Capítulo dois.

2.9K 331 217
                                    

Depois de andar sozinha por um bom tempo, cheguei a uma estrada de duas vias, consequentemente ali, passavam-se mais carros do que o normal. Seria mais fácil para conseguir uma carona, pensei.

Não precisei esperar muito, logo um carro parou ao meu lado, o vidro abaixou-se, revelando um rapaz de aproximadamente 30 anos, não mais que isso, com certeza.

一Precisa de carona? 一Ele perguntou, parecia ter boas intenções. Eu assenti freneticamente, fazia muito frio, eu estava encharcada e tremia. 一Entra aí.

Ele destravou a porta e então eu entrei, colocando o cinto de segurança em seguida.

一Para onde pretende ir?

一E-eu não sei... 一Respondi, o fazendo encarar-me.

一Fugindo de algo? Ou de alguém?

一Só vá em frente, por favor. 一Ele não fez mais perguntas, fazendo-me suspirar aliviada e então deu partida no veículo.

Depois de pelo menos uma hora de uma viagem silenciosa, ele parou para abastecer e perguntou-me se eu sentia fome.
Eu neguei, obviamente, não queria importuna-lo mas evidentemente eu estava com fome pois minha barriga não parava de roncar sequer um segundo, assim, me entregando.

Ele foi a loja de conveniências e voltou com um lanche e uma garrafa de suco, me entregando em seguida, eu o agradeci e devorei o lanche em minutos.

一Obrigada. 一Agradeci novamente, encostando a cabeça sob o vidro.

一Pode pelo menos me dizer o seu nome?

一Ariana. 一Respondi, levando em consideração que ele estava me fazendo um favor, havia me dado comida e estava sendo gentil comigo. 一E o seu?

一Charlie. 一Charlie respondeu, com o olhar direcionado para a estrada. 一Acho que teremos que dar uma pausa, Ariana. Está ficando tarde e eu não enxergo bem a noite.

Assenti pois não havia nada que eu pudesse fazer. Teria que esperar amanhecer se quisesse continuar a viagem. Ou poderia pedir carona a outra pessoa, mas eu confiava em Charlie. O que foi um erro.

Charlie sugeriu que eu deitasse o banco, assim poderia dormir melhor e descansaria enquanto ele vigiaria. Eu acreditei em Charlie.

Um tempo depois de eu ter dormido, senti um peso sob mim.
Charlie tentou me beijar, mas eu esquivei.
Suas mãos seguravam meus braços acima da minha cabeça, me deixando praticamente imobilizada.

O chutei como fiz com Ryan, não aceitaria passar por aquilo de novo.
Tentei destravar a porta e correr, mas Charlie segurou o meu braço. Fechei a porta do carro, prensando o mesmo, rapidamente ele me soltou.

Mesmo a distância era capaz de ouvir seus xingamentos e palavrões.
Eu me sentia tão impotente, fraca, como se estivesse fazendo tudo aquilo em vão. Era melhor voltar para casa, essa hipótese passava pela minha cabeça.

Continuei caminhando, procurando um rumo, mas a noite as coisas ficaram ainda mais difíceis. E perigosas.
Eu não poderia confiar em ninguém novamente.
Um caminhão parou ao meu lado, dentro dele tinha um senhor -idoso- sorridente. Parecia simpático. Mas se tem algo que aprendi é que, as aparências enganam.

一Precisando de ajuda?

一Não. 一Cruzei os braços, convicta. Não entraria em nenhum veículo de nenhum desconhecido de novo.

一Certeza? 一Ele arqueou a grossa sobrancelha de pelos grisalhos. 一De qualquer forma, tenha cuidado, menina. E boa sorte. 一Ele acenou de forma engraçada com o boné e então foi embora, deixando poeira e a mim para trás.

Caminhei até o posto de gasolina mais próximo -que não era tão próximo assim- era 24h e o banheiro estava aberto.
Entrei sorrateiramente em uma das cabines e por ali passei a noite.

一Olha para o estado desse lugar... 一A voz feminina ecoou pelo ambiente, fazendo-me acordar. 一Tem alguém aí?

A "mulher" deu leves batidas na porta, levantei-me, ajeitei a roupa e então abri a porta, deparando-me com uma figura diferente, de roupas pretas, cabelo colorido e mascando chiclete de forma estranha.

一Uma mendiga? 一Ela arqueou a sobrancelha, enrolando o chiclete no dedo indicador.

一Não sou mendiga! 一Respondi, rispidamente.

一Tanto faz, não me importa quem é você, apenas saía daqui, eu preciso limpar.

Ela deixou seu celular sob a pia, colocou algum rock no último volume e se concentrou na sua tarefa. Achei melhor não incomoda-lá mais.
Fui para a loja de conveniências, com sorte, poderia comer o que não foi vendido ontem.

Ao entrar na loja, vi o mesmo senhor que me ofereceu ajuda. O que ele fazia aqui ainda? Talvez estivesse atrás de mim.

一Licença, senhor. Você o conhece? 一Perguntei para o balconista, apontando para o senhor sentado numa das mesas, tomando café tranquilamente.

一Todos o conhecem, é o García, um velho caminhoneiro. 一Ele respondeu, enquanto passava um pano sob o balcão. 一Por que?

Não o respondi, apenas me aproximei do tal García, talvez ele ainda estivesse disposto a me ajudar.

一Oi... lembra de mim?

一Oh, não é a menina da estrada?!

一Sim. 一Ri da sua surpresa. 一Você pode me ajudar?

Ele assentiu e insistiu para que eu comesse algo, como eu não estava em condições de recusar nada, aceitei e então demos continuidade a minha viagem sem destino.

/estou bem confusa em relação essa fanfic, portanto, se tiverem alguma crítica construtiva, não hesitem em comentar. e os capítulos dessa fic em especial serão mais cumpridos do que o normal porque ela é mais complexa, alguém discorda?
ah, continuo em um relacionamento sério com vocês ♥

Serve meWhere stories live. Discover now