Capítulo 24

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                          AMY G.

Depois de uma longa temporada de provas, finalmente eu estava livre, quero dizer, não das mãos dos professores de teatro e dança, porque eles sim queriam que a gente trabalhasse feito loucos. Essa semana estava meio que lenta, mas corrida, em outras questões, muito tediosa e cheia de trabalhos. Cansaço não chegava perto do que eu estava sentindo naquele momento.

Faz duas semana que Sarah saiu da universidade, estamos tentando ao máximo não surtar sem ela aqui, porque na maioria (ou em todas) ela sempre nos ajudava e colocava juízo na cabeça dos outros. Mas ela precisa de um tempo para se recompor e talvez, volte mudada. Ou não.

Também comecei o tratamento, Ryan estava sempre ali me apoiando e eu o agradeço eternamente por isso, ele tem mostrado ser o melhor médico de todos, sempre que eu tinha vontade de sair correndo ou chorar ali mesmo já clínica, ele dizia coisas legais e me dava muita motivação e força. Eu o considerava uma pessoa muito importante para mim. E nessa semana ainda, irei fazer um exame cardiovascular. Espero que ocorra tudo bem.

Hoje eu não acordei muito tarde, a Mel não deixava a gente dormir, com toda hora querendo comer alguma coisa, não sei o que está dando nela. A Eve se inscreveu no mesmo clube de dança que o meu, ela estava animada com a próxima competição de dança, que ocorrerá daqui há duas semanas. Não vejo os meninos direito, eles estavam realmente ocupados com aquele lance de jogo e os esportes que eles praticam.

Acho que não estava fácil para ninguém. Mas sempre daremos um jeito.

– Está ansiosa para a peça? – Mel perguntou, curiosa. Ela devorava um bolinho de chocolate, estávamos no teatro sentadas no chão do palco, enquanto alguns alunos estavam mais afastados, apenas refletindo sobre algumas falas.

– Sim, eu realmente quero fazer isso. Significava muito para a minha avó. – Eu dei um sorriso fraco, ela assentiu limpando as pontas do dedo e amassando o papel. Franzi a testa com seu ato, e olhei ao redor. Esperávamos há um tempinho pela professora, acho que ela não viria hoje.

– Eu só queria dormir. Estou tão cansada. – Mel resmungou, parecendo ler os meus pensamentos.

– Sem festas, foco nos estudos. Estamos em uma faculdade, não em um colegial. – Tryna falou, parecendo que tinha ouvido nossa conversa. Eu revirei os olhos e Mel virou um pouco a cara.

– Ninguém pediu sua opinião. Vai cuidar da sua vida. – Mel disse, irritada. Arregalei os olhos e a repreendi na hora. Tryna a encarou com nojo, e voltou a sua posição perto de um globo – enorme – de neve de plástico.

– Você deveria ser mais legal com as pessoas. – Falei rindo, pegando uma garrafa de água.

– Realmente, a Tryna me tira do sério. Sabe a quanto tempo ela vem querendo o seu papel? Se eu fosse você, ficava de olho. – Mel disse, e eu quase me engasguei com a água.

– Sério? – Indaguei assustada.

– Sim, ela é bem competitiva. Qualquer coisa a gente coloca pó de mico no vestido dela. – Piscou-me o olho enquanto ria.

– Não tem graça, argh, o que eu faço? – Falei frustrada.

– Calma! Falta muito tempo. Deixa de negatividade. Vai dar tudo certo. – Ela disse calmamente.

– Mas...

– Lembra da frase? – Ela falou.

– Stay fine, day, night, don't matter, stay fine. – Nós falamos juntas ao mesmo tempo. Eu dei uma risadinha baixa, e ela me acompanhou.

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