa muito❤️
E então, o que acham que vai acontecer?

Ele não é tão Cego AssimOnde as histórias ganham vida. Descobre agora