Capítulo 15

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No dia seguinte, passei o dia todo junto com a Alana e o Soren arrumando meu quarto. Meu pai não curtiu muito a ideia do Soren estar aqui em casa, eles nunca se deram muito bem na verdade, mas eu o tranquilizei dizendo que ele já tinha namorada, pois sabia muito bem o que estava passando pela cabeça dele.

- Nossa quanta coisa. - O Soren reclamou.

- Se ta achando ruim a porta esta logo ali.

- Nossa não precisa ser grossa Alana. - Retruquei.

- Vai se virar contra sua melhor amiga?

- Pera! Quem disse que você é minha melhor amiga?

- E não sou?

- Não. Não tenho melhor amiga.

- Pause. - O Soren nos interrompeu.

- O que foi? - Dissemos juntas.

- Espera que eu vou pegar a pipoca, quero ver o circo pegar fogo. - E fez uma risada maléfica.

- Nós não vamos brigar. - Confessei e a Alana concordou.

- Mas por que você não tem uma melhor amiga? - Ela quis saber.

- Porque isso é coisa de criança.

- Não creio que ouvi isso. É sério mesmo?

- Sim. Eu te considerava minha melhor amiga até os 13, depois percebi que só crianças tinham melhores amigos.

- Com quem foi que você andou nessa cidade? - O Soren entrou no meio. - Até eu tenho um melhor amigo.

- Nossa isso magoou. E eu que sempre guardei um lugar especial aqui. - Ela disse apontando para seu coração. - Mesmo que nós tenhamos ficados anos sem se falar uma com a outra, eu sempre te considerei minha melhor amiga e agora que você voltou eu descubro que, pra você, eu sou apenas uma amiga. - Após isso ela foi embora sem dizer nada.

Eu e o Soren nos olhamos.

- O que foi isso? - Questionei.

- Eu não sei. Mas nem eu acreditei nisso que você disse. Heiley, todos precisam de um melhor amigo. Isso não é coisa de criança. Isso significa que temos alguém com quem contar, alguém em que podemos confiar, contar tudo, que quando precisamos ele sempre estará lá, não importa a hora, o dia ou o lugar.

Pensei bem no que ele disse. Por fim decidi conserta a merda que eu havia feito.

- Vamos! - Disse saindo do quarto.

- Onde vamos?

- Me desculpa com a minha melhor amiga.

Ele abriu o sorriso que eu tanto amo. Se eu fosse um sorvete teria me derretido toda.

Toquei a campainha da casa dela. A própria atendeu.

- Sorry? - Abri um sorriso envergonhado e abri os braços na espera de um abraço.

- Por que eu deveria aceitar suas desculpas?

- Porque o Soren me fez perceber que eu estava errada. - Olhei e sorri pra ele. - Todos precisam de amigos e todos precisam ter um em especial para chamar de "melhor amigo" e tenho certeza de que eu não escolheria ninguém melhor que você.

- Merda! - Ela disse. - Esqueci como você é boa em argumentos. - Abriu um sorriso e me abraçou.

- Ai que bunitinho. - O Soren debochou da gente.

- Ah cala a boca. - Rimos e voltamos pra minha casa. É tão bom voltarmos a fazer as coisas como antigamente, só nós três e mais ninguém.

No dia seguinte assim cheguei na escola a Malu, que já havia chegado também, pediu para conversar em particular comigo. Eu não queria, mas fui só por curiosidade. Olhei para a Alana pra saber o que ela achava disso, mas ela estava concentrada no que a Laura estava falando para ela.

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